Vegas

35 11 1
                                    

Harry On

Meu sonho não era de fato ruim para ser sincero, o que me deixou um pouco chateado ao ser acordado por um corpo se remexendo em cima de mim. Demorou um pouco até meus olhos tomarem foco, e os cabelos castanhos já um pouco sem forma estavam espalhados por meu peito nu. 

Ah sim, a festa. Deve ser esse o motivo que nenhum dos dois estavam muito cheiroso, os cabelos de Juliet faziam cócegas em meu rosto, mas conseguia sentir sua respiração tranquila, o calor de seu corpo duma maneira até carnal, poderia jurar que estava apenas de roupas íntimas. Ela se mexeu novamente e abraçou minha cintura com um pouco mais de força.

Tentei levantar o rosto para ver nosso estado mas ela bloqueava minha visão, quase deitada em cima de mim, mas não era uma sensação ruim. Com cuidado, levei minha mão livre até suas costas, mas assim que toquei me afastei, percebendo que estava sem tecido ali. 

Ontem, não estava bêbado suficiente para esquecer de tudo. Eu lembrava como lutei contra todos os meus instintos para não beijá-la, sobre como dançamos em cima da mesa e acabei derrubando um pouco de bebida num staff, me lamentando e pedindo desculpa mil vezes para a pessoa. Até mesmo sobre como acabei me escorando nela no caminho para o hotel, cantando alto.

E sem cuidado algum, joguei o terno longe e até mesmo a camiseta, mas não me lembro exatamente quando joguei a calça longe. Também não me recordava de quando Juliet retirou seu vestido e muito menos como conseguiu, mas lá estava ela, deitada sob mim. A cama era grande, com lençóis brancos que um dia foram perfeitamente alinhados e travesseiros fofos, e eu poderia passar o dia inteiro ali.

De fato, porque minha cabeça doía até demais, talvez algumas aspirinas e mais três horas de sono fossem suficientes, mas ao mesmo tempo me sentia ansioso por a ter ali, tão perto. Fechei os olhos e tentei relaxar um pouco, já que a menina não iria acordar tão cedo.

Mas acabei por cochilar, acordando e me sentindo vazio, Juliet já não estava mais ali. 

Sentei na cama e procurei por vestígios dela, achando o vestido imenso jogado no sofá perto da cama. Cocei os olhos por um momento e impulsionei meu corpo para levantar, levando as mãos até a cabeça quando a senti latejar. 

— Peguei remédios para você, achei que fosse precisar. — a voz dela me despertou, fazendo-me procurar por ela.

Juliet tinha os cabelos molhados e fragrância de flores, usava um vestido simples que ia até os joelhos, talvez se sentindo mais confortável assim. Suas pernas um pouco desnudas davam visão dos roxos que havia adquirido nas filmagens, como comentara um dia. Caminhou até mim com um copo d' água e deu a volta na cama, deixando na mesa de canto. 

— Está bem? — sua voz carregava preocupação, e ela se abaixou um pouco para ver meu rosto. 

— Obrigado, mesmo. — agradeci, pegando os remédios e o copo. — Acho que estou bem sim, isso vai me deixar melhor.

— Eu pedi nosso café, não sabia se você teria condições de ir até lá embaixo. — se sentou ao meu lado, observando meus gestos.

— Oh, me sinto ofendido. Sou forte, Julie. Mas é melhor ficarmos por aqui, e eu preciso muito de um banho.

— Acho que é o tempo da comida chegar. — piscou, e eu assenti antes de tomar os comprimidos.

Oh, mas ela não comentou do meu pedido sublime na noite passada, também não disse nada sobre termos dormidos abraçados, mas será que era necessário dizer algo? Ela era uma ótima atriz, mas eu também era. A diferença é que não sabia se ela não pretendia falar mesmo sobre isso ou só estava desconfortável. 

A segunda opção me preocupava.

Me levantei e fui até a pequena mala, pegando uma muda de roupas antes de ir até o banheiro. Tomei um banho demorado, mas me senti infinitamente melhor por isso e felizmente os remédios também já faziam efeito, não me sentia tão acabado. Tentei secar meu cabelo o máximo possível, mas claramente deu errado e acabei deixando e tal forma, vestindo as calças largas e a blusa azul antes de sair dali.

Mas quando sai, Juliet me esperava na porta. Mordiscava suas unhas e, assim que me viu, seus olhos tomaram foco e ela parecia nervosa, como se quisesse dizer algo. Fechei a porta e voltei a lhe encarar, tentando não pensar tanto em como ela era linda, céus. Sua boca abriu e fechou algumas vezes, como se tentasse verbalizar.

— Você acredita na frase... tudo que acontece em Vegas, fica em Vegas? — olhou no fundo dos meus olhos, finalmente tomando coragem para falar.

— O que você...

— Me responda, Harry. Estamos em Vegas. 

— Sim, acredito. — dei ombros, tentando entender o que ela tentava dizer com isso.

— Você disse que queria me beijar ontem, mas você estava bêbado, e eu também. Mas hoje você não está...

— E eu ainda quero te beijar. — disse firme. — É isso? 

— Então faça, Harry.

Oh, suas palavras foram suficientes para me levar a loucura. Três passos, três passos foram suficientes para que eu conseguisse agarrar sua cintura e a puxar para perto, beijando-a sem um pingo de carinho. Era desejo, mas eu gostava disso. Seus lábios abraçaram os meus numa carícia gostosa, apertei um pouco mais sua cintura e ela apertou suas unhas grandes em minhas costas.

Essa garota ainda seria minha ruína. 

Eu a beijava com vontade, talvez saciando todo meu desejo de um tempo, mas não tinha certeza se era apenas carnal ou havia algo a mais ali. Juliet não parecia se importar, afinal, apoiando em meus braços, ajudei a menina a entrelaçar as pernas em minha cintura, levando-a o sofá e me sentando ali. 

Ela não vestia roupas íntimas, eu conseguia a sentir pelo tecido da calça e meu pau já estava duro, sem dúvidas. Juliet mordiscou meu lábio antes de descer os beijos pelo meu pescoço.

 Beijou toda a extensão, aquilo era loucura. Seus lábios tomaram os meus novamente e eu apertei suas coxas, recebendo um suspiro pesado em resposta.

Nossos cabelos molhados entravam no caminho algumas vezes, coloquei seus cabelos para trás e os segurei num rabo de cavalo, puxando-o e ela rebolou em meu colo, oh, estamos conhecendo coisas por aqui. Tirei o foco de seus lábios e corri até seu pescoço, tomando cuidado para não deixar marcas antes de mordiscar levemente, beijando sua clavícula e fazendo desenhos abstratos com minha língua. Juliet segurou meu rosto com desejo e o levantou, logo grudando seus lábios aos meus.

E eu gostava quando ela tomava o controle.

Mas os malditos três toques na porta me fizeram voltar a realidade. Ela quebrou o beijo abruptamente e me olhou com os olhos arregalados, como se tivesse noção do que acabara de fazer. 

— Serviço de quarto, babe. —  murmurei, antes de lhe dar um selinho. — Mesmo após o café, ainda estamos em Vegas. — a adverti, soltando seus cabelos e brincando com eles. — Não vai escapar tão fácil dessa. 

Sem dúvidas, queria voltar a Vegas mais vezes.

Juliet [H.S/PT.BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora