Sem Saída

Capítulo 18 - Secrets

          "Mas descobrir um segredo jamais é a chave. Descobrir porque um segredo é um segredo é o que leva a algum lugar." - Garota do Lago, Charlie DonLea

Depois de cuidar dos ferimentos de Ramon e depois delas comerem e conversarem um pouco, resolveram voltar para a casa em que estavam refugiadas, se despedindo assim, de seus novos amigos.

O caminho foi em completo silêncio, todas desligadas, pensando em como suas vidas capotaram nas últimas semanas; Todas frustadas pensando em como, em 16 anos de vida - com excessão de Brenda que tinha 17 - aqueles eram os acontecimentos mais loucos já vivenciados. Entraram em casa em completo silêncio; Brenda, Sarah e Melissa se direcionaram á sala, sentando nos sofás velhos e surrados do local. Enquanto as outras sentavam nas cadeiras que rodeavam a grande bancada de madeira da cozinha. Os únicos sons ouvidos por elas eram suas respirações e o som da unha de Camilla que batia contra a bancada, som que pareceu incomodar Monna.

- Quer parar !? - Falou num tom elevado encarando a amiga.

- Desculpa, Monna. - Camilla falou com sua doce voz, enquanto retribuía o olhar que Monna lançava sobre si. O silêncio voltou a reinar, mas logo foi quebrado por Sarah, que precisava compartilhar aqueles pensamentos que lhe importunavam, tanto quanto as outras precisavam ouvi-los.

- É estranho não ? Pensar que há dois meses atrás nossa preocupação era se a faculdade de Deven nos aceitaria ou se teríamos que voltar ao Brasil para concluir os estudos. - Riu, lembrando de como eram ingênuas e de como sentiam saudade da vida no Brasil, sendo todas elas brasileiras, com excessão de Nattasha, que nascera em Amsterdã e passara parte de sua vida no Brasil.

- Mas agora estamos aqui, afundadas em nosso maior pesadelo, ajudando aqueles que nos odiavam e sentiam tanta repulsa por nós. Um completo desespero. - Sarah soltou uma respiração frustada enquanto terminava sua fala; Olhou nos rostos assustados de suas amigas, com seus grandes olhos castanhos, que agora estavam sem brilho e afundados, assim como ela, em completa dor e sofrimento, por algo que elas não escolheram participar, mas assim como muitas coisas na vida, não havia outra saída.

- Acha que eles nos procuraram ? - Perguntou Camilla se referindo as famílias delas, já sentindo seus olhos marejarem.

- Devem estar nos procurando; mas devem ter respeitado o bilhete, já que não entraram numa busca intensiva. - Falou Pérola mordendo uma maçã, que até agora era a única que sabia da existência dela ali.

- Ou eles nem se deram ao trabalho. - Falou Brenda com o olhar vazio e frio.

Elas continuaram conversando. Mal sabiam elas que estavam enganadas, todas elas; E elas mal sabiam também, que aquele assunto ia trazer muito mais problemas, problema numa gravidade muito maior do que qualquer um podia imaginar, incluindo vocês.

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Passaram-se uns 10 minutos de conversas vazias, e sem se dar conta, já era possível ouvir gargalhadas e risos da parte das garotas. Algumas das garotas. A conversa começou a caminhar para um ritmo leve e ao mesmo tempo incômodo, começaram a falar sobre o passado. Enquanto Pérola e Sarah conversavam um tanto animadamente, era possível ver o desconforto estampado nos rostos de suas amigas. Por mais estranho que pareça, as mais desconfortáveis ali eram Camilla e Melissa, que emudeceram assim que a conversa entrava naquele ritmo.

- E então, porque vocês não falam um pouco agora ? Afinal, não há nada que a gente não saiba...ou tem ? - Falou Pérola levantando a sobrancelha sugestivamente.

- Acho melhor deixar o passado no lugar dele. - Falou Nattasha tentando cortar o assunto. Não adiantou. Pérola começou a fuzila-las com as perguntas, o que deixou Melissa completamente alterada; A mesma levantou de seu assento e socou a mesa de centro, deixando todas em completo silêncio.

- Tenho certeza que não sou a única que tem segredos aqui, incluindo você Pérola. - lançou-lhe um olhar mortal- E se não contamos é porque temos nossos motivos. Se eu contar, vocês contam. - Falou simples, sentando-se de volta em seu assento. As outras esquivaram um pouco, mas aceitaram a condição; não sei se por curiosidade ou porque se viam sem escapatória,  mas aceitaram contar aquilo que não feria só seu passado, mas a sua alma também.

Afinal, duas pessoas só podem manter um segredo se uma delas estiver morta.

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Notas da autora: oii galera,como vocês estão? Espero que estejam todos bem, tô passando aqui pra agradecer as 400 leituras e dizer que estamos quase chegando a 500 leituras! Obrigada por todos vocês que estão acompanhando a história e desculpa por demorar a postar,beijos,fiquem com Deus e até o próximo cap!