Capítulo Sete

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Morgan desceu do carro e foi até um dos balanços e lembrou de como conhecera Audrey, tudo começou com uma briga, as duas queriam o mesmo balanço, mas aí Morgan propôs que uma fosse e depois a outra, e Audrey aceitou, porém tiraram pedra, papel e tesoura para saber qual iria primeiro.

[...]


Enquanto Morgan estava no parque, Audrey foi em um bar, colocou máscara e tudo mais para que ninguém a reconhecesse e olhasse seus machucados, mas mesmo assim o maior dos machucados ninguém podia ver, somente ela sentia. Comprou uma vodca e saiu bebericando na garrafa, a mais velha estava com raiva, triste, ofendida, magoada e vários outros tipos de sentimentos que nem imaginava ter.

A de cabelos negros assim como a noite, caminhava pelas ruas sem se importar com o que as pessoas falavam. A mesma entrou dentro do carro, colocou a bebida no banco do carona e saiu sem rumo.

Audrey parou no sinal vermelho apenas para tomar um gole de vodca, a morena não estava bêbada, o ódio percorria tanto suas veias que o álcool parecia não surgir efeito, seus ferimentos ardiam e as lembranças se voltavam para isso, para o que o Caleb fizera consigo. Um carro similar ao da morena parou ao lado, a mesma olhou no momento exato que o vidro baixo. Audrey não sabia seu nome, só sabia que era um dos que ela havia dado uma surra, mas não negava o quanto ele era atraente. Muito aliás.

— Vamos conversar? — perguntou o homem de cabelos negros e um olhar intimidador.

— Claro. Por que não!?

— Então me siga. — disse o homem fechando o vidro e avançando.

Audrey estava louca para acabar com esse homem, queria se vingar, queria descontar seu ódio em alguém, e esse alguém era o homem com pinta de modelo.

Não demorou para que a morena chegasse ao mirante, a própria sorriu zombeteira, o lugar era realmente propício para um possível homicídio. Saindo do carro com a garrafa em mãos, viu que o homem fizera o mesmo, a cidade se estendia em um mar de luzes, o céu noturno não possuía estrelas, o vento gélido era ainda mais acolhedor.

— Vista isso, por favor. — pediu o homem lhe entregando um moletom preto e branco.

— Qual é a sua? Está afim de um duelo? Não seja por isso, bebê. — zombou Audrey ignorando o gesto do homem a seu lado.

— Conversar. A forma como tudo aconteceu foi desgastante e um tanto ridículo para ser sincero. A propósito, meu nome é Damon Gray.

A morena revirou os olhos e tomou um longo gole de vodca que descia por sua garganta como fogo.

— Se veio aqui afim de que eu peça desculpas, perdeu totalmente o tempo. — resmungou a mulher sem parar de encarar ele.

— Não faço questão de suas desculpas, Audrey. Eu a vi comprando bebida e entrando no carro, então achei propício intervir e evitar um possível acidente. — soou Damon olhando para a cidade

Os ventos balançavam seus cabelos em direções diversas, o próprio estava bem agasalhado, em vista que seu gesto foi recusado, o homem decidiu olhar para qualquer lugar que não fosse a mulher seminua e ferida ao seu lado. Por questão de respeito.

— Não gosto de ser seguida, camarada. Não está aqui apenas para ser gentil. Então diga logo o motivo desse encontro inútil. — enfatizou a mulher impaciente.

— Você é igual ao Caleb, Audrey. Ambos são uma bomba relógio, diferente de você que explode um segundo após a retirada do pino. Caleb se contém ao máximo, em tantos anos eu jamais o vi tão explodido e imprudente. — explicou Damon de forma exasperada.

Mulheres com M de MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora