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NARRADORA ON

— Bem, eu acho que não. Porquê? está interessada? – A moça te perguntou.

— Sim. Eu preciso muito do emprego.

— Eu adoraria te contratar flor, você parece ser uma menina adorável. Mas ainda não tem idade pra isso, você pode sim trabalhar cedo, mas não limpando chão e lavando louça.

— Eu sei... Mas como eu disse, eu preciso muito do emprego e se você me contratasse temporariamente eu seria eternamente grata. – Você insiste. Rastejar por um emprego não é do seu feitio, mas você não liga para orgulho nesse momento, sua avó é mais importante.

— Neste caso... Bom, você pode começar amanhã.

— Sério?? – Você arregalou os olhos, feliz.

— Sim. Toma meu cartão, pode me ligar a qualquer hora. – Ela te entregou o cartão com o nome Nádia, que você supôs ser dela.

— Muito obrigada Nádia, mesmo.

A mulher sorriu e entrou apressada no carro. O primeiro passo que é arrumar um emprego você já conseguiu, só não sabe como irá faze - lo...

***

— Vovó, eu tenho que te contar algo, acho que você vai gostar. – Você falou para sua avó que está deitada em uma cama.

Sua avó se manteve atenta, esperando você contar.

— Eu arrumei um emprego. Isso não é ótimo??? – Você disse eufórica.

— Ó minha filha, não precisava se incomodar.

— Você sabe que sim Vó... E tem mais uma coisa. – Você hesitou mas vai ter que dizer de uma forma ou de outra. — Eu vou precisar morar no emprego.

— Morar?

— Sim. Terei que ficar lá 24 horas. Mas não se preocupe, agora que eu ganharei dinheiro eu posso contratar uma cuidadora pra ficar com a senhora, bem, eu não ganharei muito mas será o suficiente pra conseguir pagar as despesas e seu tratamento.

— S/n, que emprego é esse?

— Eu vou ser empregada doméstica na casa de uma moça que eu meio que esbarrei hoje.

— Empregada doméstica s/n? Eu não quero isso pra você minha filha, este não é o trabalho que seus pais queriam pra você e tenho certeza que também não é o que você quer. Você tem vocação pra ser uma doutora, uma advogada... não uma faxineira.

Você suspirou, sabia que essa conversa seria longa.

— Eu sei vovó. Mas meus pais estão mortos, eu ainda não saí da escola então nem posso me aprofundar numa profissão maior, eu preciso cuidar da senhora. Além do mais, eu arrumei um emprego honesto como qualquer outro, isso que importa.

— Está bem querida, está bem... Sinto muito por ser um fardo pra você. – Você conseguiu ver a tristeza no rosto da sua avó.

— Ei! Não diga isso. A senhora não é um fardo, a senhora cuidou de mim desde sempre, agora é a minha vez de cuidar de você. – Você limpou uma lágrima que nem percebeu ter caído por seu rosto. — Eu começo amanhã bem cedo, a senhora não vai me ver quando eu saí então preciso me despedir agora. – Você abraçou sua avó carinhosamente.

— Não fale assim, desse jeito parece que nunca mais vamos nos ver.

Ela riu.

— Não é pra tanto, eu venho te ver pelo menos três vezes por semana pra te levar na quimioterapia.

— Assim tá melhor.

Você sorriu e saiu do quarto. Amanhã será um longo dia...

***

O despertador tocou soando 06:00 da manhã, você levantou, fez suas higienes matinais, tomou uma xícara de café e foi para o emprego. Impressionantemente você chegou na hora, o que é quase impossível de acontecer se tratando de você.

Ao chegar na casa da Nádia você tocou a campainha, um homem com um regador na mão abriu a porta sorrindo amigavelmente, ele parecer ser o jardineiro da casa.

— Bom dia, é meu primeiro dia aqui.

— Você deve ser a nova empregada.

— Sou.

Ele abriu espaço para você passar e te guiou até a porta principal, o marido de Nádia, Samuel, te recebeu. Começou te instruindo fazendo um pequeno tour pela casa.

— E por último, aqui é o quarto do Louis, meu filho. Ele já deve estar acordado, vai pra escola cedo. Bem, você tem passe livre pra entrar a qualquer hora do dia, exceto quando ele está dormindo, ele fica irado. – Samuel riu. Você sorriu assentindo.

Ele te guiou até o andar de baixo, mostrando seu quarto, que para um quarto de empregada é muito maior e mais bonito que seu quarto de verdade. Seus chefes parecem ser bem cuidadosos com isso, no quarto tem uma cama de casal simples, um guarda roupas ao lado, um pequeno criado mundo ao lado da cama e uma suíte com um banheiro completo. Tudo decorado em tons de bege, é, você pode se acostumar com isso. Samuel saiu para que você ficasse mais a vontade, em cima da cama tem um uniforme que você julgou ser seu. Depois de muito tentar, o uniforme entrou. Ele ficou muito apertado, está marcando cada curva e relevo do seu corpo, você está se sentindo desconfortável mas sabe que pode falar com Nádia e resolver isso depois.

Após isso, você desceu as escadas e foi em direção a cozinha, quando chegou lá, estava Nádia, Samuel, e um menino extremamente lindo sentado ao lado deles.

— S/n? S/N? – Você escutou seu nome ser chamado depois de um bom tempo.

Você queria apenas se matar nesse momento, deve ter ficado olhando para o garoto com cara de tapada por sabe se lá quanto tempo.

— o - oi, desculpa.

— Eu estava dizendo que esse é o nosso filho. – Nádia afirmou.

Esse é o filho de vocês? – Você perguntou dando ênfase no "esse".

— Sim, porquê?

— Não, nada. Prazer Louis, eu sou a S/n.

Ele também parecia aéreo, mas ele parecia aéreo com os olhos percorrendo todo seu corpo. Você sentiu suas bochechas queimarem, cavar um buraco e enfiar a cabeça dentro cairia bem agora.

— O prazer é todo meu, acredite. – Ele sorriu.

E que sorriso... Você e ele se olharam por mais ou menos mais um minuto e você saiu da vista deles antes que passasse mais vergonha.

Esse trabalho pode se tornar bem mais difícil do que você pensava.




























Continua...

𝘢 𝘳𝘢𝘯𝘥𝘰𝘮 𝘭𝘰𝘷𝘦 - 𝘭𝘰𝘶𝘪𝘴 𝘱𝘢𝘳𝘵𝘳𝘪𝘥𝘨𝘦 + 𝘺𝘰𝘶.Onde histórias criam vida. Descubra agora