4| Ainda à procura.

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ANNE MALLOY

  Meus olhos percorriam o lado de fora da janela de casa, a rua não era muito movimentada mas algumas pessoas e carros passavam de vez em quando. Nossa casa era pequena, a sala e cozinha se encontravam, no final do corredor ficava o banheiro e ao lado direito dele ficava o meu quarto que compartilhava com Emma, minha irmã e ao lado esquerdo ficava o quarto de mamãe. Uma cor pêssego se via nas paredes do lado de dentro da casa.

  Eu ainda estava frustrada por ter perdido meu caderninho, mas meu coração se encontrava quentinho por ter tido um conversa com Thomas, que mesmo que rápida, me alegrou por alguns segundos. E de alguma forma, eu tive a certeza de que ele não tinha achado o caderninho, o que por sua vez já me aliviava o bastante.
Mas ainda sentia medo de que qualquer outra pessoa que o encontrasse, contasse para os outros.

  Minha mãe dizia algo, tentava me confortar já que eu havia contado sobre o caderninho.

  Eu me via em um tremendo dilema, não sabia se me preocupava ou se pensava e lembrava por horas de minha conversa com Thomas Andrews. Pode parecer algo besta, mas para alguém que se apaixona e se ilude facilmente, qualquer coisa acaba sendo algo grande ou um sinal. Sem falar que a intensidade ajuda muito nesse caso.

  Um olhar, um sorriso ou um "oi", qualquer coisa podia se tornar algo completamente diferente do que era aos meus olhos. E foi por isso que me apaixonei por Thomas, tão fácil e rápido. O motivo? Um olhar trocado que talvez ele nem se lembre, um sorriso por educação mas que para um coração como o meu, significou bem mais.

  Com o tempo, eu comecei a perceber que os sinais não eram reais mas eu já estava completamente rendida à ele.

  Eu queria não ter vergonha e ser como as outras garotas, eu queria chamar a atenção dele de alguma forma. Mas eu não conseguia mudar, roupas justas me traziam insegurança, colares e anéis me davam certa agonia e eu os tirava, e eu não sabia me maquiar. Não tinha opção, não tinha como melhorar ou piorar, eu era assim e com o tempo, eu tive que aceitar.

  Num certo momento, eu coloquei em minha cabeça e em meu coração que Thomas e qualquer outro garoto deveriam se interessar por mim e não por minhas roupas e qualquer outra coisa. Eu era assim, simples. Mas Thomas nunca se interessou e tenho que aceitar que ele nunca irá.

  Eu me considerava como aquela garota do filme "D.U.F.F", eu serviria só de amiga ou de atalho para quem quissesse ter algo com Hollie – que de fato, era mais interessante do que eu –, mas nunca que eu teria um final como no filme. Eu e Thomas não passava de um clichê da minha cabeça, da minha invenção antes de dormir e que nunca aconteceria.

  — Filha, não precisa se preocupar tanto assim — a Srta.Celine, minha mae dizia ao ver meu rosto pensativo.

  — É, não é como se alguém estivesse com o coração dela tipo, nesse exato momento — Emma disse com seu tom irônico.

  — Não dê ouvidos à sua irmã, Anne.

  Mamãe à repreendeu enquanto a mesma formava um coração nas não e o "explodia", jogando as mãos ao ar me fazendo estremecer por alguns segundos.

  — Você não trabalha hoje, não? — Perguntei à mesma que revirou seus olhos castanhos, imediatamente.

  Eu não falava para ela, mas a achava muito linda. Seus cachos escuros eram um pouco mais abertos que os meus e iam até abaixo de seus ombros, seu nariz era arrebitada apesar dela o odiar, seus olhos eram castanho claro, sua pele era escura como a minha e ela era alta. Poderia até ser modelo, isso eu já tinha falado para ela.

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⏰ Última atualização: Sep 11 ⏰

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O Caderninho De Anne MalloyOnde histórias criam vida. Descubra agora