-Espere um segundo papai - A menina no colo de Shoto ergueu as mãozinhas - Isso não explica como você e o papai me acharam
-Isso é verdade Sho - Izuku disse da cozinha - Você está enrolando muito
-Tenham paciência, eu já estou chegando nessa parte da história. Enfim, depois que a Eri-chan aprendeu a controlar seus poderes, ela continuou treinando conosco todos os dias. Com o tempo nós nos formamos e o papai e eu começamos a trabalhar como super heróis. Passamos por momentos bem complicados mas com o tempo nós abrimos nossa própria agência com o Ground Zero e o Red Riot
-O tio Bakugou e o tio Kirishima? - Yuki perguntou
-Isso mesmo. Então um dia estávamos patrulhando as ruas de Tóquio quando aconteceuDeku e Shoto estavam rindo tranquilamente quando um grande tremor assustou os dois. A resposta foi imediata, as pessoas correram em desespero para se abrigarem quando os prédios tremeram com violência. Deku olhou em volta e encontrou um muro forte e alto. Correu o máximo que pôde atrás das pessoas perdidas.
-Por ali, se escondam naquele muro!
Ele gritava orientações enquanto ele e Shoto carregavam as pessoas até a segurança. Shoto criou paredes de gelo para proteger o máximo de pessoas que pôde.
O abalo durou cerca de dois minutos e o estrago foi grande. Tiveram sorte pelos prédios maiores terem resistidos, mas alguns desabaram mesmo assim. Os heróis e a polícia, junto com os bombeiros chegaram rapidamente. O chefe dos bombeiros, Akitaro Oobi se aproximou dos dois.
-Ainda bem que vocês estavam aqui, com certeza diminuíram as vítimas
-Não nos agradeça - Shoto disse - Como podemos ajudar?
-Precisamos fazer uma triagem dos feridos e iniciar as buscas imediatamente
-Eu posso ajudar com os feridos
-E eu nas buscas
Quando eles se viraram, viram Lida e Uraraka chegarem junto com Eri. A menina estava com um uniforme parecido com o da época de criança, porém em preto e vermelho
-Deku-kun - Ela correu para abraçar o esverdeado
-Oii Eri-chan!
-Oi, vocês dois chegaram na hora - Shoto sorriu para os três
-Que saudades Uraraka! Lida-kun! - Izuku abraçou aos dois brevemente, e os dois se viraram para o chefe dos bombeiros
-Ingenium, por favor acompanhe o bombeiro Takehisa Hinawa - Mikoshiba apontou para um bombeiro alto que usava óculos. Lida seguiu o bombeiro e o ajudou a transportar os feridos para as macas
-Uravity, Eri-chan por favor acompanhem o bombeiro Kusakabe Shinra - Um bombeiro de cabelos pretos acenou para as duas o seguirem
-Vocês dois me acompanhem por favor - Ele os guiou para os destroços.
Com a força de todos unidas, conseguiram seguir com as buscas um ritmo constante. Shoto estabilizou as partes instáveis enquanto Deku retirava os escombros pesados do caminho. No fim do dia os bombeiros liberaram os heróis e as forças dos bombeiros. Shoto e Deku estavam voltando para a agência quando ouviram um choro baixo vindo dos escombros.
Deku levantou algumas vigas encostadas numa parede e Shoto esticou seus braços dentro do espaço apertado. Quando ele voltou a aparecer no campo de visão de Deku, ele tinha uma menina pequena no colo, a roupinha rasgada e ferimentos sangrando
-A Eri ainda está aqui? - Shoto perguntou
-Eu vou achar ela
Deku correu o máximo que conseguiu para encontrar a jovem, felizmente ela ainda estava ajudando alguns feridos. Ela não precisou perguntar para correr atrás dele assim que viu o esverdeado a chamando. Pouco tempo depois os dois chegaram aonde Shoto segurava a menina que havia parado de chorar, firme entre os braços
-Eri! Ela não respira! Eu não sei...
-Deixe eu ver
O bicolor entregou a bebê para Eri e logo ela ativou sua quirk, a energia amarela e brilhante envolveu a pequena por alguns segundos até que ela voltar a chorar, os ferimentos fechados e a face corada. Akitaro Oobi chegou junto com outros bombeiros, traziam com ele uma maca e bolsas para tratarem dos feridos
-Onde vocês a encontraram? - Oobi perguntou
-Aqui - Deku mostrou
-Ok! Shinra, Takeshima vamos fazer a busca aqui. Se a bebê estava aqui, talvez sua família ainda esteja aqui embaixo. Eri, pode deixar a bebê com a Maki e nos ajudar?
-Hai!
