O Medalhão De Peixe.

225 25 38
                                    

Olá! Olá! Eu ganhei essa capa do Jikooklands, foi feita pela CandyH_ e aqui está a fanfic que criei para ela!
Acho que a capista esperava outra coisa quando fez o designe, mas minha mente é imprevisível...
Aproveitem!

&______&

ㅡ Você está levando tudo?

ㅡ Estou, mamãe.

ㅡ Está levando o filtro dos sonhos e o medalhão que te dei?

ㅡ Sim, mãe.

ㅡ Certeza? Não se esqueça de agradecer e aceitar comida se te oferecerem, caso contrário passará fome.

ㅡ Meu Deus, mãe…

ㅡ Coloque o filtro dos sonhos na cama.

ㅡ Mãe…

ㅡ Use o medalhão para dar sorte.

ㅡ Mãe…

ㅡ O medalhão, Taehyung! Não estou te vendo usar! Terá azar!

ㅡ Deus amado!

Abri minha bolsa, peguei o medalhão em formato de peixe e coloquei no pescoço. Fiz um sinal de: pronto?

Mamãe suspirou aliviada e beijou minhas bochechas, ajeitou minha camisa, tirou do bolso um potinho com sal e jogou no meu ombro esquerdo. Mas não era possível!

ㅡ Mãe, pelo amor de Deus, vai ser uma boa viagem! Não precisa de tudo isso!

ㅡ Você sabe que só jogando o sal cegamos o demônio! ㅡ exclamou ela, bufando, suando de preocupação.

ㅡ É, mãe, eu sei, eu sei. Você me diz todo dia desde que nasci. Agora tenho mesmo que ir. Meu avião vai sair sem mim. Te ligo quando chegar lá! ㅡ Beijei seu rosto enquanto girava a maçaneta. 

ㅡ Não corte as unhas à noite nem assobie ou deixe o ventilador ligado! Preste atenção nas pintinhas do rosto de alguém antes de namorar e fique longe de borboletas!

ㅡ Eu sei, mãe! ㅡ Bufei, puxando minha mala até o quintal. Acenei. ㅡ Tchau! 

ㅡ Tchau, meu amor!

Entrei no táxi, dei o endereço do aeroporto e peguei meu celular. O medalhão de peixe era muito pesado; olhei pela janela e após ter certeza de que minha mãe não podia me ver, retirei aquele peixe do pescoço e guardei na bolsa. Também tirei o sal do meu ombro. Suspirei e abri a caixa de mensagens. Avisei a Namjoon que já estava indo.

Joon, estou indo! Te aviso quando chegar aí :D

{...}

Não demorei a estar no avião, apreciando a vista enquanto ouvia música. A felicidade mal cabia em mim! Aquelas eram minhas férias antes de ingressar na faculdade e eu queria semanas longe de casa. Bebendo, dançando, conhecendo todos os pontos turísticos e clubes que pudesse! Além de, claro, ter a companhia de Namjoon, que desde que se mudou para estudar há um ano quase não me via mais. Seriam horas de viagem, afinal, eu estava indo para o Canadá, mas isso não me desanimou! Só me estimulou!

Queria ler, pesquisar e procurar horários de pontos turísticos durante a viagem, contudo acabei dormindo. Acordei com o cara do meu lado avisando que íamos descer. Fiquei bem decepcionado, admito. Porém nada demais!

Desci ao avião, respirei o ar Canadense e adentrei o Aeroporto Internacional Toronto Pearson. Quase chorei!!!

A emoção me dominou assim que pisei na rua. Meu Deus, eu estava na América!! Entrei em um táxi ㅡ um táxi amarelo!! ㅡ e chequei meu celular. Havia várias mensagens de minha mãe repetindo os rituais que me trariam sorte a blá blá blá. Apenas agradeci. "Não esqueça do medalhão"!, ela disse. Eu jamais esqueceria, pfff. Esperava derrubar aquela coisa em algum buraco. Tinha uma mensagem de Namjoon; uma nem tão boa.

Joon: Lamento, Tae, tive que viajar de repente, minha tia ficou doente! Mas pode ir pro endereço que te dei, meu colega de apartamento tá lá. Chego em umas duas semanas! Te amo, bro.

Ah, tudo bem. Melhoras à sua tia! Também te amo.

Certo, Namjoon não estava em casa ainda. Ainda. Ele estaria. E aquilo não tinha nada a ver com o medalhão e o sal que tirei do ombro. Não tinha. Respirei fundo.

O táxi parou, paguei o taxista e entrei no prédio. Era um condomínio legal. Foi ao subir as escadas que percebi que suava frio. Mas por quê? Qual é, Taehyung, foi só um contratempo! Vai ficar tudo bem!

ㅡ Vai ficar tudo bem, vai sim. Relaxa, Taehyung, relaxa ㅡ repeti a mim mesmo enquanto andava até a porta. O número da porta era o 4. Meu Deus. ㅡ Tudo bem, tudo bem…

O quatro não era mal sinal. Não era mal sinal. Eu estava na América, estava no Canadá e lá o quatro não significava nada. Nadinha. Tudo bem.

Pigarreei e toquei a campainha. Ouvi um "Já vai". Devia ser o amigo de Namjoon. E se é amigo do Nam, é boa gente! Estava inquieto e animado ㅡ ansioso também, não posso mentir. A porta foi aberta por um garoto também coreano, o que não foi tanta surpresa, pois ele e Joon se conheceram no intercâmbio. O menino sorriu.

ㅡ Você deve ser o Taehyung. Entra aí, cara.

ㅡ Obrigado. Você é?

ㅡ Jungkook. Jeon Jungkook. Seja bem-vindo.

Entrei puxando minha mala. As paredes eram laranjas, tinha uma televisão grande, um sofá cinza e uma poltrona marrom. Havia refrigerante e salgadinhos sobre a mesinha de centro.

ㅡ Tem só um quarto, você deve saber. Pode ficar na cama do Joon enquanto ele viaja. É a porta da esquerda. Deixa suas coisas lá.

Agradeci mais uma vez. Caminhei até o quarto e deixei minha mala em cima da cama de casal, que estava livre. A de solteiro no canto tinha livros espalhados. Estava morrendo de fome; será que tinha comida pronta?

ㅡ Jungkook, vocês têm…

Congelei no corredor. Engoli em seco. Jungkook estava deitado no sofá, vendo série e entre seus lábios estava um cigarro. Mas não um cigarro, não, era aquele tipo de cigarro. Maconha.

Jesus. Maconha. Eu estava no lar de um maconheiro.

ㅡ Ah, desculpa, quer fumar também?

Neguei com a cabeça, corri até o quarto, abri a bolsa e coloquei o medalhão de peixe.

Merda! Por que não escutei minha mãe?!

&______&

Explicando a superstição:
O filtro dos sonhos acho que vocês conhecem e o medalhão é coisa da família Kim.
Na coréia se acredita que coisas ruins nos acontecem porque em nosso ombro esquerdo mora um anjo do mal. Jogando sal ali, o cegamos.
Cortar as unhas à noite é ruim porque dizem que um rato vai comê-las e assumir nossa forma humana. Sim, gente, isso é real, a mãe do Tae não é maluca, não.
Dormir com o ventilador ligado não pode, o ventilador pode nos matar.
Assobiar à noite atrai cobras.
O número quatro é um número de azar na Coréia.
Dizem que pessoas com pintinhas perto da boca não são confiáveis em relacionamentos.
E, por fim: acredita-se que se tocarmos uma borboleta e coçarmos os olhos, ficaremos cegos.
Enfim, até!!

Red Forest Onde histórias criam vida. Descubra agora