five

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S/N POV

— Pra onde você tá me levando sua louca? – Louis cochichou pra mim enquanto eu corria com ele, nem sei porquê ele tá falando baixo, nós não estamos mais no salão.

— Queria fugir da sua festa né? Então não questiona. — Chegamos. – Falei.

Resolvi ir com ele pra um parque de diversões abandonado. Eu sei que por ele estar abandonado a maioria pensa que é um negócio macabro, ou que causa medo. Mas na verdade esse lugar é bem calmo, ótimo pra relaxar e fugir dos problemas, como Louis quer. Fitei a roda gigante na minha frente e fui começando a subir a grande roda de ferro.

— O que você tá fazendo? – Ele perguntou me vendo escalar.

— Do auto da pra ver a cidade, é lindo.

Louis suspirou indo atrás de mim, escalando.

— S/n desce já daí, agora! – Partridge engrossou a voz.

— Desde quando você manda em mim?

— Não mando, desculpa. Mas é que e se você c...

— Eu não vou cair. – Assim que eu disse isso uma barra de ferro se soltou, eu teria caído se Louis não tivesse me segurado pela cintura.

— Tava dizendo...? – O garoto me provocou.

Eu apenas revirei os olhos e continuei subindo.

— Ah qual é s/n?

— Vem, falta pouco. – Eu disse continuando, quando olhei pra baixo Louis estava suando, segurando as barras da roda gigante como se fosse morrer. — Tem medo de altura. – Concluí sorrindo, achei isso fofo.

— Todos tem medo de algo. – Ele afirmou.

— Achei que não tivesse medo de nada. – Dei de ombros.

Após escalarmos mais um pouco, eu e o Lou sentamos naquele "banquinho" da roda gigante.

— Tem razão, é lindo. – Ele disse vislumbrando a cidade. — Daqui da pra ver o salão da minha festa.

Sorri.

— Como descobriu esse lugar? – O garoto me perguntou.

— Por acaso. Eu tava atordoada no dia, chorando... E acabei passando pela frente, então meio que virou meu cantinho, eu sempre venho aqui quando tô triste ou quando preciso pensar.

— Você é uma caixinha de surpresas. Eu te conheço a pouco tempo e acho que sei tudo sobre você, mas ao mesmo tempo não sei nada. – Ele disse me olhando profundamente.

— O que quer saber de mim?

— An... Que tal me dizer porquê você foi trabalhar na minha casa?

— Minha avó tá doente. Descobrimos recentemente que ela tá com um câncer no pâncreas, preciso do dinheiro pra pagar o tratamento dela.

— Sinto muito...

— Tudo bem. – Dei de ombros.

— Mas ela vai ficar bem, não vai?

— Não sei Lou... O médico disse que as chances de cura na idade dela é menos que 30 porcento.

— E os seus pais? Eles não ajudam? Digo, no dinheiro, na quimioterapia e tudo mais.

Não consegui evitar de ficar triste.

— O que foi? Falei algo errado? – Ele perguntou, provavelmente percebendo minha mudança repentina de humor.

— Meus pais morreram quando eu ainda tava na barriga da minha mãe, foi um acidente de carro, os médicos só conseguiram me salvar porquê minha mãe já estava no último mês de gestação.

— Ai como eu sou imbecil. – Louis fechou os olhos com força, suspirando. — Desculpa, eu realmente sinto muito, não deveria ter perguntado.

— Tudo bem, você não sabia. Além disso não tenho muito remorso, não os conheci. – Sorri triste. — Bom, você já sabe tudo, ou quase tudo sobre mim, sua vez.

— Eu não tenho nada interessante pra te contar, minha vida toda você já sabe. Rico, pais chatos, vida chata, escola chata, amigos ricos...

—  Que tal você me dizendo do que tem medo? Me refiro ao o que você me disse hoje, no corredor do meu quarto. – Repeti a forma com a qual ele falou.

Ele parecia desconfortável, mas não parecia incomodado com minha curiosidade, ou persistência.

— Tá bem. – Ele suspirou antes de continuar. — A dois anos conheci uma garota como você, simples, bonita, altruísta... Tudo nela me encantava, meu mundo era ela e nada podia me abalar quando ela estava por perto. Então decidi que eu a pediria em namoro. No dia em que fui fazer a surpresa, descobri que ela tinha ido embora com 100 mil dólares da minha família. Ela já tinha ido na minha casa algumas vezes, então sabia onde ficava o cofre, eu como o menino tolo que sou, deixei ela ver a senha. E o resto você já deve imaginar...

— Eu não sou ela Louis. – Foi tudo o que eu consegui dizer.

— Caramba eu sei. – Ele levantou meu olhar pra ele, segurando meu queixo com a mão. — Eu só... Tenho dificuldade pra confiar nas pessoas, eu confiava cegamente nela e tudo o que ela queria era só o meu dinheiro, pode parecer capricho mas eu tenho inseguranças como qualquer ser humano.

— Eu sei príncipe, perdão... É que... eu não sei, eu quero me aproximar de você mas tenho medo de você ficar com um pé atrás comigo, então a única coisa que vou fazer é te evitar. Nunca conseguiremos ser amigos desse jeito.

— Quem disse que eu quero ser seu amigo?

Paralisei.

— Eu quero beijar os seus lábios até perder o fôlego, quero ver qualquer filme clichê que você goste, quero escutar Wallows contigo enquanto você pula no sofá e eu preparo o brigadeiro, enfim, todas essas bobagens que namorados fazem.

Sorri fraco. Isso tudo seria tão perfeito...

— Só preciso que você... Me dê um tempo pra confiar em você, pra confiar em NÓS. Você entende, não entende?

— Entendo sim. Então você quer se afastar de mim enquanto isso? Tipo, não se afastar, mas não ter algum tipo de laço amoroso né?

— Não! De jeito nenhum. – Ele segurou minhas mãos. — Eu quero ficar com você, mas pode ser sem compromisso por enquanto? Digo, um namoro, mas não oficializado, eu acho que namoro é uma palavra forte mas...

— Louis eu entendi. – Ri. — Nós vamos fazer todas essas baboseiras de namorados como você se referiu, mas não vamos namorar, certo?

— Isso. – O garoto riu desajeitado.

— Então qual baboseira de namorados podemos fazer primeiro? – Perguntei.

— Podemos começar pela parte que eu te beijo até ficar sem fôlego.








































Continua...

𝘢 𝘳𝘢𝘯𝘥𝘰𝘮 𝘭𝘰𝘷𝘦 - 𝘭𝘰𝘶𝘪𝘴 𝘱𝘢𝘳𝘵𝘳𝘪𝘥𝘨𝘦 + 𝘺𝘰𝘶.Onde histórias criam vida. Descubra agora