Primeiro encontro

1.4K 165 389
                                    

As luzes da cidade já brilhavam por todos os lugares, nas avenidas mais famosas de Istambul. Pela janela do carro, Hande conseguia admirá-las, mas não o suficiente para que elas a cegasse. Com o queixo sendo amparado por um dos punhos, continuava imersa nas luzes e nos borrões porta à fora, enquanto pensava nos eventos daquele dia. Não conseguia outra palavra para descrever seu sentimento, além de vergonha. Nunca, em todos os anos de relacionamento, Murat a envergonhou na frente das pessoas com quem trabalhava. Era implicante com algumas pessoas? Sim, mas não nesse nível. O que fez Hande se questionar o quanto realmente conhecia Murat. Pelo episódio anterior, não muito bem.

Nesse momento, se lembrou de algo que sua mãe sempre dizia: "pessoas comuns mudam seu humor quando estão insatisfeitas, mas pessoas sem caráter arrancam as máscaras." Na época, Hande entendeu o que a mãe tinha dito, mas também não tinha entendido tudo. No entanto, passou a entender, quando descobriu a traição e nesse momento, quando a humilhou na frente dos colegas. O ato covarde, só mostrou como seu relacionamento não era nada do que pensava. Murat sabia de seu caráter, que jamais divulgaria algo que tinha a ver com o assunto. Ainda assim, preferiu acreditar em mentiras e magoá-la outra vez.

É claro que quem havia divulgado aquelas informações, tinha feito de má fé. Mas Hande não estava com medo, não recuaria da sua verdade. E também não deixaria Murat humilhá-la mais.

Se não fosse por Kerem, talvez as coisas tivessem acabado piores. Na verdade, se não fosse pelo abraço que havia lhe dado, teria desmoronado. Isso fez Hande querer olhar para Kerem, que estava dirigindo seu carro, sem se importar como voltaria para casa, já que deixou o próprio no estúdio. Enquanto o admirava dirigir, pensava no quanto deveria ser um amigo leal, uma pessoa que gostaria de ter por perto, sempre. Quem diria, Hande estava realmente se encantando por Kerem Bürsin, mas não do jeito errado. Ela sorriu com esse pensamento e chamou a atenção de Kerem.

- O que foi? - ele desviou seus olhos por uns segundos da estrada só para encará-la.

Hande se tocou de que estava encarando demais Kerem e ainda mais com um sorriso meio bobo. Tratou de desfazer a situação. Não queria dar a impressão errada.

- Nada, só estou muito grata pela sua ajuda. - deu de ombros como se fosse nada demais - E porque você se dispôs a se deslocar tanto do seu caminho, a pegar meu carro... Isso foi muito doce.

Kerem, que outra vez encarava a estrada, suspirou um pouquinho para controlar as batidas de seu coração que eram, obviamente, todas erráticas pelas palavras daquela mulher. Por fim, engoliu em seco e aceitou o agradecimento com o aceno.

- Eu aprecio mas se quiser conversar sobre, também sou bom ouvinte. - seu tom era suave, tentando não ofendê-la.

Felizmente, ouviu o som do sorriso de Hande, que além de fazê-lo sorrir, também mostrou que não era avessa à ideia.

- Só se você aceitar um jantar. - de repente, ela se viu animada para comer.

Kerem por pouco não freou o carro no meio da pista.

- Que-que? - engasgou.

- É, um jantar na minha casa. Tô morrendo de fome! - era verdade, a tristeza deixava Hande com fome.

- Então, quem sou para dizer não? - com o sorriso mais lindo do mundo, Kerem aceitou o convite.

- Eba! Tem preferências de comida? Porque eu super comeria um Big Tasty agora. - Hande estava animada, olhando para seu telefone atrás do aplicativo de entregas.

Kerem gargalhou.

- Que foi?

- Digamos que Mcdonald's é uma bomba. Sou de comidas mais leves tipo sushi.

Falling Like The StarsOnde histórias criam vida. Descubra agora