Capítulo Dois

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— Porra, Morgan. Caralho. — xingou Audrey ao sentir o álcool sob o ferimento.

Morgan era extremamente habilidosa com sutura, não se esperava menos de alguém que ama algo leve e afiado.

— Fique quieta! — pediu ao se afastar para pegar agulha e linha.

— Você está ferida? — perguntou Audrey preocupada. A mesma pode ver alguns hematomas ficando roxo no rosto da amiga e um pequeno corte no lábio.

— Estou bem. Você no caso não está, como sempre.

— O que quer dizer com isso? — perguntou Audrey em um tom áspero.

— Quero dizer que você não deveria ter feito o que fez. Apenas isso.

— Me poupe de sermão, tá legal?!

Morgan revirou os olhos e se sentou novamente. O primeiro toque da agulha perfurando a carne cortada fez com que Audrey gemesse de dor. O procedimento durou poucos segundos, afinal o corte era pequeno porém profundo, nada com que Morgan não soubesse lidar, há anos a amiga sempre cuidava dos ferimentos de Audrey.

Morgan lembrou de uma briga feia que houve em um bar, Audrey odiava ficar quieta e adorava qualquer brecha que pudesse ter para uma boa briga. Nessa noite Morgan não opinou, até porque, um homem passara a mão em si e Audrey viu. A briga parou na delegacia e foram horas que Morgan permaneceu em uma conversa séria com o delegado e o advogado do assediador. No fim, Audrey jogou o dinheiro do processo na cara do miserável e prometeu matá-lo caso o visse novamente.

— Terminei. — disse Morgan.

Audrey assentou. Antes de se levantar e ignorando totalmente a dor infernal que irradiava como um choque em sua perna, a mesma puxou levemente Morgan para que se sentasse em seu colo.

— Me desculpe.

Audrey não é de se desculpar, só o fazia quando via que  sua amiga estava chateada e preocupada consigo.

— O seu ferimento, pode abrir.

— Eu não tô nem aí com isso, Mor.

Audrey afastou uma mecha de cabelo que estava caída no rosto de sua amiga, havia preocupação de ambos os lados, dali em diante precisariam ser mais cautelosas com aqueles homens. Caso contrário, o problema seria ainda maior.

— Eu vou tomar um banho e descansar. — avisou Morgan, ignorando os toques de Audrey e saindo da sala.

Não havia nada que pudesse ser feito para amenizar o que Morgan sentia naquele momento, portanto, Audrey a deixou em paz e decidiu iniciar seu trabalho.

Morgan tomara um banho longo, tomou cuidado com os ferimentos, tudo aquilo poderia ter sido evitado, estava tudo uma confusão, não dava para ver quem ou o que lhe atingia, mas por um breve vislumbre viu o homem tirar alguém de cima dela, a julgar por seu olhar de ódio mas também de medo, Morgan sabia que ele era o líder dos outros. Tudo aquilo deixava ela em um tremendo impasse, mal pegara o serviço e já sentia algo terrivelmente errado.

Por que um deles a ajudaria?

E porque queriam conversar?

Tantas perguntas, que Morgan faria questão de procurar as devidas respostas. Ao trocar de roupa e tomar alguns remédios para dor, Morgan saiu do quarto, não havia sinal de Audrey, talvez pudesse estar em seu quarto pensou a de cabelos castanhos claros, a própria não se sentiu bem ao rejeitar Audrey, porém o momento não era propício para tal coisa. Todavia, Morgan iria se acalmar e falar com sua amiga, mesmo que ao acontecer Audrey permaneça na defensiva como sempre fazia.

Mulheres com M de MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora