Capítulo 14

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     Não demoraram para chegar, pois o galpão era relativamente perto. Monna tinha dito que era perto, e não mentiu, mas ela esqueceu de avisar que o caminho era sinistro, mal iluminado e com uma estrada de terra que parecia nunca ter visto um asfalto. Ela também tinha esquecido de avisar que o galpão ficava no final da praia, numa parte isolada, provavelmente foi lá que Ramon disse ter visto sua irmã pela última vez.

     Sarah parou o carro em frente o galpão, e logo Monna e Brenda desceram, batendo a porta atrás delas. Era uma estrutura grande, bem alta e possuía um largo portão de ferro de correr, que parecia estar muito enferrujado. Aquele lugar não parecia ser muito utilizado, parecia estar abandonado; mas era um ótimo lugar para realizar um sequestro e prender uma refém.

     Monna e Brenda caminharam até o portão que logo se abriu, parecia um sistema eletrônico. Elas olharam para o carro e soltaram um leve suspiro, logo em seguida Sarah acelerou e entrou no galpão com a caminhonete, sem imaginar o que as aguardava lá dentro. 

     Elas desceram do carro e olharam em volta, mas não tinha nada de diferente e nenhum sinal de Nattasha. Tinha alguns barris de gasolina espalhados por todo o galpão, que provavelmente era usado pelos pescadores para fazer seus barcos funcionarem. Mas isso não amenizava o fato do galpão estar abandonado. Seus pensamentos foram interrompidos por uma voz firme que ecoou por todo o galpão.

     - Onde ele está ? -Perguntou aquela voz que faziam elas terem calafrios.

     - No carro. E você, onde está ? -Falou Brenda tentando controlar a tremedeira em sua voz. Elas não sabiam de onde tava vindo a tal voz, pois ainda não tinham avistado seu dono. Fez se ouvir um grunhido, que devia ser do "sequestrador", se podemos chamá-lo assim. E de repente a pessoa apareceu descendo as escadas enferrujadas e suas roupas acabadas à mostra. Ele também trazia Nattasha com um saco em sua cabeça, o que lhe impedia a visão. Era posível ver também a faca que ele usava para ameaçá-la, o que fez as meninas darem um passo para trás. Então ele parou a mais ou menos um metro e meio de distância das meninas e jogou Nattasha no chão, que caiu ajoelhada.

     - Abre -Dizia ele enquanto apontava a faca na direção do carro.

     - O que você quer com ele ? Ela está ferido! -Falou Sarah quase pedindo misericórdia.

     - Claro que está! Vocês não tiveram coragem para costurá-lo. -Dizia numa gargalhada, como se estivesse desafiando-as.

     "Essa voz...não me é estranha..." Pensava Brenda, mas sem mudar a fisionomia de firmeza em seu rosto. - Solta ela. -Falou Brenda despertando de seus pensamentos.

     - Entrega ele meu amor, aí sim vou soltá-la...promento cuidar bem do seu namoradinho. -Falou debochando. Essa última afirmação fez Brenda se lembrar...mas não poderia ser...não pode ser...

     - Jenifer ? -Gaguejou. As outras começaram a encarar Brenda, sem saber se ela era maluca ou se tinha razão.

     - Você não é um sequestrador, você não tá morta e estava nos observando todo esse tempo ? -Brenda caminhava na direção do mascarado. - Realmente não tivemos coragem para costurar ele, mas você viu seu irmão morrendo e não fez nada...nada! -Brenda começou a andar mais rápido e expressava uma raiva jamais vista antes. - Coloca a vida das minhas amigas em risco. - Ela sorriu, um sorriso assustador. - Você está viva...mas ia desejar que estivesse morta.

Sem SaídaWhere stories live. Discover now