Capítulo 5

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Pedro Henrique

Ela realmente havia batido a porta em minha cara?

Como aquela garota conseguia ser tão ousada daquela maneira? Além de achar que estava certa, ainda batia a porta daquele jeito. A vontade que tive quando vi a porta de madeira sendo fechada foi de esmurrá-la, no entanto, se eu fizesse isso perderia toda a minha razão.

Voltei para o meu apartamento, Gael me encarava do seu cercadinho que eu o deixei para ir reclamar com a vizinha. Ele levava um dos brinquedinhos que adorava morder até a boca e me olhava como se realmente estivesse preocupado comigo. Como se entendesse o que estava acontecendo.

Era impossível uma criança tão pequena entender sobre os problemas que estava ocorrendo em minha vida. Principalmente com a maluca do apartamento ao lado.

Pior de tudo que eu só queria um momento de paz, antes de ter que ir à casa dos meus pais. Já teria que passar por um martírio suficiente aquele dia. Ainda tive que encarar aquela mulher...

Tentei me acalmar, pois pelo menos ela havia parado com a música. Fui até meu filho e o tirei do cercadinho.

— Vamos para a casa dos vovôs?

Gael me olhou sorrindo, porém não disse nada. Eu ainda não havia conseguido compreender se ele realmente gostava daquela visita mensal que fazíamos aos meus pais.

No entanto se não fosse vê-los era pior, então, era melhor agir como se eles fossem os melhores pais do mundo e ir visitá-los. Peguei a bolsa de Gael e pendurei em um braço, depois saí de casa. Olhei para o corredor e parecia que o fato de ter ido discutir com a maluca ao lado, fez efeito, pois parecia realmente que ela pararia com o barulho.

Foi aí que parti em direção ao elevador e desci até chegar ao estacionamento do prédio. Caminhei até o meu carro e coloquei meu filho na cadeirinha do banco de trás. Depois dei a volta no automóvel e parti em direção a casa dos meus pais.

Eu agradecia muito por eles morarem longe o suficiente de mim, que não desse para me visitar com tanta frequência. Fui a viagem toda em silêncio, até porque em uma parte do caminho Gael pegou no sono e nem viu quando chegamos a casa dos seus avós.

A mansão ficava localizada em um bairro que fazia parecer mais uma casa de campo, do que realmente uma casa dentro da cidade grande.

Estacionei o carro e percebi que eles estavam com algumas visitas. Só para piorar o meu dia. Odiava ir vê-los, ainda mais quando tinham visitas.

Quase soquei o volante, no entanto, não faria aquilo na frente do meu filho. Ele não tinha culpa de ter uma família tão problemática. Saí do carro, assim que Amadeu – o ajudante da minha mãe – apareceu na porta, provavelmente não demoraria para ela surgir.

Peguei Gael na cadeirinha e ele despertou assustado, mas logo se acalmou. Entreguei a ele o seu ursinho e a sua bolsa coloquei em meu braço, em seguida caminhei para a entrada da casa.

— Que bom vê-lo, senhor Pedro.

— Tudo bem, Amadeu? — indaguei por educação. Já que aquele homem também não tinha culpa de nada que acontecia naquele lugar.

— Tudo senhor...

— Ah, meu filho querido! — Minha mãe completamente indiscreta apareceu no corredor que levava até a porta. — Até que enfim lembrou-se que tem uma família que te ama.

Claro que eles me amavam.

— Como vai, mãe?

— Estou bem, querido. Só morrendo de saudades de você e Gael.

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