Capítulo 10

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Adônis

Depois de chegar em casa ajudo a Pietra a descer do carro enquanto ela resmunga, sem chance de discussão levo ela pra minha casa, eu não ia deixar ela bebada sozinha na casa dela.

— ei eu quero ir pra casa - ela diz

— você não tem a mínima condição de ficar sozinha em casa, eu vou cuidar de você e quando você estiver melhor se quiser pode vir pra sua casa - digo firme.

— onde ta minha jaqueta ? - pergunta e eu rio

— não faço ideia, quando você me agarrou ja estava sem ela - digo

Entro com ela na minha casa, minha mãe provavelmente está dormindo, ja passa da 00:00, passo com a Pietra direto pro meu quarto — você consegue tirar sua roupa?

— agora voce me quer ? - pergunta

— não, você precisa de um banho - digo ajudando ela ir ate o banheiro, deixo o mesmo ligado na água gelada - toma o banho eu vou fazer um café forte pra você - passo por ela deixando um beijo em sua testa e saindo do quarto.

Na cozinha coloco a água pra ferver, enquanto penso em tudo que aconteceu essa noite, o beijo com a Pietra, a forma como ela tinha sorrido pra mim algumas vezes aquela noite, a forma livre como ela se divertia pelo menos uma vez nesses últimos dias, eu não podia fazer nada, a pesar de querer.

Assim que água termina de ferver, eu passo o café, e vou ate o banheiro ve se estava tudo bem, mas pra minha surpresa encontro uma Pietra sentada no chão do banheiro, enquanto a água gelada cai sobre ela, ela chora.

Deixo o café na mesinha do quarto e me abaixo perto dela, sem me importar em estar me molhando — Pi ta tudo bem ? Por que ta chorando?

— por que eu to cansada dessa vida, to cansa de me sentir sozinha, cansada de me sentir rejeitada - suspira - meu pai me rejeita, eu mal tenho amigos e o único cara pelo qual eu me apaixonei a minha vida toda me rejeita também, isso dói - ela me encara com seus olhos vermelhos - agradece a Deus por você nunca ter se sentido assim.

— vem, vamos sair do chuveiro - única coisa que consegui dizer nesse momento, ela tinha razão eu nunca tinha passado por isso.

Ajudo ela se levantar, e sem querer meus olhos passam pelo seu corpo perfeito enfeitado por uma lingerie branca, que agora esta totalmente transparente, respiro fundo tentando me controlar, ela estava bebada e mesmo que ela dissesse que queria algo ela realmente não estava em condição.

Enrolo seu corpo na toalha, e a levo pro quarto, enquanto ela se senta na minha cama entrego a xícara de café pra ela beber.

— eu posso dormir aqui hoje ? - pergunta

— pode sim, não quero te deixar sozinha nesse estado

— é so por isso mesmo, ou você sente algo? - ela larga a xícara e aproxima seu rosto do meu quase encostando nossos lábios - foi tão ruim assim me beijar? - pergunta

— foi bom pra caralho - digo sem pensar

— e se eu quiser de novo ? - sussurra de forma sedutora

— isso não é certo, não podemos - digo com o restinho de juízo que ainda me resta

— você quer ? - pergunta

— não podemos - digo

— não foi essa a minha pergunta Doni, eu perguntei se quer me beijar - ela diz

— foda-se - murmuro antes de puxa ela pela nuca acabando com a mínima distancia entre nos e beijando seus lábios com vontade, eu não vou ser hipócrita e dizer que não queria beijar ela, muito menos que tinha desejo por ela.

Separamos nossos lábios com dificuldade, ela ali de lingerie não era bom continuar com isso, ela estava quente eu também, mais isso não era certo, principalmente pelo seu estado.

Ela sorri de lado, como se tivesse provado algo pra si mesma, depois pega a caneca bebendo tudo praticamente em um gole só.

Depois entrego uma camiseta e uma cueca pra ela vestir e a deixo sozinha enquanto coloco sua roupa na secadora, quando volto ela ja esta vestida, vou ao banheiro tirando minha roupa molhada, colocando uma calça de moletom e logo voltando pro quarto encontrando ela deitada na minha cama, então apago tudo deitando ao seu lado.

— posso abraçar voce ? - pergunta

— pode - sussurro

Ela aninha seu corpo ao meu e eu suspiro, o calor dos nossos corpos juntos era algo muito bom — boa noite Pi

— boa noite Doni - diz.

[...]

Pietra

Acordo com a cabeça doendo, é minha boca parecia que tinha um gambá nela ‒ aiii ‒ resmungo com a mão na cabeça, e ouço a risada do Adônis

— bom dia ‒ trouxe esse remédio e o suco pra te ajudar a dor de cabeça ‒ me entrega o copo e o remédio

— obrigado ‒ bebo o remédio e um gole de suco ‒ meu estômago tá estranho ‒ resmungo entregando o copo pra ele.

— foi pela bebida, ontem claramente deu pra perceber que você não é de beber

— realmente, ontem eu surtei legal - digo rindo fraco

— você lembra de tudo que fez ontem? - ele pergunta receoso

— sim, eu lembro que te beijei duas vezes, to consciente disso - digo

— foi bom, eu gostei e queria, mais isso não pode acontecer de novo - diz e eu sorrio de lado

— então tente resistir a mim Doni - digo sapeca roubando um selinho dele e indo pro banheiro, tenho certeza que ele esta parado la ate agora com cara de panaca.

Escovo os dentes com a mesma escova da outra vez, aparentemente ele guardou ela, lavo o rosto, visto minha roupa de ontem que estava dobrada aqui no banheiro, Doni deve ter deixado aqui, e saio encarando ele parado na porta.

— você é uma pequena provocadora - ele diz

— Doni você quer, eu também, mas você pensa demais, então se não quiser é so resistir a mim, ou me dizer que não quer - explico

— eu não vou mentir dizendo que não quero, por que eu quero - ele suspira — você pra mim é como uma maldita sereia - ele diz e eu a encaro confusa

— por acaso eu tenho cara de alguém que abriria mão de ser um ser magnífico pra ser uma humana sem graça por causa de macho ? - pergunto rindo

Ele gargalha — estou falando das sereias de verdade, não desse conto problemático da Disney - ele explica

— tá me conte a história dessas tais sérias reais que você diz - digo

— antigamente era contado que sereias não eram um ser bom, elas eram incrivelmente bonitas e cantavam lindamente pra atrair os navegadores e afundar seus barcos - ele diz e eu arregalo os olhos

— credo, então pra você eu sou alguém bonito mais ruim ? - questiono fazendo careta

— não, claro que não - suspira - o que eu quero dizer é que você é bonita e não importa o quão eu tente afastar de você, mais perto eu fico, você me atrai como as sereias atraiam os marinheiros - digo

— e você se sentir atraído por mim é tão ruim assim ? - pergunto

— não que seja ruim, mais convenhamos você é rica eu sou pobre, você é a princesa e eu o plebeu que está aqui simplesmente pra servi-la

— la vem você com esse pensamento atrasado - digo revirando os olhos

— eu sei, mas é a realidade boneca, somos de mundos diferentes e nunca seríamos aceitos, principalmente pelo seu pai - diz

— talvez eu seja mais como a pequena sereia mesmo, que desistiria de tudo pra ser só sua - digo chateada saindo do seu quarto direto pra casa, Mas se ele ta achando que isso vai ficar assim ele esta por fora, ele não conhece meu lado provocadora.

Meu Guarda costas ( em revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora