TE ENCONTREI

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Nesse exato momento, enquanto arrumo alguns livros na prateleira, ouço os meus pais discutindo. Provavelmente estão brigando sobre o que é melhor para mim. Minha mãe quer que eu entre numa faculdade interna, já o meu pai quer que me case o mais rápido. Em meu pensamento as duas opções são para se livrar o mais rápido de mim, imagine o quão bom seria seu filho na faculdade, 5 anos de liberdade e apenas voltaria para casa nos feriados. Quando casar eu ainda vou ter uma certa determinada liberdade então... Não se engane, a ideia do meu pai é extremamente conservadora. 

- Akira - Será que dá para vocês pararem de gritar? — Rebati o grito das escadas. — Desse jeito o quarteirão inteiro pode escutar. 

Mãe - Estamos conversando sobre o seu futuro Akira! — Desço alguns degraus para me aproximar do escritório. — Você poderia ser mais agradecido, que arrependimento. Seu mal criado! 

- Akira - É mãe, fui criado todos esses anos pelas minhas professoras não por vocês. — Dou uma risada sarcástica antes de completar. — Deve ser por isso que minha educação não alcança suas expectativas. 

- Pai - Garoto, por acaso você acha que está falando com seus amigos? — Ele passa na frente de minha mãe, agora existem alguns passos de diferença entre nós. — Ou você quer ficar de castigo de novo? 

Akira - Já que é meu futuro, eu gostaria de decidi-lo, não ficar escutando seus gritos enquanto decide para mim! — Bato a porta do escritório na esperança que eles fiquem lá. 

- Pai - Akira, volte agora! — Uma onda energética atravessou meu corpo quando meu pai abre a porta novamente, sua brutalidade foi tanta que todos meus pelos se arrepiaram. — Você não se domina, é melhor nos respeitar. — Ele apertou meu braço. 

- Akira - Solta o meu braço. — Rosno, mas seu olhar é desafiador, provavelmente gosta de sentir-se superior e aperta mais. — Larga o meu braço, porra! — Respiro fundo tentando me controlar. — Eu mandei largar. — Dessa vez não consigo evitar, me transformo em um lobo de pelos brancos como a neve. Totalmente indefeso.

- Pai - Para de ser burro, Akira. — Ele tira a camisa, talvez para não rasgar. — Você quer uma rixa entre lobos, mas esquece que eu sou mais forte. — Observo sua transformação, seu lobo tem pelos pretos azulados, sempre me surpreendo com a tonalidade. Quanto mais raiva, mais escuro. 

- Mãe - Parem! 

Antes mesmo de poder escutar minha mãe, me sinto ameaçado, por isso pulo nele. Sou um ômega, essa adrenalina me força a atacar, mesmo que esteja contrariando meus instintos. Não tenho o intuito de machuca-lo, apenas rosno para causar medo. Sei que é em vão, mas eu realmente soube quando sou jogado contra a parede. A dor é tão grande que força uma destransformação, ainda assim recebo um arranhão nas costas. Isso foi covardia. 

- Pai - Isso é culpa sua. — Aponta para meus ferimentos. — Não provoque novamente garoto. 

- Akira - Não vai ser necessário. — Me arrasto pela parede tentando me levantar, deixando um grande rastro de sangue. — Eu não quero mais olhar na sua cara! 

- Mãe - Akira! — Minha mãe tenta me alcançar enquanto subo as escadas. — Posso cuidar desses ferimentos. 

- Akira - Eu posso me virar sozinho. — Chuto a porta do quarto escutando suas reprovações. 

- Pai - Você não aprende nunca, Akira!

Sempre que isso acontece — normalmente algumas vezes na semana — nunca encontro algo que me faça esfriar a cabeça, esse quarto é tão vazio. Procuro a chave da janela em alguma gaveta do guarda-roupa, era uma criança esperta demais. Tento abri-la uma ou duas vezes, e finalmente consigo na terceira. Não sei qual é o meu intuito vagando por essas ruas, com olhares de alfas sedentos por todo lado, meu sangue, meu cheiro. 

