Capítulo 2 - Lembranças

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"Lembranças, muitos dizem que são boas, mas porque tudo que me faz lembrar o que vivi acaba me machucando mais ainda?"

Tudo a mira do destino, é assim que a vida funciona? Tirando uns, pondo outros, tirando sorrisos colocando-os de volta, na verdade a pergunta certa a se fazer é: Porque tinha que ser assim? São muitas questões para não haver nenhuma resposta. O que faz-me acreditar que meu amigo destino tem um dedo nisso tudo, com a minha completa falta de sorte no amor, eu tinha a certeza que tinha, mas a ilusão foi mais real que a própria realidade. Em um instante achamos que a situação está sobre controle, no outro percebemos que as coisas não estavam tão no controle assim. Sim, tenho raiva de mim, sinto-me que não sou válida para ninguém, sendo um peso para minha irmã que deveria estar chegando da balada sem ter que pensar em ninguém, afinal ela é adulta. Por fim chegando novamente à estaca zero voltando a falar de como sinto falta de minha antiga vida. Se estou bem pelo meu término com Dylan? Não, não estou. A um minuto atrás me peguei lembrando de quando acordava em uma manhã como essa, tropicalmente fresca, sentindo sua pele em meu rosto fazendo-me ter o apto de sentir seu cheiro em seu corpo desleixado sobre a cama macia que costumávamos acordar todos os fins de semanas. Saberia eu que tudo isso viria à tona nos piores momentos de minha vida, acreditando que talvez, só talvez eu conseguiria escapar de um pedaço de minhas lembranças. No entanto lá se encontrava eu, deitada sobre a cama que atualmente desconheço, cercada por lenções e cobertores, diferentemente de dias passados, sentia-me só naquela espaço que muito teve-me significado.

E universalidade vem em lembranças longas, destruindo tudo que ainda restava de mim. Disseram-me que eu estava sucumbindo aos poucos, mas não quis acreditar. Quem saiba eu seja infantil demais para acreditar que o amor existe, trouxa a ponto de crer naquele tempo que nosso amor era eterno. E, mais uma vez cai a fixa que não há nada de errado com as outras pessoas, mas sim comigo. Claro, quem iria querer alguém como eu, um cega inválida.

Aquela história de tentar seguir em frente e lutar para mim e os problemas que me acompanha, eu simplesmente parei de lutar, cansei de tentar dar tanta importância para a minha vida. O devaneio que custava sair de minha cabeça e fazia lágrimas saírem dos olhos que hoje já não enxergam me destruía por dentro, será quando cairá a fixa de que estou entrando em um túnel onde não existe luz no final? Muitos obviamente me chamaram de louca, se não já chamam. Ainda questionando-me sentia o sol aquecer a minha pele, enquanto o que me restava era secar as minhas lágrimas e prosseguir tentando manter minha cabeça erguida.

Levantando da cama a qual não continha seu cheiro. Em estado decadente arrastei-me para o banheiro julgando que isso iria ajudar-me em algo. Percebendo que acabei piorando as coisas ao entrar naquele chuveiro. Como eu podia ter tantas memórias assim? Como eu posso me importar tanto com uma pessoa que não conseguiu continuar ao meu lado lutando e dando incentivo para que eu continue.

Apesar de todos os questionamentos e choros, ainda tinha espaço para um sorriso em meus lábios. Lembras bobas e quentes do tempo que levantamos para tomar banho. A obsessão de Dylan de não desperdiçar água, aquilo me irritava admito. Porém o mais incrível é que aquela manhã foi diferente das outras que tive. Nossa primeira transa com a ducha ligada, ilusão a qual tento esquecer durante todo esse tempo.

Sentindo a água batendo em minha pele, as mãos ensaboadas pelo sabonete que amávamos deslizava meu corpo com calma trazendo-me uma sensação que eu custava esquecer. A escuridão de meus olhos deu-me a capacidade de imaginar cada momento daquele dia. Mal tínhamos tempo para romantizar a situação, o que nos envolveu foi o desejo de ter um ao outro, o tesão acumulado durante duas semanas intensas de trabalho.

Sinto-o empurra minhas costas contra a parede, a frieza dos azulejos é acentuada pelo contraste com minha pele febril causando um arrepio delicioso em meu corpo. Seus lábios buscam os meus lentamente fazendo com que eu apropria-se sua boca com avidez, enquanto os dedos dele escorrem com calma e, como a água que desliza por nossa pele, ele mantinha seus dedos grandes entre minhas pernas realizando movimentos vagarosos em círculos delicados. Seus fluxos transcendia os limites do prazer físico. Seu toque provocando suspiros meus tornando minha voz falha, resvalando-me pela parede do chuveiro, levantando minhas coxas ajustando-me para que nossos corpos se moldam perfeitamente entre si. Deslizando-o com remansa no íntimo de nosso desejo, saberia eu que sua intenção é testar minha reação e, só então, começar a penetrar em um ritmo lento e deliberado atiçando a devassam dentro de mim. Minhas mãos emaranhadas em seu cabelo molhado fartamente cheio, a água batendo em seus ombros largos permitindo a ilusão de ver as partículas de água escorrerem por todo seu tórax definido. Ele adorava ver meu rosto, como se os sinais de prazer criados por suas penetrações conjurasse uma excitação furiosa dentro dele transformando o alcance de suas penetrações ficarem mais profundas, com força e velocidade cada vez maiores ele atendia ao meu pedido arrancando gritos de meus lábios. À beira do êxtase, sua respiração pesada é interrompida por um gemido trêmulo fazendo-me sentir a liberação de seu clímax disparar através de mim. Espasmos de sua ereção latejante prolonga meu prazer intenso.

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