Destiny ( Concluída)

🌻Capítulo 10🌻

Capítulo 10: Novidades para Xing



Era madrugada quando Xing despertou, o leve aroma de menta no  ambiente reacendeu suas memórias do que havia acontecido, ele desvencilhou-se com cuidado do braço de Haoxuan que lhe envolvia a cintura e levantou-se da cama tentando não fazer barulho. Recolheu suas peças de roupas espalhadas pelo chão como um criminoso que tentava não ser pego, acabou que não encontrou sua peça íntima, desistindo de procura-la para não correr risco de acordar o alfa. Depois de pegar tudo ele desceu para o andar de baixo na ponta dos pés, segurava suas roupas nos braços quando passou por um espelho e notou a enorme mancha roxa na sua nádega direita.

    Um sorriso acanhado apareceu nos seus lábios, na hora do sexo nunca fora do tipo que se segurava e nunca negou que gostava das coisas um pouco mais selvagens, e quando se tratava de sexo com Haoxuan os limites nunca existiam. Vestiu-se rapidamente e logo depois pegou sua bolsa e fotos, saindo do loft sorrateiramente. 

  A caminho do seu apartamento foi pensando em todas as desculpas possíveis para se auto repreender por ter transado com Haoxuan, de novo. E pior, dessa vez nem mesmo podia culpar o álcool.

     — Foi a última vez, não vai acontecer de novo. – Ele repetia a si mesmo enquanto tamborilava os dedos no volante. – O Zhan vai me zoar pelo resta da vida.

Ao chegar em casa, tomou um banho rápido e depois foi procurar algo confortável para vestir. Revirando suas gavetas parou o que fazia ao reencontrar uma camisa gasta pelo tempo. A camisa de time da faculdade,  a camisa de Quaterback  de Haoxuan. Ele pegou o objeto levando ao nariz e aspirando profundamente,  eram tantas lembranças que aquilo lhe trazia que assustou-se devolvendo rapidamente a camisa a gaveta.

     — Chega de nostalgia por hoje. – ele fecha a gaveta bruscamente e pegando apenas um short de seda que provavelmente pertencia a um conjunto de babydoll, deitou-se esperando adormecer sem qualquer problema, mas até me sonhos o alfa lhe fazia companhia.

        Na manhã seguinte, Haoxuan ainda se sentia sonolento e se recusava a abrir os olhos, o sol que entrava pela janela aberta o deixava parcialmente desorientado. Usou a mão algumas vezes para cobrir os olhos, enquanto a outra buscava o controle remoto da persiana automática. Ao tatear a mão na lateral da cama e a sentiu fria, virou bruscamente sua visão vendo que estava sozinho ali, ele riu lembrando da noite anterior, e voltou a se deitar recordando dos momentos que só Xing lhe proporcionava.
       — Xing, ainda está por aqui? – ele gritou. Sabia que não, o ômega tinha o péssimo histórico de fugir durante a madrugada, ele realmente queria que ali fosse uma exceção. Ele pegou o travesseiro que o ômega usou e pode sentir o doce aroma de peônias, o cheiro que só Xingchen deixava, ele abraçou objeto e voltou a dormir.

   Os dias que se seguiram eram basicamente entre Haoxuan ligando para Xing,  e ele ignorando. O ômega evitava o fotógrafo como o Diabo que foge da cruz, e nas poucas vezes que se encontraram por causa do trabalho sempre procurou não ficar sozinho com ele, infelizmente o alfa não era do tipo que se ignorava por muito tempo. Um dia num coquetel de uma marca famosa de cosméticos que Xing foi com Naruto e outros modelos da agência, o fotógrafo o encurralou em um dos jardins, ele queria falar sobre a última noite que tiveram juntos. Mas Xing foi categórico em dizer que foi apenas sexo casual, algo de momento. Que o alfa não deveria qualquer tipo explicação. A verdade era que Haoxuan se sentia frustrado, sabia como o rapaz simplesmente construía um muro em torno de si e não permitia que ele se aproximasse.

   Tudo o que Haoxuan poderia fazer era respeitar seu espaço e esperar uma nova oportunidade. Porém daquela vez ele não desistiria do ômega. 

