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Olà pessoas!
Aqui está mais um capítulo de Impur, que ba verdade deveria ter sido parte do capítulo passado, se eu não fosse tão ansiosa.
Obrigada a todo mundo que comentou. Os comentários de vocês são literalmente meus maiores incentivos!
Capítulo betado pela linda da BrunaCordeiro495
💕
Boa leitura gente! 

Ah, o wattpad acabou com a minha formatação e comeu todos os meus italicos.

『 ♛』


"Você tem que ser suficientemente forte para se dispersar sem ser destruído." – Anne Rice.


 
Luke acordou por sentir o repuxar. 

 

A impressão era de estar numa teia de aranha, no centro dela e cercado pela mais perfeita paz e eventualmente sentir que uma mosca havia se enroscado nos fios, ficando mais e mais presa à medida que se debatia para sair dali. 

 

Luke era a aranha e o tremor que a mosca causava em sua teia vinha de Ashton e era sempre um sinal. 

 

Eles chamavam aquilo de laço: o que ligava o criador com a criação. 

 

Luke tinha sido o responsável por transformar Ashton, fazê-lo deixar de ser um humano e depois de três sofridos, dolorosos e extremamente longos dias, de uma transformação que talvez fosse matá-lo ao invés de recriá-lo como imortal, o garoto acordou como vampiro. 

 

O laço existia entre todo e qualquer vampiro sangue puro e os humanos que ele transformou, mas mudava de intensidade. A profundidade do laço variava de acordo com o quão próximos eram os dois envolvidos em quesito sentimental, e Luke honestamente nunca ouviu falar antes de um laço tão profundo quanto aquele que dividia com Ashton. 

 

Enquanto vários sangue-puro só sentiam alguma coisa quando tudo estava no nível crítico, próximo a explosões de fúria ou riscos de vida, qualquer ondulação mais intensa nos sentimentos de Ashton já era percebida por Luke e isso era uma dor de cabeça sem fim, para quem sabia o quão rápido os sentimentos de Ashton podiam variar. 

 

Mas ao mesmo tempo o controle de Luke sobre ele era maior. Luke conseguia puxar o laço – o que soava como se fosse físico, mas na verdade não era – e impedir Ashton de fazer alguma coisa. Obrigá-lo a lutar contra a vontade que tinha, se sentir preso, travado, limitado. 

 

Mas Luke só tinha feito isso uma vez e fora quando ele cometeu aquele massacre. Quando Luke entendeu o quê estava acontecendo, puxou o laço com tanta força que quando Ashton foi encontrado, ele estava espasmando, se contorcendo no chão e gemendo de dor. Demorou dias para que a dor – que não tinha fonte física, mas era sentida por ele como tal – fosse embora de vez e Luke entendeu que não podia depender daquilo para parar Ashton. 

 

Porque quando Ashton fazia alguma coisa errada, Luke ficava tão desesperado para pará-lo, que puxava o laço forte demais. E a realidade é que ninguém fazia a menor ideia do que podia acontecer caso aquilo fosse constante ou se Luke acabasse puxando mais forte do que daquela fatídica vez.


Podia ser que Ashton ficasse sequelado em algum nível. Na época, Luke achou que ele iria sentir dor pelo resto da vida e ficou feliz por estar errado. 

 

O laço não era uma brincadeira. Luke não o tratava como uma. 

 

Não precisou andar muito para encontrar Ashton. Ser um vampiro tinha suas vantagens e Ashton ainda fazia uma coisa muito humana e muito fácil de rastrear quando não estava tentando se esconder por aí: respirar. 

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