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O abuso era ruim, mas o isolamento... de alguma forma... era pior.

Billie sabia disso também.

Ela sabia que eu queria alguém - qualquer pessoa para conversar.

Por isso, ela cancelou o show lotado de Tóquio.

Ela disse aos fãs japoneses que era por causa de uma "ameaça de bomba."

Uma ameaça de bomba imaginária, eu vi ela ligar de um telefone pré-pago, antes dela quebrar ele na metade e jogar pela privada no banheiro de um posto de gasolina.

Eu sabia porque ela fez isso.

Ela não disse isso diretamente, mas eu sabia porque ela não queria me levar ao Japão.

Era obviamente outra tática para me silenciar.

Quase todo mundo falava Japonês em Tóquio.

Eu podia facilmente contar para alguém o que ela estava fazendo comigo.

Como ela estava me batendo e me mantendo em cativeiro.

Eu podia ter pedido ajuda e fugido.

Eu podia estar finalmente livre dela.

Felizmente para mim, os fãs japoneses da Billie eram tão dedicados para vê-la, que começaram a comprar ingressos na revenda de outros países.

Então ao invés de a Billie ter que se preocupar com milhares de fãs japoneses em um show - ela agora teria que se preocupar com milhares de fãs japoneses indo a vários shows diferentes.

A primeira vez que eu vi uma menina japonesa em um de seus meet and greets, eu tive que tampar minha boca para não deixar meu sorrisão tão evidente.

Finalmente!

De uma vez por todas!

Era minha chance!

Mas a menina era apaixonada pela Billie dos pés à cabeça.

Ela chorou e se curvou na presença da Billie.

Billie foi dócil de primeira, como ela sempre é com seus fãs, até a menina mencionar, em um sotaque forte japonês, que ela também era japonesa e estava muito feliz que a Billie tinha uma esposa japonesa.

O rosto da Billie ficou pálido, enquanto a menina virou para mim e disse "Konnichiwa!"

Ao invés de falar para a menina que eu não falo inglês - o que seria inútil de qualquer jeito, Billie só me lançou um olhar mortal.

Um aviso silencioso que era melhor eu não falar merda nenhuma.

Eu ignorei ela, forçando um sorriso enquanto virei para a menina japonesa e disse, "Anata wa watashi o tasuketekudasai!"

Então eu contei para ela, em japonês, que eu só estava sorrindo para enganar a Billie, mas que a Billie era na verdade, mentalmente instável -vadia louca- que literalmente apontou uma arma na minha cabeça e me forçou a casar com ela.

O sorriso da menina desapareceu, o que fez os olhos da Billie se arregalarem, enquanto ela chegava mais perto de mim.

Um aviso silencioso, que eu também ignorei.

Eu rapidamente confessei para a menina que a Billie estava controlando minha vida inteira, não me deixava falar com ninguém, e sempre que eu deixava ela brava, ela me batia e estava constantemente ameaçando me matar se eu tentasse deixar ela.

A menina corou enquanto eu implorei para ela agir naturalmente mas ligar para a polícia assim que ela sair da sala.

Quando eu terminei, mal conseguindo fingir o sorriso na minha cara, eu notei que o rosto da Billie estava muito vermelho.

Billie O'Connell- versão em português Onde histórias criam vida. Descubra agora