            ⏱... Dois meses depois....⏱

Xing acabara de voltar de viagem com Yibo, passaram uma semana no Japão para algumas sessões de fotos, entrevistas e até comerciais de produtos que Yibo representava. Se sentiu indisposto a viagem quase toda, culpava o salmão servido no avião.  Até mesmo o sushi que tanto amava já não tinha o mesmo sabor, achou que quando retornasse para sua terra natal seu desconforto passaria, mas até já estava cogitando a hipótese de procurar um médico achou que talvez estivesse com intoxicação alimentar. 

   Estava na mesinha do café expresso, passou o dia pensando no aroma quente e confortável que só o café lhe dava, ele segurava a caneca fumegante entre as mãos, no primeiro gole do líquido notou que algo estava diferente, era seu café.  Ele fez como sempre fazia não houve nada de diferente no processo, tentou um segundo gole, mas um bolor se formou na sua garganta e sentiu seu corpo se curvar pra frente. Deixou o café ali mesmo e correu para o banheiro mais próximo,  Yibo que estava saindo do lugar quase foi atropelado pelo cunhado que se jogou em uma das cabines se curvando sob o vaso e vomitando audivelmente.

     Yibo foi até ele passando as mãos por suas costas tentando aliviar um pouco a pressão do seu corpo. Ele não conseguiu não se preocupar, na viagem para o Japão viu ele indisposto e isso já estava lhe preocupando.

      —  Você se sente melhor? – perguntou.

Xing levantou o dedo indicador como se pedisse um tempo para pensar na resposta. E novamente um novo jato de ânsia encheu o vaso. Depois que estava satisfeito ele foi até a pia com ajuda de Yibo lhe segurando já que não confiava nas próprias pernas naquele momento  e jogou um pouco de água na boca para só então conseguir dizer alguma coisa.

      — Juro por Deus que não como salmão nunca mais na minha vida. — Ele diz passando a mão molhada pelo pescoço.

    — Desde a viagem para o Japão que se sente assim, devia ir ao médico. Intoxicação alimentar por salmão pode ser bem sério. 

      — Você tem razão cunhadinho. Venho me sentindo assim a dias, os desfiles estão chegando e isso aqui vai ser uma loucura, preciso está bem disposto. – ele diz se recuperando um pouco.

     — Quer que eu te acompanhe no médico?

     —  Não precisa, já me sinto melhor. E você?  Está quase na hora de voltar pro escritório. – Yibo olha para o relógio no pulso.

      — Verdade. Eu preciso correr . Melhoras Xing. – ele dá um beijinho na bochecha do cunhado e sai dali apressado. Xingchen não quis preocupar o rapaz, mas a verdade era que ele queria vomitar ainda mais. Foi para sua sala tentar focar no trabalho, mas a verdade era que ele passou a tarde inteira abraçado ao cesto de lixo com ânsia.  Achou que morreria ali, e começou a  fazer uma nota mental sobre quem ficaria com suas bolsas Chanel, Yibo com certeza. Talvez deixasse os relógios para Zhan que adorava os Rolex... teve seus devaneios interrompidos quando Zhan bateu em sua porta da sua sala.

      — Xing, o Yibo me pediu pra eu ver ..... O que diabos você tem? – ele correu até o irmão que tinha uma cor verde nada atraente, ele passou a mão na testa do ômega verificando se havia algum sinal de febre, mas a pele dele estava fria. 

      — Zhan, acho que estou morrendo.  – Xing chamava  daquele jeito quando fazia manha  ou estava dengoso.

      — Vamos para um hospital agora. – ele ajuda o irmão a se levantar, mas o rapaz se sentia morrendo. Yubin que passava naquele momento viu quando Zhan pegou o irmão no colo.

      — Xiao Zhan,  aconteceu alguma coisa?– ele se aproxima preocupado.

      — Bin, pega o meu carro por favor, as chaves estão em cima da minha mesa.  Preciso levar o Xing no hospital agora.

   O fotógrafo rapidamente corre até a sala do chefe pegando a chave do carro e indo até o estacionamento e levando o carro até a entrada da agência. Ele coloca o ômega sentado na frente e afivela o cinto de segurança,  agradeceu pela hora do rush já ter passado e o hospital não ser tão longe. Estava muito preocupado, nunca tinha visto o irmão assim. Nem mesmo esperou que alguém viesse os receber,  entrou com o irmão nos braços e logo foram recebidos por algumas enfermeiras.

