Sem Saída

Capítulo 11

     Não sabiam o que iam fazer, porque estavam completamente perdidas. Mas não poderiam deixar o corpo de Ramon sangrando até morrer.

     Então levaram-no para dentro e começaram a fazer o que Pérola dizia [ela estudava medicina e era a mais capaz de fazer aquilo).

     Camilla se negou a ajudar por questões piscológicas, mas foi obrigada pelas outras, já que Ramon não ia aguentar muito tempo e elas precisavam de toda ajuda possível.

     -Me tragam toalhas quentes e todos os remédios que vocês encontrarem. -Falou Pérola, e logo as outras se dispersaram para cumprir as demandas. A única que ficou foi a Brenda; não por questões amorosas, nada disso, mas sim porque ela estava removendo partículas de terra do corpo do amigo [ela estava removendo com uma pinça achada no banheiro do quarto de hóspedes, isso ia ajudar na cicatrização das feridas), aparentemente ela estava gostando de poder fazer aquilo, ela "gostava", ou melhor, "lidava" bem com sangue.

     As meninas logo chegaram, e pelo seus rostos pareciam ter corrido uma maratona. -O que é isso ? Droga ! Eu quis dizer toalhas secas, deculpa meninas. -Pérola não estava bem; ela estava exausta e bastante frustada. Mas numa situação daquelas quem não estaria ? Todas estavam!! Então elas simplesmente ignoraram o pequeno surto da amiga e foram pegar as poucas toalhas que restaram. Como as outras estavam ocupadas com o novo paciente, Monna ficou e começou a verificar os remédios. -Só tem para cólica e para dor de cabeça; anunciou ela. Pérola levantou e começou a esfregar os olhos com o dorso da mão, pois suas palmas estavam úmidas de sangue. Todas pararam de repente e esperaram novas instruções. Mas sem sucesso. Ela estava devastada e já tinha feito de tudo o que era possível e impossivel naquelas situações, fora que "não servem" foi o que ela disse sobre os remédios. Até Melissa deu a ideia mais idiota, mas também a mais incrível deste livro possivelmente. Ela sugeriu nada mais, nada menos que pesquisar no google como estancar sangue. Ela não disse com essas palavras, mas deu a entender que foi isso. E não é que tinha mesmo ? Elas seguiram todos os passos pelo celular de Melissa, que tinha levado ele escondido e havia tirado o chip; A internet na casa só pegava perto da estrada onde Ramon...vocês sabem. A casa tinha internet porque os avós de Monna iam para lá e todas as férias, uma tradição de família.

     Depois de muitos minutos elas conseguiram conter o sangramento do corpo do amigo, causado pelo acidente. Mas não era o final; ainda faltava costurar, se não voltaria a sangrar em algumas horas. 

     -Eu não posso fazer isso. -Falou Pérola olhando para as outras.

     -Mas por que não ? Então quem vai fazer !? -Falou Camilla desesperada. Com certeza ela também não iria fazer.

     -Não estou pronta ! Se eu errar os pontos posso matá-lo...eu não quero carregar esse peso... -Aquela  última afirmação fez todas tremerem, afinal, se Pérola que estudava medicina não estava pronta, então porque elas estariam ?? Todas tinham uma certa habilidade, mas costurar um corpo não era uma delas.