Um Recomeço Para Um Jovem Sem Esperança - Deku Villan

Começando

~Uraraka~
Eu sou Ochaco Uraraka, tenho o desejo de ajudar minha família, não temos dinheiro o bastante pra manter o negócio, gosto de ajudar ou outros além da minha família, então eu consigo ver que ser uma heroína é uma ótima oportunidade. Assim, posso trazer fama ao negócio da minha família, ganhar dinheiro e ainda assim fazer algo gostoso para mim.
Antes, eu não tinha essa grande vontade de ajudar as pessoas, mas um dia por acaso eu vi alguns meninos indo bater em um garoto sozinho, ele tinha cabelos esverdeados e parecia fraco, algo nele gritava por ajuda. Então, naquele momento, eu apenas parti para atender seu pedido. Por outro lado, foi ele quem acabou me ajudando: um dos meninos tentou me atacar, mas ele agiu rápido fazendo o garoto perder a oportunidade. Naquele momento, o garoto de cabelos verdes não parecia mais fraco e precisar de ajuda, ele parecia cheio de si me levando pra longe.
Agora, aqui estou eu, dois anos depois daquilo, sentada em uma cafeteria, acabo de ser deixada sozinha pelo garoto Midoriya dos cabelos verdes. Nesses dois anos ele ficou mais forte, está musculoso, passa mais confiança, entretanto ainda tem um olhar triste que pede ajuda. Ele saiu correndo porque acaba de ver sua mãe caindo de um prédio, estou ansiosa com isso, quero saber se sua mãe está bem, se ele está bem. Me lembrei do celular, havíamos trocado nossos números, começo a digitar uma mensagem para ele: Deku, quando as coisas se acalmarem me diga se está tudo bem, ok?
Depois de enviar a mensagem, peço a conta e percebo, eu teria que pagar as duas contas, bom ele merece um desconto, pago e saio na direção de casa.
~Midoriya~
- Deixe-me te ajudar a limpar essa sociedade! – grito com perna ainda presa no gelo.
- Se acalme garoto – ele fala começando a tirar minha perna do gelo – preste atenção esse não é o mundo que você pensa. Ainda é jovem, possui um bom cora – ele é interrompido por mim.
- Eu sei, eu pude ver bem o que fez com ele – digo apontando para o cara sem cabeça.
- Então por que ainda quer fazer parte de algo assim?
- Minha mãe, ela morreu hoje no ataque daquele cara cheio de músculos que lutou contra o Endeavor, mas não foi o vilão a causa disso. Agora eu consigo entender suas falas sobre limpar essa sociedade.
- Eu senti que o encontraria de novo, mas não em uma situação assim e nessa velocidade. Então, qual ajuda você quer?
- Quero aprender a utilizar facas e lutar, parece ser um cara experiente e habilidoso com elas, você pode me ensinar?
- Não é assim, Midoriya. Além disso eu não ganharia nada com isso apenas mais um peso.
- Olha eu perdi tudo, o que posso lhe oferecer é apenas meu conhecimento sobre quirks e levar seu legado adiante, eu preciso aprender a matar, quero ir atrás do atual número 2, mas não tenho poder ou força o suficiente para isso, preciso ser certeiro e fatal.
Ele dá uma pausa em suas falas e finalmente me tira do gelo.
- O que você quer dizer com “conhecimento de quirks”?
- Eu tenho alguns cadernos aqui comigo, passei anos fazendo anotações sobre todos os super-heróis que eu via, analiso suas habilidades e suas fraquezas, tudo anotado.
- Isso parece ser muito útil garoto, deixe-me dar uma olhada em um deles dependendo talvez eu te aceite como meu aprendiz.
- Claro – falo abrindo minha mochila.
Eu entrego a ele o meu volume menos estragado mais recente, caderno 12, tenho um volume completo depois desse, mas o Kacchan o explodiu um tempo atrás, não chegou a destruir completamente, ainda assim não está em boas condições.
Stain dá uma boa olhada nas minhas anotações e acredito que tenha achado algumas interessantes. Ele finalmente para de ler.
- Jovem, vejo seu potencial aqui, você com certeza seria um ótimo assassino com essas habilidades de observação, entretanto realmente não quero colocar você nesse mundo.
- Stain, por favor, eu preciso de treino e vou entrar nesse mundo por mesmo que custe minha vida, posso não entrar com você, mas eu já não tenho mais motivos para voltar pra casa.
