ANIME PRIMOS😳

02 | Temporada 1

Quarta-feira. A manhã seguinte a apreensão feita na Legend Arena, onde Marcus ADM foi levado pela polícia como responsável pela rede de apostas e outros problemas que foram explanados de forma manipulada pelo youtuber M**** do I***** A****. 

Num apartamento modesto dentro de um dos prédios do subúrbio de Neo Copa, Vintão levantava da sua cama surrada no quarto escuro, sem entradas pra iluminação. O moreno alto deu um suspiro e pegou um pano na cabeceira da cama para limpar as próteses mecânicas que tinha no lugar dos braços. Ao olhar para os encanamentos nas pontas dos dedos, deu um tímido e solitário sorriso de canto ao se lembrar de como tinha terminado daquele jeito, mas logo sua expressão se fechou de novo. Seu melhor amigo estava preso.

Ainda com sono, Vintão esfregou o rosto, se levantou e se vestiu. Como de costume, checou as suas mensagens, e havia uma notificação de Casalves, o ganso ciborgue que sempre está com Marcus para lá e para cá. O ADM havia sido preso na noite anterior, a Legend Arena havia sido fechada, algo precisava ser feito e talvez a "pessoa" mais organizada possível pra conversar sobre uma possível solução era o "Ganso Analista".

— Uma reunião dos primos... — era de se esperar. Rapidamente o rapaz tomou o banho e se organizou, foi saindo apressadamente. Sua mente estava completamente tomada. Estava tão distraído que sequer viu a sua mãe deitada no sofá, com a televisão ainda ligada.

— Filho? — Vintão parou na frente da porta e olhou para ela, antes de sair.

— Sim, mãe?

A mãe dele delicadamente se sentou no sofá, parecia um pouco cansada. O ambiente de Neo Copa não era tão favorável para os mais velhos — Eu... — Vintão se virou, ajeitando sua bolsa — Vi o noticiário de hoje cedo — Vintão ficou calado e rapidamente sua expressão se tomou por uma onda de tristeza. Ele não queria que sua mãe se afetasse por aquilo, já que Marcus era como um filho ou sobrinho para ela — Aquilo é verdade? Marquinhos fazia tudo aquilo?

Balançando a cabeça e cerrando o pulso metálico, ele olhou triste para a sua mãe — Não exatamente, mãe, foi uma armação.

— Mas todo mundo sabe que as coisas são erradas por lá.

— São, mas não do jeito que estão espalhando.

Vagorosamente, ela foi se levantando, enquanto Vintão refletia calado sobre a situação — Ele é um bom menino, eu sei — ela abriu o armário e pegou um retrato fotográfico impresso, isso era raro e geralmente só guardavam como uma relíquia ou lembrança muito especial — Sempre sorridente, mesmo sendo triste — disse caminhando na direção do seu filho — Lembro do dia em que ele te salvou.

— Sim... — Vintão recebeu a foto em suas mãos. Era ele e Marcus sorridentes após brincarem na chuva na rua a frente da sua casa.

— Ele chegou em casa de noite, um menino com a roupa toda suja... — Vintão estava hipnotizado pela foto, enquanto ouvia a lembrança e a sentia — Ele diss: "não deixe seu filho sair a essa hora" — sua fala seguiu de uma risada — Quem ele pensa que era? Um moleque de 13 anos me dando lição de moral, é mole?

Vintão deu um sorriso trêmulo — Ele era o cara, ele é o cara, sempre foi!

— Ele é o irmão mais velho que você precisava para crescer — as lágrimas se formavam nos olhos dele — Mas Marquinhos sempre foi de brigar — relembrou, segurando as mãos do seu filho — Ainda bem que ele mudou, né?