PRIMEIRO CAPÍTULO

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No meu apartamento
 
     Quando meu primo Gui me ligou as quatro da tarde daquele sábado, dizendo todo preocupado, que era caso de vida e morte e que eu seria o único que poderia salvá-lo, confesso que meu coração disparou.
     A namorada dele havia encontrado umas conversas suspeitas no celular e para ele se redimir, preparou uma noite romântica com direito a cinema, restaurante chique e uma surpresa durante o jantar.
     O meu papel neste rolê todo? Teria que assumir a função dele no trabalho. Meu primo, de vez em quando, consegue um bico de motorista particular, e no sábado iria acompanhar um evento importante numa cidade próxima daqui.
— Max, não se preocupe. Eles não costumam falar comigo, tão pouco olham para minha cara. Aliás, vestindo isso — jogando um terno sobre a minha cama — ninguém nunca vai desconfiar.
— E neste baita calor vou ter que usar inclusive aquilo alí também? — apontando para o quepe e luvas brancas.
— Sim, Max. Mas relaxa. O ar condicionado do carro vai fazer você pensar que está na Sibéria.
     O Gui é quase um irmão para mim, crescemos juntos e por isso aceitei essa roubada da qual não me adiantou quase nada. Quando disse sim para ele, inevitavelmente disse não para uma gata que estava trocando ideia há dias. Até tentei convencê-la a sair comigo depois deste job, mas visualizou a mensagem e nem respondeu.
— Olha só para a minha bunda! — disse totalmente arrependido por trocar a gostosa por aquele uniforme careta — Tá muito apertado isso aqui.
— Sem grilo, primo. Tá na moda essas roupas mais slim fit. — usando uma entonação forçada ao mencionar a palavra inglês.
— Não venha com essa desculpa, pois essa roupa era pra você. É do seu tamanho — levantei os braços para mostrar o quanto o terno era pequeno — Olhe que ridículo!
— Max, desencana que ninguém vai reparar. Você vai ficar sentado o tempo todo.
— E se eu ficar excitado com uma das passageiras, como é que faz?
— Nem pense nisso. Controle esse brinquedo dentro da calça.

                            💍
 
      Estava pontualmente em frente ao prédio dos clientes. Saí do carro ajeitando meu dote na calça, nitidamente incomodado por estar tão apertado.
     Ao sentir o bafo quente do lado de fora, daquele início de noite, pensei em avisar o porteiro e retornar rapidinho para o frescor daquele carro que valia mais do que o apartamento alugado onde eu morava. E assim estava fazendo, até ouvir o porteiro me chamar. Quando virei, ele demorou para falar, mas pelo olhar não precisou dizer absolutamente nada.
 
"Oxi, tava olhando pra minha bunda?"
 
— O que foi, amigão?
     Só depois que ele percebeu que eu tinha notado o seu olhar indiscreto, se lembrou da ordem que recebeu dos moradores e pediu que descesse até a garagem e parasse o carro em frente ao elevador, pois os clientes iriam me encontrar lá.
     Seguindo a orientação, desci até subsolo e os aguardei com o motor desligado. Pensei em me entreter com os matchs no Tinder, mas me distrai com um carro na minha frente que parecia chacoalhar. Cerrei o olhar para tentar identificar o que seria.
 
"É isso mesmo? Tem gente transando ali?"
 
      Prendi a respiração como se isso fosse me deixar invisível para assistir o que rolava naquele carro.
Do nada parou de balançar e o farol foi ligado. Neste mesmo instante, me encolhi, segurando o quepe com as mãos. Ouvi a porta do carro da frente abrindo e começo a imaginar essas pessoas vindo tirar satisfação comigo bem na hora que os passageiros do meu primo chegassem. Seria uma encrenca absurda.
     Como não escutei mais nada, levantei lentamente a cabeça para espiar.
     Agora fora do carro, estava um rapaz agarrando uma mulher por traz enquanto beijava seu pescoço. Quando ela se virou, sentou no capô e com as pernas abertas foi subindo o vestido lentamente. Enquanto isso, o cara abaixou a bermuda, sem qualquer cerimônia, e a agarrou pela cintura, trazendo-a de volta para o seu corpo nu.
 
"Que gente louca! Mas não parem, tá gostoso assistir daqui"
 
     Era como se eles estivessem total garantia que estavam sozinhos. Porém, em um determinado momento, ela virou a cabeça em minha direção e com os braços pediu para o companheiro parar.
 