       —  O que aconteceu ? – Pergunta uma delas.

       — Ele vem reclamando de enjoos depois de comer salmão no avião, e está assim a dias. Mas parece que hoje piorou ele nem mesmo consegue ficar em pé  sozinho. – Xiao Zhan fala apressadamente.

      — Segundo gênero? – a outra enfermeira pergunta.

     — Ômega Lúpus.  – aquela era um pergunta de rotina em atendimentos.

     – Fique tranquilo que o médico já vai atendê-lo. – o rapaz é posto numa maca e encaminhado ao pronto socorro. 

      Duas horas depois, Xing acorda confuso sobre onde estava, ele percebe que havia fios nos seus braços e sua boca parecia seca, numa olhada geral viu o irmão cochilando numa cadeira ao seu lado.

    — Zhan... – ele diz com a garganta seca, ele pigarreia um pouco tentando lubrificar um pouco suas cordas vocais. – Zhan-ge .

     O alfa desperta e se aproxima do irmão.

     — Xing! Finalmente você acordou.

     – Estou com sede.

Zhan vai até o pequeno frigobar e pega um copinho de água mineral dando ao irmão, que quase geme pelo alívio do líquido em sua garganta.

      —  Se sente melhor?

      — Muito melhor. O que aconteceu?

      — Você desmaiou, e tinha uma cor verde nada atrativa com sua pele perfeita. Você estava desidratado por causa da quantidade de vezes que vomitou e pelo exame de sangue também está um pouco anêmico, eles colocaram você no soro para ajudar na hidratação e aliviar o desconforto. – ele diz brincando com o irmão.

      — Verde não combina comigo. – ele entra na brincadeira. – O que o médico disse? Foi o maldito salmão, não foi?

     — Eles fizeram alguns exames, mas acho que não saíram os resultados ainda, ele disse que retornava quando tivesse a certeza.

      — Aposto que aquele maldito salmão tinha alguma bactéria. 

      —  Isso é uma possibilidade. Mas pelo menos agora você se sente melhor. Até seu bronze original voltou. – ele diz pegando na mão do rapaz o fazendo rir.

    —  Acho que já posso ir pra casa então. Se possível levar um desses pra viagem. – ele diz apontando para o suporte do soro que lhe dava os remédios.

   — Já está até fazendo piada, não há mais necessidades de preocupação. 

   —  Não precisava me trazer para o hospital, um antiácido teria resolvido.

    — Até parece, Você estava tão fraco que mal conseguia ficar em pé. Nem parecia aquele cara que passou quatro dias acampado na frente da Gucci pra ser o primeiro a comprar um bolsa da nova coleção na Itália.

     —  Era uma Gucci, todo esforço é válido. – Eles começaram a rir.

      Os risos foram interrompidos por batidas na porta e um homem de meia idade vestido de branco entrando.

     — Que bom que acordou Sr. Xiao Xingchen. – ele diz lendo o nome no prontuário. 

    — Então doutor o que meu irmão tem? É grave? É alguma infecção por bactérias? 

    —  Calma Zhan.  Deixe o homem falar. Vamos lá doutor, diga-me tudo e não esconda-me nada. – Diz Xing com sua voz angelical.

   — Nem parece que estava morrendo a duas horas atrás.

O homem ajeitou os óculos de grau na ponte do nariz e olhando as folhas dos exames.

    — Bem, eu garanto para o senhor que não há bactéria alguma no seu organismo causado pelo salmão. Mas por via das dúvidas  mandei que lhe fizessem um segundo exame de sangue para comprovar minhas suspeitas.
 
      — Sem querer sem rude doutor, mas o senhor poderia pular para a parte de dizer exatamente o que tenho? Eu não gosto muito de rodeios e com certeza não gosto de hospitais.

       — Neste caso eu tenho duas notícias para você, a ruim é que vai precisar vir ao hospital com mais frequência. E a segunda é ... Parabéns Sr. Xiao Xingchne, você está grávido!

       —  Oi?- ele parecia chocado. Zhan no entanto tinha um lindo sorriso no rosto.

        — Xing...

