Capítulo 3: Lábios doces

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Taehyung assobia de bom humor para o próprio reflexo no espelho enquanto termina de amarrar a gravata em volta do pescoço bronzeado. Hoje ele irá finalmente assinar o contrato do próprio apartamento no final do dia e pegar as chaves, então seu comportamento é completamente aceitável. Ele ainda não sabe como irá dar a notícia de que finalmente iria sair de casa para o seu pai, entretanto, sabe que com certeza haveria muita gritaria. Talvez algumas coisas quebradas também.

Seu pai, SeungHo, sentado na mesa de jantar, o olha desconfiado por cima da borda da xícara de chá, estranhando toda a animação logo pela manhã tão cedo.

— Vai trabalhar? — Pergunta ao filho.

Desviando o olhar, Taehyung o encara com um sorriso leve.

— Vou — mente, na verdade, iria direto assinar o contrato, e só depois iria trabalhar. Mas seu pai não precisa saber disso. — Precisa de algo do escritório?

SeungHo, depois que integrou o filho no escritório de advocacia, passara a trabalhar de casa em seu próprio escritório no segundo andar, vez ou outra precisando de algum arquivo diretamente do escritório principal, então Taehyung fica encarregado de trazê-lo para si.

— Não.

Taehyung maneia a cabeça, concordando. E antes que possa dizer mais alguma coisa, sua atenção é atraída para o barulho de chaves na tranca da porta principal.

— Você está esperando alguém? — Pergunta ao pai e ele dá de ombros, também confuso.

Quando a porta se abre, Taehyung precisa piscar várias vezes ao encarar o seu primo ali, com os olhos circundados por grandes círculos vermelhos e duas malas enormes nas mãos, entrando todo desengonçado na sala.

— Namjoon?! — O Sr. Kim se levanta no mesmo instante, indo até o sobrinho choroso. — Você está bem?!

— O que aconteceu? — Taehyung se apressa em ajudá-lo com as malas de aparência pesada. — Aconteceu algo com o Minhyuk?

Namjoon aperta os olhos como se apenas ouvir o nome do próprio marido lhe causasse dor.

— Nós vamos nos divorciar — conta com a voz cansada —, vou passar um tempo aqui com vocês até encontrar um lugar legal para mim.

Em choque, o Kim mais novo ajuda o primo a sentar-se no sofá, vendo-o quase ser engolido pela quantidade absurda de almofadas. Sua mãe adorava tê-las e seu pai não tivera coragem de se desfazer delas depois de sua morte. Taehyung as adora, é como se, por pelo menos um pouco, a presença amorosa de sua mãe ainda estivesse ali.

— Eu posso ficar aqui, tio? — Esfrega os olhos com força, tentando espantar as lágrimas teimosas para longe.

— É claro que pode! Aqui também é sua casa — o Sr. Kim se inclina sobre o sobrinho, arregalando os olhos —, mas se divorciar?

Namjoon suspira, tenso, e Taehyung se remexe inquieto. Parando para analisar, ele consegue notar a gola de sua camisa erguida para cima e amarrotada, assim como o restante de suas roupas. Parece que o alfa passara a noite inteira na rua, e quando o primo volta a falar, sente o odor do álcool emanando em ondas fortes de sua boca, sobrepondo o próprio cheiro.

— O bebê não é meu — aperta a ponte entre os olhos com força ao sentir algumas pontadas de dor na nuca —, o Minhyuk me contou ontem à noite que ama outro, e o filhote é dele, não meu.

— Ele estava te traindo?! — Taehyung aperta os olhos sem ainda acreditar. Namjoon e Minhyuk eram o que as pessoas consideravam ser o casal perfeito. Sem brigas, esperando um filhote e uma relação regada de amor e carinho. Ok, aparentemente nem tanto amor assim.

Love, Gukkie  💌  taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora