A ira familiar causada por uma 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐂𝐈𝐀 e a bondade do guardião Heimdall unem Midgard, o mundo dos homens e deuses, à Asgard, a cidade dourada, trazendo uma jovem deusa guerreira para um mundo ainda desconhecido.
Longe de sua família e tudo...
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⎊ N a r r a d o r ⎊
A vida humana era engraçada aos olhos dos deuses. O ciclo tedioso entre nascer, crescer, reproduzir-se e morrer chegava à ser extremamente cômico e motivo de piada. Claro, para um ser imortal, viver assim é um completo desperdício.
Zeus, o mais poderoso dos três grandes deuses olimpianos, mantinha sua família nos eixos enquanto podia. Mas algumas vezes aconteciam pequenas rebeliões, desentendimentos ou guerras, o que trazia um certo ânimo para as vidas dos grandes imortais. Era sempre bom ter alguém com quem brigar.
Seus filhos, cunhados, enteados, sobrinhos, netos e bisnetos... A família é grande! Todos eles faziam do Olimpo um lugar divertido, algumas vezes perigoso também. Também tinham as musas, que tratavam do entretenimento do local e quando começavam uma festa ou banquete no grande salão, pode ter certeza que dura por muito, muito tempo...
— Atena, querida, está na hora.
A mulher, que estava repousada em um divã branco como as nuvens e extremamente confortável, ouviu seu nome ser chamado por Ilítia, deusa dos partos, e tomou rumo com a mais velha para a sala de nascimento.
Atena era a deusa grega da estratégia de batalha, sabedoria, artes, justiça, habilidade, força e matemática. Era uma das mais fortes filhas de Zeus, e um dos grandes orgulhos do Monte Olimpo. Agora, Atena carregava consigo mais uma de suas proles. Não que tivesse muitas, mas os poucos que tinha lhe davam orgulho. E essa em especial já tinha uma profecia em seu nome, o que fez com que os mais poderosos deuses tivessem curiosidade sobre o tal bebê.
O parto começou, e Ilítia, com a ajuda de suas ninfas dríades, controlaram a situação para que não houvesse alguma complicação com o bebê de Atena. Assim que nasceu, as ninfas náiades usaram suas habilidades para deixar o bebê limpo, sem algum resquício de sangue, e Ilítia o enrolou em uma manta fina de coloração roxa com bordados brancos. As cores matrizes de Atena.
— Já pensou em algum nome, minha querida? — A deusa questionou, após limpar toda a sala.
— Talissa. — A mulher respondeu, olhando a pequena criaturinha em seus braços com certa paixão. Percebeu o olhar torto e engraçado de Gaia, que acompanhara o parto, e sorriu divertida. — É um nome dos mortais. Achei bonito. Minha pequena guerreira.
— E se a profecia estiver certa, a guerreira que trará paz ao Olimpo. — Atena ouviu a voz cortante e rude como sal de Poseidon passar por seus ouvidos e instintivamente revirou os olhos.
— O que está fazendo aqui? — Perguntou, soando tão áspera quanto o homem e aninhando a pequena Talissa em seus braços.
