Então estaremos juntos

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Então, esse é o último capítulo :(  Espero que gostem, eu fico bem insegura escrevendo finais kk

...

Jungkook mal ouvia o falatório do pai, que
discursava empolgado sobre algum negócio bem sucedido que fizera com a família Jung, em Busan, alguns dias atrás. Ele rapidamente desviou das palavras de Jeon Mingyu, que já tomavam um rumo conhecido: convencer Jungkook a entrar no rumo da política. Seus ouvidos já estavam acostumados com essa mesma ladainha, então com uma boa distração (uma garrafa de Whisky) e uma amaciada no ego de Mingyu ("Uma parceria política nesses tempos de cassação e denúncia é essencial, papai, você foi inteligentíssimo"), Jungkook conseguiu escapar da conversa com o pai. Ele subiu as escadas de mármore da mansão Jeon, andando pelo largo corredor até seu quarto luxuoso. Precisava de um descanso de todo aquele papo de negociação e política. Jungkook abriu a porta do quarto e se jogou na cama, suspirando. Após longos minutos encarando o teto, enfim tomou coragem de se levantar e se arrastar para o banho.

Ele retirou suas roupas caras, jogando-as no chão de qualquer jeito, e entrou na enorme banheira de granito, que já se encontrava cheia de água quente graças a algum criado. Em meio ao silêncio, ele encarava as bolhas e espuma na água morna, pensando em Park Jimin pela vigésima vez no dia. Ah, Jimin... Já não o via há dias, quando tiveram sua maravilhosa noite de amor. Lembrar daqueles momentos fazia suas bochechas queimarem. Jungkook sorriu, sentindo o peito quente com a lembrança dos sorrisos e beijos daquele homem. Mas então se lembrou de sua proposta ousada, e de que Jimin ainda não enviara nenhuma resposta. Sua expressão transformou-se em uma careta triste com o pensamento de que ele devia ter se arrependido, caído na real e percebido que era melhor deixar essa história de lado. Deixar Jungkook de lado. Talvez fosse loucura demais para Jimin.

Jungkook suspirou, passando as mãos molhadas no rosto cansado. Ele demorou pelo menos uma hora no banho, até a pele dos dedos estar toda enrugada e sua mãe bater em sua porta chamando-o para o jantar. Ele se secou rapidamente, pôs a primeira roupa que viu e desceu as escadas até a cozinha, onde a família Jeon se encontrava degustando variados pratos apetitosos.

- Jungkook, isso chegou pra você - Jeon Sumi levantou o braço, um envelope pequeno e dourado em suas mãos delicadas. Jungkook arregalou os olhos, o pensamento de que era uma resposta de Jimin acelerou seu coração - De quem é?

Ele fingiu tranquilidade e andou até a mãe para pegar a carta. Havia um pequeno e delicado selo, e quando Jungkook virou o envelope, havia a assinatura dos Park no verso. A ansiedade o consumiu e ele engoliu em seco. Sua família notou a estranheza em seu comportamento.

- Tá tudo bem, Kook? - Nayeon perguntou, preocupada.

Jungkook encarou os pais e a irmã, que o olhavam confusos. Ele segurou a carta com mais força.

- Eu estou me sentindo enjoado, vou para o meu quarto.

Ele falou e saiu rapidamente, não dando tempo para que ninguém dissesse nada. Subiu as escadas com pressa e voltou até o quarto. Quando adentrou o cômodo, se jogou na cama e abriu o envelope, tirando de dentro uma carta com uma caligrafia adorável e delicada. Jungkook não entendia como, mas tinha certeza de que aquela era a letra de Jimin.

"Querido Jeon Jungkook,

Eu espero que esteja lendo isso sozinho, porque você sabe sobre o quê eu vou falar.
Quatro dias atrás você me perguntou se eu queria fugir contigo, e por mais que eu quisesse muito, eu precisava pensar mais um pouquinho. Foram apenas quatro dias, mas eu realmente senti sua falta. Eu não sei se você sente o mesmo que eu, mas aqui com a minha família, tudo me parece... vazio. Sinto que meus pais não me enxergam de verdade, tudo o que veem quando olham para mim é uma oportunidade de fazer dinheiro através de um casamento arranjado. Aliás, sei que esse casamento com sua irmã seria o único motivo de orgulho de meus pais. Sinto que todo o resto do orgulho que eles poderiam sentir é reservado ao meu irmão. Sinto-me tão deslocado com a minha família. Sempre senti, e é aterrador perceber isso agora. Eu os amo, mas não suporto estar com eles.

O errado é o certoOnde histórias criam vida. Descubra agora