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Eu sempre quis ser uma atriz da Broadway.

Uma atriz real, profissional da Broadway, mas isso nunca vai acontecer para alguém como eu.

Por isso, eu sosseguei com a segunda melhor coisa.

Uma atriz de casa mal assombrada na Universal Studios.

É a semana antes do Halloween e tem uma fila infinita de pessoas entrando no meu labirinto na "Noite de Terror do Halloween".

Meu trabalho é bem fácil, comparado com o trabalho de todos os outros.

Tudo o que eu tenho que fazer é sentar no meio de uma cama de dossel usando um vestido longo branco, segurando um ursinho de pelúcia, encarando todos que passam por mim.

Sabe, só me fingindo de louca.

A melhor parte do meu figurino são as lentes de contato pretas.

É difícil de enxergar com elas, mas eu sempre escuto quando as pessoas estão passando pelo quarto.

É o suficiente para olhar para cima e cegamente olhar na direção dos passos deles.

Eles geralmente só gritam e saem correndo - que é o que eles deveriam fazer.

É uma casa mal assombrada afinal de contas!

As vezes vem alguns cuzões que fazem comentários grosseiros sobre eu parecer muito nova para estar trabalhando aqui.

"Quantos anos você tem - doze?!" Alguém riu enquanto passava uma vez.

Eu só fingi que não o ouvi.

Eu sei que eu pareço nova e eu sempre fui baixinha.

Eu mal tenho 1,60 e a última vez que chequei, tinha 47 kg.

Um pouco abaixo do peso mas não é minha culpa!

É só a minha genética.

Meu pai é japonês e minha mãe é sueca.

Mas estou acostumada com as risadinhas, ouço o tempo todo na escola.

Eu estou no ensino médio, mas sempre tem umas crianças maldosas fazendo comentários sobre eu estar na escola errada e o ensino fundamental ficar no outro lado da rua.

Nunca algo novo.

Eles nunca conseguem pensar em piadas melhores.

Independentemente, eu perdi a esperança de ter um estirão anos atrás.

Eu provavelmente sempre serei assim.

Eu ouço passos se aproximando do meu quarto, e me preparo para alcançá-los, quando eu ouço a voz da minha supervisora.

"Você pode ir para o seu intervalo agora." Diz ela.

"Meu intervalo? Eu já tive meu intervalo uma hora atrás." Lembro a ela.

"Sim, bem, você pode ir ter outro." Ela responde.

Eu não sou paga nos intervalos.

"Por quê?" Pergunto confusa.

"É que tem algumas... preocupações de segurança no momento. Você deveria ter um intervalo. Trinta minutos, pagos." Diz ela.

"O que eu fiz?" Eu pergunto.

"Você não fez nada! É que tem esse cara que fica andando por aqui. Ele já passou aqui, sem brincadeira, 18 vezes! Tudo que ele faz é ficar parado no quarto, te encarando." Ela confessa.

Eu me arrepio.

Eu nunca notei ninguém fazendo isso...

E de novo, eu nem consigo ver ninguém com essas lentes.

Billie O'Connell- versão em português Onde histórias criam vida. Descubra agora