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Isabella Romano costumava dizer que o seu maior sonho também era seu maior medo. Apaixonada por Fórmula 1 desde que se entendia por gente, a italiana acabou desenvolvendo uma afinidad...
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O sábado depois dos primeiros três dias dos testes de inverno amanheceu agradavelmente mais quente, com o mesmo céu azul e limpo com o qual Bella já estava se acostumando desde que havia pousado em Barcelona, na terça-feira. Não era segredo para ninguém que a italiana preferia o frio, mas ela não se importava se fizesse um calor suportável. Às vezes, até sentia falta de usar roupas mais leves e despojadas.
Quando desceu para tomar o café da manhã, Dante já estava no restaurante do hotel devorando um prato de waffles com geleia.
— Ainda bem que você não é um dos pilotos — Isabella comentou, erguendo uma sobrancelha enquanto se sentava e colocava as coisas que havia pegado para si sobre a mesa.
— Bom dia para você também, principessa — Dante torceu o nariz em uma careta de desgosto. — Você fala como se não enfiasse o pé na jaca sempre que tem uma pizza envolvida na história.
— E você fala como se a gente já não tivesse combinado que pizza está em outro patamar — a menina deu de ombros. — Qual é a programação para hoje?
— Honestamente? Passar o dia no quarto dormindo e maratonando a série que comecei semana passada, e talvez editar algumas das últimas fotos que andei tirando.
— Alguma chance de você ter mudado de ideia sobre ir ao show comigo à noite? — Bella abriu um sorriso amarelo, já sabendo a resposta.
— Sinto muito, Bells — o italiano fez um biquinho como quem se desculpa. — Você sabe que The Spectra não é bem o meu estilo de música.
— Tudo bem, azar o seu — ela abanou a mão, tomando um pouco de suco. — Mas promete que vamos fazer alguma coisa juntos amanhã? Faz quase um mês desde o meu aniversário e você disse que ficaria me devendo uma comemoração decente. Pode até chamar a Nina, se quiser.
— Prometo, principessa — Dante sorriu. — Então quer dizer que você gostou da Nina?
— É claro que gostei — Bella franziu o cenho como se não houvesse outra resposta possível. — Já gostava antes só pelo que você me falava dela. Sinto como se conhecesse a menina há anos de tanto que te escutei tagarelar sobre a pobre coitada. E ela é bem bonita, também, você não acha? — a italiana arqueou as sobrancelhas sugestivamente, jogando verde.
O amigo estreitou os olhos, sabendo exatamente onde ela estava querendo chegar com aquilo.
— Ela é, sim — se limitou a responder.
— E vocês já...? — Bella deixou a pergunta de um milhão de euros no ar e piscou inocentemente.
— Você não vale o chão que pisa, Isabella Romano — Dante riu, balançando a cabeça em negação. — Não, nós não ficamos, nem nada do tipo. A Nina é só minha amiga, assim como você.
— Conta outra, Posi. Os seus olhinhos não brilham desse jeito quando você fala de mim — a menina fez uma careta de descrença. — Vocês podem não ter ficado ainda, mas eu apostaria o meu mindinho esquerdo que você não perderia a chance caso ela surgisse.
