Lovey Dovey - Yeongyu

O Chão e de Lava

Yeonjun sonhava em ser escritor. Algo que era muito visível se você notasse a estante de livros do seu quarto e, até mesmo no fundamental, visse sua família até feliz com essas ideias e que achavam até fofo um garotinho lendo daquele jeito, escrevendo contos muito bem elaborados para sua idade.

Todavia, aquilo mudou quando a irmã do garoto casou com um estrangeiro e decidiu continuar trabalhando depois do matrimônio. Aquilo desestabilizou a família do moreno, que era conhecida por todos como tradicional e conservadora. Tendo aquela reputação manchada ouve crescente desespero para construí-la novamente. Colocando expectativas nos ombros do mais novo, Yeonjun.

Por isso que a partir daquele dia, o sonho do mais novo acabou virando piada naquela casa. Algo que o desmotivou a falar em voz alta desejos dentro de si e cobriu parte dos seus sonhos.

Entre os dias que parou de escrever, Yeonjun se sentiu vazio, e apesar de passar tão rápido como verão coreano chegando até seu primeiro dia no ensino médio, ficava cada vez mais evidente a tristeza dentro do seu coração e a pressão que pesava em seus ombros para ser ótimo aluno e não decepcionar ninguém.

Sendo a única coisa que liberava o rapaz daquela responsabilidade e o ajudava a navegar em sua imaginação. Era aquele meio-fio que claramente foi mal pintado e que, no mundo irreal, era uma corda longa que o ajudava atravessar lugares desconhecidos como montanhas, e até se livrar de uma imensa quantidade de lava debaixo dos seus pés.

Focando sua concentração no chão, o moreno não percebeu quando esbarrou em um loirinho baixinho que vinha na mesma direção.

- Hey! Hey! Cuidado - o mais alto gritou, ajudando a equilibrar o outro que estava quase caindo da calçada - O chão é de lava, você vai se queimar.

Às vezes Yeonjun tratava aquela brincadeira a sério demais, e a voz alta alertou o loirinho com olhos de jabuticaba, que o olhava como se estivesse vendo uma joia rara no fundo do mar - Você também gosta de brincar de "o chão é de lava"? Pensei que fosse o único louco da nossa idade que brincava disso.

Mesmo não sabendo o porquê falou aquela idiotice sem pensar, o moreno sorriu ouvindo aquelas palavras e quis mostrar um pouco mais do poder da imaginação dentro de si - Só lava? Desculpa, mas também de "espinhos de rochas". Em breve serei capturado se não completar essa missão.

- Eu também!!! E eles não querem só me capturar mas me matar, e me jogar no mar de tubarões, cheios de dentes enormes - o baixinho imitou o gesto dos animais com as mãos, rendendo muitas risadas de Yeonjun ao encontrar alguém idiota como ele.

- Então, devemos ir rápido. Senão, teremos problemas. E não quero ser morto por quem está perseguido você. - apesar de gostar do baixinho, o moreno estava querendo ir para casa e voltar a ler o último livro que restava na sua estante. O menino acenou e segurou nos ombros largos do outro. Em contrapartida, Yeonjun segurou na sua cintura para não deixá-lo cair enquanto trocassem de posições para irem para casa. Entre um pé ali e um lá, os dois garotos conseguiram trocar de posição sem cair no chão.

Se despedindo do loirinho, Yeonjun ficou sem saber seu nome e virando-se para perguntar, viu que o garoto fez o mesmo com um sorriso no rosto, gritando o que ele já iria dizer.

- Oh! MEU NOME É BEOMGYU, QUAL SEU NOME?

- YEONJUN, VÁ PARA CASA, JÁ ESTÁ FICANDO TARDE - agindo como uma mãezona viu o garoto de sorriso amarelo sumir. E vendo sumir, desejou que todos os dias pudesse ver um pouco mais daquele sorriso dando cor ao mundo. Dava vontade de escrever sobre o pequeno sol chamado Beomgyu.