The show

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– Isso é realmente necessário? – perguntei a Nathan, que apenas assentiu.

– É o contrato, Julie. Pense pelo lado positivo, você vai poder o conhecer melhor.

Uma semana, uma semana foi o prazo que deram para que nos preparássemos para começarmos a dar indícios do relacionamento. Tentei descobrir mais sobre Harry e dei uma olhada em suas redes sociais, mas apenas divulgações estavam lá, o que dificultou meu trabalho. Eu até tinha o número dele, mas não conversávamos de fato.

Eu estava exausta, mal havia dormido nos últimos dias ocupada com as gravações nos horários mais malucos possíveis, idas aos estúdios e ensaios. Wayne e Ludevik nos deram a primeira missão: queriam que eu fosse flagrada entrando no carro de Harry e saíssemos para comer.

Missão era uma palavra meio ridícula, mas preferi não dizer nada. As gravações estavam previstas para acabar as 21h e, felizmente, estava no estúdio. Deitei no sofá do lado de fora e entrei no nosso grupo, digitando as palavras com tanto medo que mal me reconhecia:

[Juliet]: Harry, você quer que eu te passe o endereço do estúdio?

[Harry]: Wayne já me passou, já estou a caminho. Estarei aí em 10 minutos. Espero que um paparazzi que vocês contrataram já esteja na saída.

Ouch.

– Nathan, ele está chegando... Oh céus.

– Fique calma Julie, faça o que você é boa: atue.

– Você está certa, eu preciso disso.

Eu assinei, não podia fugir para sempre. Isso duraria um ano, precisava parar de querer me esconder. Fui liberada assim que terminaram de chegar os áudios e fui direto para o banheiro, afinal, precisava parecer ao menos decente nas fotos que circulariam pelo mundo.

Minha cara estava péssima, abri a necessaire e passei um batom rosa que me deixava com menos cara de morta, mas não ajudava muito no processo. Não dava tempo de me arrumar mais, não queria ser rude e o fazer esperar, por isso, já sabia o que fazer. Caminhei para fora do banheiro e dei de cara com Nathan que, assim que me viu, sorriu fraco.

– Me empresta seu boné?

– Meu boné? Por quê?

– Eu estou um trapo, não quero aparecer com as olheiras desse tamanho e, além disso, Harry chega daqui a pouco, não quero me atrasar e fazer com que ele me odeie mais – tentei fazer uma cara fofa, abrindo as mãos – por favor, Nathan.

– Tudo bem, tudo bem – o convenci. Ele retirou o boné e o colocou em minha cabeça – tente descansar e não esqueça de tomar as vitaminas que deixei no seu apartamento, amanhã vou te buscar as seis.

– Obrigada, Nathan.

– Bom passeio, me conte tudo depois! – piscou, acenando.

Juliet [H.S/PT.BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora