RICO (SPIN OFF DA TRILOGIA PERDOAR)

CAPÍTULO 5

É isso aí, tamo voltando aos poucos rs. Vai ser um desafio conseguir atualizar dois contos de vez mas eu topo o desafio rs
Vamos ver o que o destino reserva para o Rico e a Vivienne

***********************************

VIVIENNE THOMAS

Eu sempre busquei ser uma mulher prática nos meus relacionamentos... Odiava aquela parte chata da sedução, dos jogos, flertes, insinuações.... Para mim esse tipo de coisa era forçada, sem graça, no fim, era apenas meios de ter sexo. Eu sempre deixava tudo muito claro para meus parceiros... Seria apenas sexo e então cada um seguiria em frente sem ressentimentos. Estava acostumada a controlar tudo ao meu redor, estava acostumada a medir os homens que eu queria, que eu saberia que ficaria no mínimo satisfeita. Por isso eu os estudava, testava seus reflexos para ter certeza se poderiam abrir mão do controle.

Era sempre um inferno achar um homem submisso.

Eu não era uma dominatrix, ou algo do tipo... Nunca fiz nada extremo, não uso chicotes, fantasias, não uso coleiras... Apenas gosto de estar no controle. E pode parecer bobo mas não é. Alguns homens tem uma masculinidade tão frágil que na mínima ordem que uma mulher dá, eles se sentem diminuídos, como se não fossem homens o bastante para me satisfazer... Bobagem pura!

A prova disso era Enrico ali na mesa ao lado, lindíssimo em seu terno sob medida marcando as coxas musculosas e delineadas, o paletó abraçava seu tronco alongado, exibindo seu porte viril que estava sendo capaz de me causar tortura e pensamentos libidinosos com aquela gravata cor de mel, no mesmo tom dos seus olhos doces. Eu mordo a ponta da caneta imaginando aquele belo espécime amarrado com aquela gravata na cabeceira da minha cama... Se os homens soubessem o quanto ficam lindos com olhares suplicantes e necessitados esperando uma ordem para chuparem uma boceta do jeito que são ordenados, mudariam de ideia sobre serem menos sensuais quando abrem mão do comando.

Seus olhos cor de mel desviam do celular e encontram os meus, arrebatando-me, provocando-me.... Aquele menino sabia fazer isso muito bem... Enrico passa a ponta dos dedos pelo queixo e seu olhar desce para minhas pernas, eu passo as unhas em minha panturrilha vagarosamente e me delicio com seu sorriso safado, gostando do nosso joguinho...

-Vamos para um almoço. Conheço um ótimo restaurante aqui perto.

Ele não pergunta, apenas informa e eu me divirto pegando minha bolsa, aceitando silenciosamente a sua ordem. Claro que se fosse um homem que eu fosse transar, jamais aceitaria.

Enrico sorri de lado e me oferece seu braço, como um cavalheiro. Eu aceito de bom grado e de soslaio vejo os olhares das mulheres ao ver nossa proximidade, na certa achando que estávamos tendo algum envolvimento. No carro, eu me divirto vendo o sorriso largo de Enrico, talvez acreditando que estava me conquistando, que eu estava cedendo ao seu charme.

Assim que chegamos no restaurante, Enrico faz questão de escolher a mesa de frente para o mar azul, um suspiro de admiração foge do meu controle quando encaro aquela paisagem magnífica. Eu sorrio suavemente, fazendo uma anotação mental de caminhar na praia no fim do dia depois do trabalho.

-Já te disse o quanto está linda hoje ? –Enrico comenta quando puxa a cadeira para que eu me sente.

-Sim Enrico, muitas vezes hoje pela manhã. –Comento bem humorada.

-É inevitável não dizer Vivienne, toda vez que olho fico hipnotizado com sua beleza tão única.

Eu não evito uma risada leve, Enrico também sorri, mas não muda o olhar penetrante.

-Tão galanteador, garoto... Acho engraçado seu jeito de paquerar. Cheio de truques...

-Não nego que estou te paquerando Vivienne, mas não é truque. Tenho muitos defeitos mas mentiroso não é incluso no meu pacote de defeitos. Você é incrivelmente linda e muito sensual, sem esforço nenhum.  Escolhi essa mesa de propósito, sei que é apaixonada pelo mar.

-Está mesmo prestando atenção em mim Enrico... –Eu beberico um gole de água.

