cap 19: Flashback on

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⚠️Alerta de gatilho no Flashback,caso não goste, não leia. Porém, peço que leiam o texto que escrevi no final,pois é um assunto de suma importância.⚠️

Um silêncio ensurdecedor pairava no cômodo.  O clima lá fora se tornou pesado e parecia entristecido,assim como o clima dentro da casa. Grandes nuvens negras se aproximavam, indicando uma chuva próxima.
Ventos gélidos entravam pelas grandes vidraças de madeira e batiam contra a pele desprotegida das meninas. Todas em completo silêncio, ninguém queria tocar naquele assunto,mas era necessário.Afinal,aquelas histórias faziam parte de um passado,não tão distante quando gostariam, um passado que foi enterrado pela doce ilusão de uma vida perfeita que aquelas  sete garotas carregaram durante tanto tempo.

-Eu tive tanto medo,Sarah disse pensativa,sentindo um nó cortando sua garganta. Todas se atentaram e começaram a encará-la,estavam escutando-na atentamente.
Ela tinha decidido falar.

••Flashback on••

"Se meu pai e minha mãe estivessem vivos,eles encarariam esse assustado animal chamado de civilização com muito temor." --Homem aranha,a última caçada de Kraven;  de Neil kleid.

-Pai! Hoje eu vou pra escola sozinha! Falei dando uma voltinha enquanto jogava meus cabelos pra trás me esnobando.

-Uau!Já é uma mocinha! Ele falava enquanto soltava uma gargalhada gostosa.

-Pois é pai,não deixa a mamãe ouvir,mas eu vou comprar doce na dona May, já que agora sou independente. Falei num sussurro,enquanto meu pai se abaixava ao meu lado para me ouvir,de forma cúmplice.

-Acho uma ótima ideia.....Antes que meu pai conclui-se sua fala ele foi cortado por mamãe, que entrou na cozinha com uma bolsa em uma das mãos e a minha lancheira na outra.

-Nada disso mocinha,doces só aos sábados. Mamãe falou.
- Igual banho? Falei rindo baixinho e sendo acompanhada por papai.

Minha mãe revirou os olhos e prosseguiu sua fala de forma séria.

-Você tem apenas nove anos,ainda não é independente. Estou te deixando ir sozinha porque você já é grandinha o suficiente e porque eu confio em você.

"eu confio em você." Uau,que responsabilidade.

-Agora vamos as regras: Nada de falar com estranhos; nada de ir para outro caminho que não seja o habitual; nada de sair da escola  tarde,quero você em casa antes das 5:30 (eu saia às cinco da aula);e deixa eu ver se esqueci de algo..... Ela falou pensativa passando uma mão no queixo. -Ah!E nada de comprar doces na barraquinha da May. Ela falou de forma sarcástica.Ela terminou seu monólogo. -Estamos entendidas?

-Regras da mamãe=chato. Falei fazendo uma expressão de sono excessiva. Ela me lançou um olhar feio e então respondi: -Estamos entendidas.

-E nada de dar dinheiro pra ela Ricardo!
Mamãe falou colocando algo dentro da minha lancheira. Papai me lançou um olhar de tédio,mas concordou. Ri baixinho da careta que ele fez e fui buscar minha mochila da Supergirl na sala,pegando minha lancheira que estava em cima do balcão da cozinha em seguida. Antes de sair recebi um beijo de mamãe e outro de papai e saí,feliz da vida pelas ruas,sem esperar que um dos meus traumas mais obscuros se iniciaria ali.
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O caminho de casa até a escola era perto,tenho certeza que se fosse um pouquinho só mais longe meus pais não deixariam eu ir andando sozinha. Ter pais super protetores as vezes é um saco, não estou reclamando, não tenho do que reclamar,mas as vezes cansa,porque muitas vezes eles tentam viver a sua vida como se fosse a deles,tudo por causa de uma proteção excessiva.

Sem SaídaWhere stories live. Discover now