"Fudeu! Eles me viram aqui"
 
     Com o susto, tentei me esconder e bati a cabeça com força no volante, disparando a buzina. Eles também se assustaram, entraram no carro e saíram disparados do estacionamento.
     Ainda sem acreditar no que tinha visto, ouvi alguém batendo na janela do carro. Era o casal de clientes do meu primo.
     Saí do carro, meio afobado, lembrando de colocar de volta o quepe. Enquanto o rapaz, que vestia um terno, tão justo tanto quanto ao meu, deu a volta no carro para entrar do outro lado. A mulher, que usava um vestido longo com uma cor que se confundia com o seu tom de pele, dando a impressão que estava nua, ficou parada em frente a porta de traz, segurando uma pequena bolsa.   Demorei um pouco para entender que eu deveria abrir a porta para ela.
     Mesmo depois de aberta, ela permaneceu parada em minha frente e enquanto eu tentava me lembrar de algum procedimento que precisaria fazer. Como nada veio na minha cabeça, me arrisquei ao tentar encará-la e quem sabe entender o que poderia ser.
     Percebi que ela estava com o olhar fixo para a braguilha da minha calça. Quando cruzamos o olhar, ela apenas deu um leve sorriso e arqueou uma das sobrancelhas.
Ainda estava com o volume que a cena anterior proporcionou. O fato é que para me excitar não precisa muito. Foi por isso deixei de usar sunga na praia ainda na adolescência. 
     Teve uma vez que precisei me masturbar escondido no meio do mar, longe de todos, para conseguir voltar para a areia sem qualquer suspeita.
     Não suficiente o olhar safado que ela me lançou, fez questão de passar em frente a mim ao ponto de sua mão encostar justamente no lugar que lhe despertou interesse.

                             💍

     No caminho, sendo orientado pelo GPS, entramos em uma estrada de terra bem estreita, onde apenas se via mato dos 2 lados.  Uma nuvem de poeira se formava logo atrás de mim, o que dificultaria a visão de qualquer carro que pudesse estar seguindo pelo mesmo sentido. E entre uma curva e outra, encarava a passageira pelo retrovisor, enquanto retocava a maquiagem. Era uma perfeição em forma de mulher e seu cheiro preencheu todo o interior do carro.  
     Mas quando ela percebeu meus olhares, cochichou algo com o seu marido que ordenou que me concentrasse apenas direção.
     O endereço nos levou para uma propriedade de muros altos cobertos por hera e sem que eu precisasse fazer nada, os portões foram se abrindo. Esperei dois carros saírem e logo entrei por uma outra estrada sinuosa que daria acesso a entrada principal da mansão. Puxei o freio de mão em frente a um saguão com uma porta de madeira que lembrava os castelos medievais. Tentei espiar o que rolava por dentro, mas não consegui enxergar nada.
     A construção daquele lugar não cabia dentro do meu campo de visão.
Antes que pudesse sair do carro para cumprir com toda aquela frescura, um segurança do lado de fora empurrou a porta e com um sinal disse que não seria preciso fazer o que supostamente eu estava pensando. Enquanto isso um outro segurança, abriu a porta para o casal que saiu do carro sem falar nem um "obrigado, boa noite".
     Quando eles entraram na casa, o segurança faz um sinal para baixar o vidro.
— Obrigado pelos seus serviços. Está liberado. Um outro motorista, talvez menos amador, irá buscar estes senhores. Boa noite.
 
"Amador? Aquele cara me chamou de amador? Eu só não quebro cara dele porque ele tem 2 metros de altura e tem toda a razão sobre mim."
 
     Logo depois que engatei a segunda marcha, tirei a luva e aquele quepe que esquentava minha cabeça.
     Pelo retrovisor fiquei admirando toda aquela propriedade ficando distante. Naquele momento percebi algo que brilhava no banco de trás.   Parei o carro e vi que se tratava de um anel. Ainda conseguia sentir o cheiro da passageira e obviamente deduzi que o acessório seria dela.  
     Deixei carro encostado atrás de uma macieira e segui até a entrada da casa, com a intenção de entregar o anel para algum segurança que pudesse entregar para a dona.
— Boa noite, senhor. Seja bem-vindo. Queira me acompanhar por favor.
     Era um outro segurança e pelo visto, deveria estar me confundindo com algum convidado.
 
"Acho que essa roupa me enriqueceu pelo menos uns 5 zeros na minha conta!"
 
     Foi então que decidi entrar na onda assumindo o papel de um convidado cheio da grana para conseguir entregar o anel pessoalmente para aquela deusa.
     A primeira impressão do lado de dentro, apesar de estar num breu total, era que parecia ser um lugar extremamente luxuoso. Havia pequenos pontos de luz roxa no teto que indicavam uma escada e um corredor comprido.
     Sem ter ideia por onde começar, decidi iniciar a procura pelo andar de baixo e segui para uma das salas do corredor e antes que pudesse bater na porta, ela se abriu sozinha e logo já me vi dentro daquele cômodo, agora sim, bem iluminado.
 
Gostou até aqui? Esse é o primeiro de 7 capítulos. Deixe seu comentário sobre essa aventura que Max está prestes a viver nessa mansão misteriosa.

A LUXÚRIA CONVIDA OS 6 PECADOSOnde histórias criam vida. Descubra agora