⋆𝔭𝔯𝔬𝔩𝔬𝔤𝔲𝔢

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A neve caía calma e periodicamente, anunciando finalmente a chegada do inverno à Corte Noturna. O vento rugia ferozmente e os pássaros não mais cantavam.

Na Casa do Vento o círculo íntimo da corte se juntava em frente à lareira que crepitava sem pausa. Espalhados, mas ao mesmo tempo todos juntos, eles desfrutavam da própria companhia junto de várias garrafas de vinho.

Para Feyre, assistir os amigos beber vinha sido tortura há alguns meses. Principalmente quando Cassian resolve provocá-la. A Grã-Senhora ocupava a mesma poltrona que o marido, Rhysand, que por sua vez tinha a mão acariciando em uma conversa unilateral com a barriga saliente da parceira, esboçando um sorriso de orelha à orelha.

Morrigan balançava a taça quase vazia, novamente, enquanto conversava banalidades com o general Illyriano. Amren estava com eles também, e como sempre, lutava contra a vontade de arrancar as bolas de Cassian. Nestha estava junta de Elain, as duas dividindo uma pequena mesa onde havia petiscos. A Archeron mais velha não poupava olhares na direção do macho de cabelos compridos. Ela pode até ser relutante sobre tudo que acontece entre ela e Cassian, mas seu corpo não nega a atração.

Azriel era o único sozinho ali. Ao lado da lareira, quase se fundindo à parede, o mestre espião da corte aproveitava o seu próprio silêncio em meio aos pensamentos. As sombras lhe faziam companhia, contudo. A inquietação do macho era anormal. Encarava a vidraça do seu lado esquerdo, onde havia uma pequena varanda sem grades.

Com um desconforto no peito, preferiu a companhia do ar gélido noturno. Suas sombras se tornaram ainda mais espessas, quase como uma capa sobre ele. Mais estranho que isso, seria que os sussurros cessaram. Com as mãos nos bolsos da calça simples que usava, suspirou. Mas o que é que havia?

Aguçou os ouvidos, mas nada. Lançou algumas de suas sombras e teve o mesmo resultado. Ao menos sabia que Velaris estava segura de qualquer ataque, o que o tranquilizava de certa forma.

Com o cenho franzido, encarou o céu estrelado, e principalmente a Lua, que brilhava como nunca.

Uma inquietação atrás de si tomou sua atenção, e Azriel se virou, tendo tempo de encarar uma Elain pálida de olhos nublados. Atravessou pelas sobras a tempo de apoiá-la pela cintura enquanto todos se aproximavam rapidamente assustados. Alguns segundos depois, Elain se soltou de Azriel, pegando as mãos de Feyre num aperto firme, sua voz soou, num rouco sussurro:

- Ela voltou. E quer vingança. - e a loira de olhos castanhos deixou a escuridão lhe levar, sendo apoiada novamente por Az, que encarava sua família, que assim como ele, sustentavam olhares confusos e temerosos.

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𝐂𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐋𝐚𝐜̧𝐨𝐬 𝐞 𝐌𝐞𝐦𝐨́𝐫𝐢𝐚𝐬 Onde histórias criam vida. Descubra agora