Shoto e Deku continuaram a ajudar os bombeiros mas infelizmente os pais da menina não foram achados com vida. Deku e Shoto, mesmo cansados resolveram visitar a pequena, que segundos os documentos achados se chamava Yuki no hospital. Eri estava lá ajudando com alguns pacientes e se juntou aos dois para olharem a menina pelo vidro do berçário
-Ela tem apenas seis meses - Eri disse ao abraçar os dois amigos ao mesmo tempo. Shoto já havia notado que ela havia pegado a mania de Izuku de abraçar, não que ele estivesse reclamando
-A enfermeira disse que você a salvou Eri-chan. Ela não iria resistir se precisasse ser trazida para cá
-Ainda bem que eu consegui a ajudar
-Você é incrível Eri-chan - Izuku falou outra vez
-Eu só sou quem sou graças a vocês dois e todos que me ajudaram. Eu só posso trabalhar duro para compensar a gentileza que fui tratada por vocêsQuando eles saíram tarde da noite do hospital Izuku notou que Shoto estava estranho, quieto demais até para ele. Conforme caminhavam ele tentou lhe dar o espaço que precisava mas o silêncio estava o preocupando demais
-Sho, o que houve?
-Hm?
-Aconteceu alguma coisa com você e eu não sei o que foi. Foi algo que eu fiz?
-Não é isso, não se preocupe
-Tudo bem - O esverdeado segurou o braço dele e se aproximou mais ainda - Quando quiser conversar eu vou te ouvir
-É só não consigo esquecer - Shoto disse depois de alguns metros em silêncio
-Do que?
-Quando você foi atrás da Eri, aquela menininha segurou em minha mão e eu conversei com ela, disse que ela ficaria bem e seus olhinhos ficaram fixos no meu, eu poderia jurar que ela me entendeu e quando ela parou de respirar eu... Me desesperei
Izuku o abraçou e apoiou o rosto no ombro dele, enquanto foi abraçado pelo bicolor
-Eu sei que essa não foi a primeira vez que trabalhamos no resgate de bebês mas Zuky, eu nunca me senti assim... Responsável e incapaz de me desligar sabe?
-Posso imaginar, eu me senti assim com a Eri quando a vi pela primeira vez
-Mesmo agora eu não paro de me preocupar. Quer dizer, quem vai cuidar dela agora?
-Pelo o que eu entendi ela ficará com o estado até ser adotada
-Zuky, tem tanta gente má intencionada no mundo, e se tentarem fazer mal a ela?
-Podemos acompanhar o caso dela de perto meu amor
-Sim, poderíamos... ou quem sabe...
-Quem sabe?
Shoto inspirou o ar antes de falar, mesmo sabendo que Izuku nunca concordaria
-Quem sabe... Poderíamos a adotar? Eu sei que seria uma loucura e nem somos casados ainda mas eu...
Shoto foi calado pelo beijo apaixonante que Izuku lhe deu, e como sempre os seus beijos tinham o poder especial de o acalmar e confortar. Shoto se perdeu em nostalgia, na forma que ele precisava se abaixar para o beijar no início do namoro, quem diria que agora ele seria um pouco mais alto que si?
-Acho isso uma ótima ideia Sho
-Tem certeza? Eu vou entender se você não quiser
-É claro que eu quero! Eu sempre quis ter uma família e ainda mais com você-E foi assim que adotamos você. Se bem que eu acho que o certo é que você nos escolheu
A pequena estava com os olhos cinzas quase azulados brilhando, a face corada e o mais lindo dos sorrisos que só ela conseguia dar
-A tia Eri é incrível! Eu não sabia disso... Vou fazer um cartão bem bonito para ela!
-Você é tão gentil Yuki-chan. É por isso que os caracteres do seu nome são especiais - Izuku disse enquanto brincava com os fios vermelhos da pequena
-Como assim?
-Aqui
Izuku desenhou os dois separados na folha que ela estava desenhando antes de perguntar sobre sua adoção aos dois durante o café. Desde cedo os dois contaram, conforme sua idade permitia sobre ela ser a filha do coração deles e agora ela finalmente estava perguntando sobre o assunto
-O yu do seu nome significa gentileza, e o ki esperança, você é a nossa pequena esperança gentil. E mesmo que não sejamos seus pais desde o nascimento, nós te amamos muito.
Izuku a abraçou e Shoto se juntou a eles, a nostalgia retornando naquele dia. Foram os pequenos atos de gentileza que ele presenciou - Izuku se esforçar ao limite para o ajudar, para salvar Eri e os dois, junto com Tokoyami treinarem a pequena e demonstrarem que era possível ser feliz mesmo com um passado ruim que os levou até ali. Toda a correria para se casarem e entrarem com o pedido de adoção era compensado cada vez que ele via os dois sorrirem tão lindos como naquela manhã
Shoto se sentia grato por ter aprendido que pequenos gestos gentis poderiam ser mais poderosos que muitos atos e palavras, e principalmente era grato por Izuku ter lhe mostrado esse caminho. Finalmente ele tinha a família que sempre desejouE é isso, obrigada por lerem até aqui, eu sou muito grata a vocês por terem chegado até aqui. Até uma outra história
Estou escrevendo outro Tododeku, totalmente diferente desta. Ela se chama Cicatriz
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Helt
RomanceOs heróis são aqueles que tornam magnífica uma vida que já não podem suportar Shoto e Izuku irão aprender, através da experiência como as palavras de Jean Giraudoux - escritor e romancista francês do período das duas grandes guerras - são verdadeira...