        –  Tipo,  Você tem certeza? Quer dizer, grávido de verdade? – Xingchen parecia não acreditar no que ouvia.

O medico entrega o resultado do exame para o ômega que viu a palavra POSITIVO , no final da folha.

     – Filho da Puta, desgraçado,  filho de chocadeira, enviado dos infernos... — Xing começou a desferir vários xingamentos lembrando de Haoxuan.

  Todos pareciam bem chocados com a reação do rapaz, Zhan agradeceu o médico que saiu logo em seguida enquanto o irmão proferia todas as ofensas possíveis.

       — Xing,  se acalme.

      — Me acalmar? Eu vou matar aquele desgraçado de uma figa. Vou arrancar as bolas dele com minhas unhas, fazer picadinho do seu amigo.

   Zhan vai até o irmão e pega em suas mãos.
 
      —  De quem exatamente estamos falando? – Xing recebeu um olhar nada bonito do irmão e entendeu.  – Haoxuan? É sério?  - Zhan tentava não sorrir da histeria do caçula,  sabia como aqueles dois viviam entre idas e vindas aos longos dos anos.

      —  Eu vou fazer picadinho daquele energúmeno e depois esquarteja-lo e depois queimar o que sobrar. Não me importo em ir para a cadeia, você pode criar meu bebê. 

     O alfa ri dos exageros do irmão caçula.

      —  Eu ficaria muito feliz em cria-lo, mas você Tem certeza de que quer que eu faça isso?

      Xing parou por um momento e pareceu refletir.

     — Você tem razão,  não posso deixar você criar meu bebê.  Tenho certeza de que você vai vesti-lo com aquelas roupas cafonas de bebês ou até deixar ele usar camisa xadrez de flanela. Oh céus,  não. Definitivamente não posso deixar meu filhote com você.  – ele diz.

       —  Xing, você se ouviu? Você disse “ seu bebê” .

        —  Eu disse?

      —  Com certeza você disse.

      —  Oh meu Santo Louboutin!  Eu vou ter um bebê. 

Ele põe a mão na testa e Zhan se deita na cama ao lado do irmão o puxando para um abraço,  ele libera um pouco dos seus feromônios acalmando-o.

      —  Você vai ser um pai maravilhoso, prevejo que esse bebê vai ser o bebê mais fashion de todo o Japão.

     — Você acha que consigo?

     — Se tem alguém que pode fazer qualquer coisa nesse mundo é você, e digo mais, fazer tudo isso num salto agulha e bolsa Chanel. 

       —  Obrigado. – ele abraça o irmão.  – Obrigado por está aqui comigo.

       — Sempre estarei, você é meu irmãozinho. – ele beija o topo da cabeça do rapaz. – Agora uma última pergunta, quando você vai dizer para o Haoxuan?

    Xing revira os olhos,  não tinha pensado nisso ainda. Afinal, acabou de descobrir a gravidez.

      — Não sei. Não quero ter que discutir com ele. Ou pior, ter que ouvir dele que eu planejei algo assim.

      — Porque ele pensaria algo assim? Olha eu não me meto nas suas coisas faz muito tempo, mas eu conheço o Haoxuan. Ele não é mais aquele garoto, ele é um cara muito responsável e talvez você devesse dar algum crédito pra ele. Fora que ele jamais diria algo negativo sobre você.

      — Nós temos um passado complicado. Quando eu realmente absorver essa coisa toda de gravidez eu vou tentar falar com ele.

        — Ótimo,  é exatamente o que eu espero de você. Uma atitude responsável. 

        — Zhan?

        — O quê?

       — Eu vou ser um papai!

Xiao Zhan  apert o abraço em torno do irmão caçula lhe transmitindo segurança. Ele estava realmente feliz por ele.

     — Mesmo se Haoxuan não quiser esse bebê, saiba que eu estarei sempre ao seu lado.
 
   Xing voltou a chorar emocionado com as palavras do irmão. Zhan se sentou ao lado dele o mantendo em seu peito deixando que seus feromônios o envolvesse e assim lhe acalmasse. Levou um certo tempo até que Xing adormecesse, ele ficaria de repouso por mais algumas horas.

Depois de um tempo o médico o liberou depois de lhe passar muitas recomendando descanso e os usos das vitaminas essenciais para esse momento.

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Amores...
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