Meu esforço não foi suficiente para não desmaiar.  

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Ao abrir meus olhos, imediatamente percebo que estou na presença de um alfa. Seu cheiro é forte, mas é gentil demais por ter enfaixado meus ferimentos.

- Akira - Quem é você? — Pergunto um pouco rouco.

- Bom dia docinho. — Ele se vira, mas não dá tempo de terminar sua frase.  

Sou mais rápido por instinto, o que me faz coloca-lo contra a parede. 

- Akira - Não me enrola, quem é você?

- Vai com calma docinho... — Ele dá ênfase. — Sou Matteo e você?

- Akira - Não interessa. — Continuo o encarando, parece adorar essa situação, seu sorriso não é falso. — Eu preciso ir embora, agora. — Ele me empurra novamente para a cama, imaginei que não tinha força sobre ele. 

- Matteo - Se eu fosse você não faria isso. — Agora está arrumando algumas coisas no balcão.

- Akira - Por que eu seguiria seu conselho? — Observo o lugar, é pequeno, pouco confortável. 

- Matteo - Não vai achar nada para te matar, não aqui. — Perdi tanto tempo analisando o lugar que não percebi sua analise. — Lá fora, há muitos alfas caçando ômegas igual a você pela floresta.

- Akira - Quem te disse que eu sou ômega? — Acerto minha postura. 

- Matteo - Seu cheiro me diz tudo...  Talvez um Lúpus? — Sinto minhas bochechas queimarem, seu olhar me analisando é intimidador. 

- Akira - E como eu faço para sair daqui? — Disfarço tentando não olhar muito. 

- Matteo - Daqui a pouco eu vou sair para caçar. Posso te levar... mas, não acha que está me devendo algo? — Matteo se aproxima, seu cheiro é forte. 

- Akira - Ei! — Pulo da cama. — Não te devo nada, você que me trouxe pra cá. 

- Matteo - Eu não sou de pegar pessoas e traze-las para a minha casa sem interesse... e você é uma gracinha. — Seu sorriso é maléfico. 

- Akira - Se afasta, Matteo. 

- Matteo - Se esqueceu que os Alfas tem vantagens sobre ômegas, deve ter sido assim que arrumou esses ferimentos. — Acena para o braço enfaixado. 

- Akira - Está insinuando o que? — Debocho. — Fraco, é isso?

- Matteo - Se você interpreta assim. 

Jogo-o novamente contra a parede, dessa vez ele está muito próximo da porta, que está meio aberta. Provavelmente deve ter saído a pouco, ou se preparava para isso. 

- Matteo - Eu não quero te machucar, posso sair facilmente. 

- Akira - Sua insinuação é ridícula! — Dessa vez empurro Matteo contra a porta, realmente estava aberta.

- Matteo - Akira! — Antes de correr o encarei confuso, ele sabe meu nome. 

- Akira - Você sabe demais. 

Corro o mais rápido que posso, tudo que vejo são arvores, campos vastos. Algumas pessoais ali ou aqui, nada muito assustador. Reconheço essa floresta, vagamente, mas reconheço. 

- Matteo - Não. — Escuto sua voz tentando me encontrar, tão longe, mas tão perto. Devo estar sentindo isso porque agora ele me alcançou.  

- Akira - O que você quer?! — O chuto contra uma árvore. Saber que ele pode me conhecer é assustador, ainda mais nesse fim de mundo. 

- Matteo - Pode correr o quanto quiser Akira... Ainda vamos nos reencontrar

Corro novamente, dessa vez tomo cuidado por onde ando, com o barulho que faço, quem atraio... Então consigo ver os prédios da cidade. Essa deve ser a floresta que fica perto de um recanto de alfas. Explica muita coisa. 



DOMINANDO UM ALFA  - Y A O IOnde histórias criam vida. Descubra agora