Polaroid 《OffGun》

Capítulo 10

Eu nunca imaginei que poderia me apaixonar a primeira vista. Nunca imaginei que esse tipo de sentimento poderia acontecer comigo.

Mas foi o que aconteceu.

Olhar aquela única prova de que realmente tudo que eu senti naquele noite existiu, me deixava incrédulo.

Não foi um sonho. Aconteceu de verdade.

Eu ainda não conseguia acreditar que o melhor momento da minha vida estava registrado naquela foto. Como um filme clichê de romance.

Entretanto, um filme clichê de romance onde o casal não terminam juntos.

Normalmente, os filmes com esses finais querem nos passar uma mensagem de que nem tudo dura pra sempre ou que apenas o amor não é o suficiente para os manter juntos.

Era uma mensagem importante, porém eu queria ter um final feliz.

Eu queria aquela parte do filme, onde coisas improváveis e banais acontecem, mas são o estopim para que no final o casal terminem juntos e felizes.

Eu o procurei. Tanto em sites e redes sociais. Acessei cada perfil com o nome 'Gun' entre os milhares de usuários do aplicativo. Mas nenhum era ele.
Tentava o procurar em peças que ocorriam pela cidade e nada. As informações que tinha sobre sua vida era apenas coisas vagas que não contribuíam para o encontrar.

As vezes eu duvidava do que tinha ocorrido. Como era possível existir uma pessoa tão compatível comigo?

Seria o destino me dizendo que não iria dar certo e para que eu desistisse de o procurar?

Ainda assim, eu queria tentar.

A descrença de o rever diminuía a cada mês. Ja haviam se passado quatro meses do nosso encontro. Não havia obtido resultados de sua existência em lugar algum.

A sensação que teria que o procurar pelo resto de minha vida me dominava.
Estava desmotivado e sem esperanças.

Tentava me convencer que apenas viver com as boas memórias de uma noite magnífica seria o suficiente para mim e assim seguir em frente.
Mas toda a vez que via a minha foto com Gun, meu coração se aquecia e se mantinha esperançoso novamente.

Meus amigos contribuíram com minha procura. Sven foi além e perguntou para todos que estiveram na festa sobre Gun e incrivelmente, ninguém sabia sobre ele. Nate me ajudava a o procurar em peças que ocorreram pela cidade, mas o resultado foi o mesmo.

Sei que parece estranho o procurar desta maneira, entretanto a necessitade de o ver novamente era maior.

Um final feliz. Era isso que eu esperava. Era o que eu mais desejava.

"Nos vamos perder o trem! Anda logo com isto Sven" esbravejou Nate.

Estavamos indo para uma cidade vizinha para espairecer. A faculdade tinha tomado grande parte de nosso tempo nas últimas semanas nos deixando estressados e cansados.
Após dias sem dormir direito, conseguimos uns dias de folga para descansarmos.

"Calma. Eu não consigo fechar o porta-malas" Sven gritou.

Nate estava bravo com a demora de Sven e Sven queria o socar por apressa-la. Dentro do carro, eu observava a pequena briga que acontecia entre eles. Era engraçado ver a forma como ambos faltavam se matar as vezes e depois se mantinham carinhosos um com outro.

Como um cão e gato.

"A culpa é sua se não conseguirmos viajar" disse Nate entrando no carro. Sven entrou logo depois batendo a porta. "Por acaso isso é a porta da geladeira? Tome cuidado!"

"Idiota" reclamou baixinho.

"Infantil" respondeu Nate de volta.

Eu estava sentado na parte de trás do carro, enquanto Nate dirigia e Sven sentada ao seu lado.

"Ridículos" Eu disse. Sabia que caso não me intrometer-se isso iria prolongar pela viagem inteira. "Fiquem quietos, não quero ouvir birra de ninguém" Completei ao ouvir os resmungos das pessoas sentadas a minha frente.

O caminho foi rápido até a estação de trem, estavamos alguns minutos adiantados, então Nate e Sven foram comprar algo para comermos na viagem. Eu tinha ficado sentado no banco que havia na estação vigiando nossas malas.

Era comum viajamos para a cidade vizinha uma vez a cada ano. Além de ser um lugar calmo, era divertido de se ficar e espairecer a mente.

Pude ver meus amigos ao longe, Sven estava com um pacote de biscoito na mão enquanto o comia e dizia alguma coisa e Nate carregava as sacolas de comida enquanto ria de algo que ela tinha dito.

Eu nunca diria isso em voz alta, mas eles seriam um belo casal. Ambos tinham personalidades parecidas e se entendiam como ninguém. Porém, minha amiga não gostava de homens, o que tornava aquela ideia impossível.

Meus olhos se desviaram quando ao lado deles, eu vi alguém que fez meu coração bater mais rápido. Meus olhos tentavam ver com certeza se aquela pessoa era mesmo o homem ao qual eu tanto procurava.

Minhas pernas pareciam ter vida própria e, sem que eu notasse, eu corri naquela direção.

Tentava desviar das pessoas, mas vez ou outra acaba esbarrando em alguém; pedia 'desculpa ' e voltava meu foco aquela pessoa.

Meu coração estava cada vez mais acelerado ao que meus olhos diziam que sim, aquele homem era Gun.
Tentava ir mais rápido para ter minha confirmação, porém em um segundo de distração, o perdi de vista. Um sentimento de desespero surgiu em meu coração. O procurava entre aquelas pessoas na estação, mas não o encontrei.

Estava indo em direção às escadas que dava para a parte superior quando senti alguém segurar meu braço.

"Aonde vai?" Nate me olhava confuso.

"Eu..." Não sabia o que dizer. Se eu o dissesse que vi alguém parecido com o Gun sabia que ouviria coisas que no momento não saberia lidar.

"Vamos, nosso trem já vai sair" Botou os braços envolta de meus ombros e me 'levou' de volta. 

O segui relutantemente. Refizemos o caminho até onde estavam nossas coisas. Eu sentia uma profunda dor em meu coração ao me afastar cada vez mais onde, possivelmente, Gun estaria.

Pegamos nossas malas e fomos em direção ao trem. Ambos perguntavam o que tinha ocorrido, mas não queria dizer.

Tentava me confortar dizendo que aquele não era Gun, mas sim outra pessoa. Entretanto um " e se" pairava sobre minha cabeça me deixando inquieto.

Se aquele fosse realmente o Gun, o que eu diria?

E será que ele lembra de mim?

A viagem que tinha como objetivo ser relaxante, se tornou uma pergunta frequente de 'e se's'.