Naquele momento, ele parecia relutante, mas então ele me olha de novo e seu olhar está decidido. No mesmo momento, ele avança em minha direção tirando uma de suas facas, por reflexo consigo desviar no último instante, ele faz um pequeno corte no meu rosto mesmo comigo desviando. Vou encarar sua reação como a decisão de me treinar, afinal se não for isso eu não saio daqui vivo.
- Olha só seus reflexos são ótimos – diz ele se virando pra mim novamente.
Percebo sua nova intenção de ataque, mas dessa vez ele parece querer vir com menos velocidade pelo seu posicionamento. Ele age como eu havia previsto, vem para uma sequência de golpes, eu desvio completamente da maioria deles, os anos apanhando e treinando musculação não foram atoa afinal.
- Garoto, segunda lição você não pode vencer sem atacar, a primeira lição parece não ser necessária já que sua reação é de alguém sempre pronto para ser atacado.
Bom, ele está certo, mas ele tem uma faca e eu estou desarmado, não acho que estou lidando com apenas uma lição de cada vez. Ele continua sua sequência interminável, eu busco brechas para acerta-lo, mas ele tem poucas. Então no momento dele me acertar um de seus golpes eu percebo uma pequena abertura, aproveito essa chance e o atinjo na região do abdômen com um soco forte de baixo pra cima. Nessa hora ele recua.
- Muito bem garoto – disse levando sua mão aonde eu havia o acertado – Você tem um punho firme.
- Me descul– ele me interrompe.
- Não peça desculpa, eu estava te atacando!
- Ok, entendido.
- Midoriya eu vou precisar treinar bastante você, mas não em físico e sim psicológico, precisará de uma mente forte para a forma que agiremos. Lógico, vou treinar seu combate também.
Fico contente, mas ainda preciso descansar a mente, minha mãe acaba de morrer e isso é apenas um pequeno passo para vinga-la.
- Stain, eu fico realmente agradecido onde iremos treinar? – pergunto curioso.
- Garoto, não posso correr o risco de ficar em um lugar por muito tempo, se realmente pretende entrar nessa vida vai ter que abandonar tudo.
Não tinha pensado nisso, ele tem toda razão, não podemos ficar parados, ele me tornara um assassino se ficarmos em um só lugar logo seremos pegos.
- Eu entendo o que está falando, quero ficar aqui pelo menos até poder enterrar minha mãe, tem que haver uma forma para eu me comunicar com você quando isso acontecer.
- Vamos fazer assim então, não cometerei crimes contra nenhum herói até enterrar sua mãe e te treinarei nesse meio tempo, enquanto isso você viverá normalmente.
- Pode ficar lá em casa se esse é o caso, não há ninguém mesmo.
- Ok, farei assim então.
E assim fizemos: seguimos até minha casa, coloquei Stain para dormir em um colchão no meu quarto e ele deitou. Antes de dormir, reparo que há uma mensagem no meu celular, abro e vejo ser da Uraraka, ela parece preocupada, foi um pouco depois de sair de lá. Respondo a mensagem falando que minha mãe faleceu com aquilo e dizendo que pretendo sumir por um tempo. Depois de responder deito em minha cama e vou dormir.
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Já é de manhã. Hoje é domingo, então estou completamente livre. Faço minha rotina diária de exercícios, mas hoje decidi aumentar um pouco para 100 flexões, 100 abdominais, 100 agachamentos e 10 km de corrida. Foram bem cansativos sinceramente, afinal é minha primeira vez fazendo esse tanto de exercícios.
Assim que chego em casa, escuto o telefone tocar e quando atendo é minha escola avisando que estão cientes do ocorrido, então não preciso comparecer na próxima semana. Isso me alivia, pois assim terei mais tempo para me entender comigo mesmo e treinar com Stain. Ao mesmo tempo do fim da chamada, Stain aparece avisando nossa saída para treino.
Saímos e vamos até um prédio abandonado, chegando lá ele me diz que vendara meus olhos, pois vai melhorar meus sentidos e minha agilidade. Fui colocado no meio de um andar vazio apenas com paredes e colunas, ele havia dito que começaria leve, espero ser realmente leve.
Sinto sua aproximação, mas já sinto ela muito próxima de mim e ele me atinge com um soco.
- Midoriya concentre-se, você não conseguira lutar nem com uma mosca assim.
- Certo! – eu grito em resposta.
Ele se distancia e eu tento concentrar toda minha atenção ao meu redor, sinto melhor sua presença agora, mas não posso dizer com certeza aonde ele está, ele chega pela minha frente, meu tempo de reação é melhor agora, mas ele desfere o golpe em mim mesmo assim.
~~~~
Já faz algumas horas que estamos nisso, estou muito melhor agora, mas mesmo assim não é o suficiente. Acabamos de reiniciar, o sinto na minha direita ele parece estar pronto, consigo ouvir sua passada, está vindo, ao chegar ele tenta acertar um golpe em mim de cima para baixo com suas mãos fechadas, eu desvio rapidamente, então ele reage com uma sequência de golpes, primeiro tenta desferir um golpe com sua direita, passando direto por mim quando me abaixo, desce com sua mão esquerda esperando que essa fosse minha reação, mas desvio novamente agora indo totalmente para a direita, ele tenta acertar-me um chute, mas eu pulo o fazendo acertar o vento.
Depois dessa bela sequência ele se empolga um pouco e se solta, me acertando bem.
- Muito bem jovem – disse ele sorrindo – você melhorou muito em apenas um dia de treino. Amanhã começaremos o dia já pegando mais pesado.
- O que? Já terminamos? Ainda posso continuar, posso seguir com o treino até realmente não aguentar mais.
- Midoriya, o treino é importante, mas você não pode exagerar se pegar pesado isso pode trazer resultados negativos no futuro – disse expressando uma preocupação inesperada.
- Mas...
- Sem mais garoto, temos um descanso a fazer.
- Ok.
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Passamos um bom tempo treinando durante a última semana. Algumas pessoas do hospital ligaram e disseram que minha mãe já poderia ser enterrada, entretanto precisam de uma funerária para enviar o corpo. Eu disse a que havia conseguido e os preparativos demorariam um pouco. Estavam fazendo um preço menor para mim por pena, eu aceitei, afinal não temos tanto dinheiro sobrando e por causa disso demoraram um pouco mais para terminar os preparativos.
Mas, agora ainda preciso me concentrar. Stain tem pegado mais pesado, começou a lançar facas antes de vir para cima e quando vem ele está empunhando sua katana. Sinto um movimentação no ar há uma faca vindo na minha direção da minha esquerda, eu desvio facilmente, parecem vir mais duas uma da minha frente e outra um pouco mais a direita, sendo assim é provável que a próxima venha da direita, entretanto a movimentação vem novamente da minha frente, ele está tentando confundir meus sentidos.
Ele finalmente avança, vem de trás, quando se aproxima seu corte é preciso em diagonal para dificultar meu desvio, mesmo assim eu o faço e me preparo para o próximo ataque, agora seu corte é horizontal da esquerda pra direita, eu pulo dando um mortal lateral desviando de qualquer arranhão, tentando me atingir novamente agora seu golpe é vertical de baixo para cima, mas antes que ele possa completa-lo eu atinjo suas costelas para finalizar o treino.
- Jovem, eu esperava que fosse promissor, mas isso é algo realmente impressionante, levei um mês para pegar essa técnica e você em uma semana já está naquele nível. – diz ele me olhando deslumbrado.
- Obrigado – digo secando todo meu suor – bom, como havíamos combinado vou me encontrar com Uraraca.
Ela me chamou ontem para sairmos e para me ajudar a tentar esquecer o que houve. Eu conversei com Stain, achou que não haveria problema como não agimos ainda contra os heróis.
Vou para casa tomo um banho, visto uma calça jeans, uma blusa branca e um casaco aberto azul e saio, combinamos de nos encontrar no shopping de novo, mas agora queremos ver um filme, ela pediu que fosse de minha escolha o filme e eu preferi um de comedia.
Chegando lá eu a procuro, quando vejo ela está parada olhando o horário na frente do cinema com um vestido marrom estampado com flores brancas e mais uma vez está linda. Eu me aproximo chamando sua atenção.
- Você está bonita – falo querendo morrer de tanta vergonha, mas sem deixar transparecer.
- Virou galã? – diz ela rindo – Mas obrigada e você também tá bonito. Que cicatrizes são essas?
- Obrigado – digo rindo – Não são nada demais só alguns machucados. Vamos?
- Vamos.
Então compramos os ingressos e entramos para a sessão, não estava cheia, na verdade estava mais vazia do que eu esperava. Assistimos o filme, rimos bastante e ela não comenta nada sobre qualquer coisa envolvendo família, apesar de perceber tornando seu esforço desnecessário fico agradecido internamente.
Quando saímos depois do fim do filme ouvimos barulhos estranhos e de repente escombros começam a cair e um deles parece cair na nossa direção.