-Tudo sobre você me interessa Vivienne, absolutamente tudo. Porque sei que além de linda é uma excelente profissional, todos no escritório estão encantados por você.  Minha cunhada fez bem em contrata-la.

-Rico...  A sua sinceridade é desconcertante.–Eu advirto.

-Agora você quer me matar Vivienne... Você acabou de me chamar de Rico mesmo? –Ele sorri largamente. Seus dedos escorregam pela mesa e então logo toca minha mão.

Uma descarga elétrica passa pelo meu corpo, Rico era quente.

-Acho que sim, você é realmente impossível!

-Minha mãe costuma dizer isso de mim. Desde novinho eu sempre fui muito decidido no que queria. Tenho uma irmã gêmea, ela se chama Eloá, acho que é apenas isso que temos em comum... Desde sempre fomos determinados. De resto, eu e ela somos opostos, ela gosta da rotina, é mais introvertida, está com o mesmo cara há uns 8 anos... Eu tenho um irmão mais velho, se chama Miguel, ele é o marido de Maya, que estava no evento com ela, os nossos pais e os pais de Maya eram amigos de longa data e achavam que a relação dos dois deveriam ser como de irmãos, mas com o tempo não foi assim... Foi difícil no começo mas logo todos aceitaram. Hoje eles tem duas meninas lindas, também gêmeas, tenho muitos tios de consideração, muitos primos também, alguns são casados e com filhos, então as datas comemorativas são sempre uma loucura. E quando vem os filhos da minha prima Ana.. é aí que é uma loucura! São oito filhos no total, todos adotados, ela casou com o primo da minha mãe, ele é um ex lutador muito famoso... Se eu falar dos outros iremos ficar o resto do dia falando sobre a história de cada um... Mas me fale mais de você Vivienne. –Rico diz antes de beber um gole do vinho que o garçom acabara de servi-lo.

-O que tem para saber que você não pesquisou no meu instagram ou no meu blog?

-Há muito. Quero saber sobre a sua infância, sua família, seus filmes favoritos, sua comida favorita...

Eu sorrio largamente sem poder evitar, porque ele estava sendo sincero, via o brilho nos seus olhos, cheio de interesse. Mas o que poderia dizer a ele? Que minha família era uma merda? Que eu sofri por anos a fio com bulimia? Que a puta da minha irmã havia fodido com o ex marido de uma das amigas de longa data da minha mãe, que claro, agora era ex amiga e que agora estava noiva dele e eu recebi amavelmente o convite pelo meu e mail?

Nada daquilo me machucava mais, eu sabia que minha família era um lixo e depois dessa traição nojenta, eu definitivamente já sabia o quão baixo poderia ser o nível da minha mãe.

-Quer a verdade Rico? –Sussurro rindo.

-Sempre, como eu já te disse, posso ser muitas coisas, mas mentiroso não é uma delas.  –Ele fala convicto.

-Minha mãe é uma cubana que acha que só porque fodeu com um senador branquelo, usa base dois tons mais claros que sua pele e pinta o cabelo de loiro platinado, faz dela uma mulher branca. Sou fruto de uma relação extra conjugal do senador Thomas que fez questão de nos esconder para não prejudicar sua imagem de homem branco, conservador, que flerta com a Ku Klux Klan. Eu tenho uma irmã gêmea com vários números há menos que eu, cuja a profissão é trepar com velhos ricos, desta vez ela conseguiu fisgar um homem que tem idade para ser avô dela e irão se casar em breve, minha mãe está feliz, pois é para isso que ela criou Verônica, ela já havia sido casado com outro velhote, mas ela foi trocada por outra garotinha mais nova que ela. Eu não falo com elas há um bom tempo, só sei disso porque o escândalo de traição vazou para toda a mídia, pois não é todo dia que vemos um empresário terminar 40 anos de casamento para ficar com outra. Essa é minha família. –Resmungo com um nojo latente.

Para minha surpresa, Rico acaricia meu rosto carinhosamente. Eu engulo em seco, enquanto sustento meu olhar no dele.

Não havia pena ali...

-Seu eu te admirava Vivienne, agora eu consigo admirar mais. Fico muito feliz que você tenha se tornado essa mulher forte e extraordinária, que tem orgulho de ser quem é.

Eu ofego hipnotizada.

Rico tinha finalmente me surpreendido.