02 | EU TE DESAFIO A SE MOVER

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Em algum momento depois das sete horas da manhã de sábado, Isabella acordou assustada

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Em algum momento depois das sete horas da manhã de sábado, Isabella acordou assustada. Quando conseguiu fazer com que o seu cérebro pegasse no tranco, olhou ao redor. A televisão ainda estava ligada, exibindo um programa de culinária. Do lado da menina, em cima do colchão, jazia o pote de sorvete que ela havia esvaziado na noite anterior.

Suspirando, Bella ajeitou o corpo e se sentou, alongando o pescoço. Não podia acreditar que tinha pegado no sono sem sequer perceber e, ainda por cima, no meio do treino livre. Aparentemente, havia subestimado o próprio cansaço e ganhado um belo de um torcicolo de brinde.

O apartamento ainda estava silencioso quando a italiana saiu do quarto. Jogando o pote vazio no lixo da cozinha, decidiu que uma corrida matinal era o que precisava para clarear a mente e começar o fim de semana bem. Assim, depois de se trocar e comer alguma coisa apenas para forrar o estômago, ela saiu para a manhã fresca de Nápoles.

Apesar de nunca ter sido a maior entusiasta do verão, Bella gostava do mar, e uma de suas atividades preferidas era correr pelo calçadão da orla da cidade. Para ela, não havia nada como a combinação do cheiro de maresia, do barulho das ondas quebrando ao fundo e do sol fraco do início da manhã esquentando sua pele.

A verdade era que Isabella sabia apreciar a própria companhia. É claro que gostava de ter pessoas por perto, principalmente se essas pessoas fossem seu pai, Dante ou alguma das amigas que fizera na faculdade. Ainda assim, a menina também entendia a importância de se sentir bem sozinha e se divertir consigo mesma. Às vezes, meia hora fechada no quarto escutando música era o que precisava para voltar a colocar um sorriso no rosto depois de um dia não tão bom assim.

Quando o calor começou a aumentar, conforme a manhã se desenrolava, ela decidiu que era hora de voltar para casa. Assim que colocou os pés no apartamento e viu o pai sentado à mesa da cozinha, se lembrou que ainda tinha uma decisão importante para tomar.

Buongiorno — Bella cantarolou enquanto também se sentava.

Buongiorno, filha. Caiu da cama cedo?

— Apaguei no meio do treino em uma posição nada confortável e acordei um pouco depois das sete com dor no pescoço — ela deu de ombros. — Quem conseguiu o melhor tempo? Você viu?

— Eu estava esperando você me contar, na verdade — Gian riu. — E como está essa cabecinha depois de ontem?

— Ah, pai... — Bella suspirou, abaixando o olhar para as próprias mãos cruzadas sobre a mesa. — Eu não sei.

— Olha, bambina... por mais que eu queira, acho que não cabe a mim te dizer o que fazer. Você já tem 25 anos, tudo o que eu podia te ensinar eu já ensinei, toda a orientação que eu podia te dar eu já dei. Agora, o que eu posso fazer é te deixar caminhar com as próprias pernas e torcer para que alguma das coisas que eu te disse durante todo esse tempo tenha realmente ajudado e feito alguma diferença, e que eu não tenha falhado tão miseravelmente assim como pai — o mais velho deu um sorriso doce de lado. — Mais do que confiar no que te ensinei, eu confio em você e na mulher que você se tornou. E confio, também, que você não marcou a sua pele com essa tatuagem feia à toa — ele piscou, se levantando e dando dois tapinhas no braço esquerdo da menina, bem em cima da frase que ela tinha tatuada.

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