Capítulo 15 - Por quê?

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- Quer dizer que HOJE, você vai perder a virgindade?- perguntou Anitta, estávamos sentadas em uma Starbucks, eu não aquentava mais ficar em casa, com o babaca do Enzo e a Piranha da Monique me perturbando o tempo inteiro estava difícil.

- Talvez, o Rafa falou que ia preparar um "surpresa" pra gente.- digo.

- Você sabe que essa surpresa pra vocês pode ser qualquer coisa né?! Como pode ter certeza de que ele está querendo deflorar você?- perguntou curiosa.

- É porque... as coisa entre a gente vem... como eu posso dizer...

- Esquentando?- pergunta.

- É...

- Bom... Isso é bom não é?!- indaga.

- É, mas eu tenho medo, doí muito?- pergunto.

- Quer que eu seja sincera?- pergunta Anitta sorrindo.

- Não!- digo "P" da vida, ela ri.

- Olha, doí pra caralho, mas é só uma vez.- diz.

- Ah meu deus!- digo como um gemido.

- Vem cá, como vocês vão transar com a casa cheia de gente?- pergunta.

- Todos vão sair hoje, meu avò, vai dar um jantar especial.- digo.

- Mas ele não vai sentir sua falta?

- Eu disse que era seu aniversário e que o Rafa ia me acompanhar.- digo e ela ri.

- E afinal, onde seu príncipe encantado está?- pergunta.

- Ele levou a Erica pra fazer compras!- digo. - Eu não aquentava mais andar!

- Sobre o que as moças estão falando?- pergunta Rafael sentando ao meu lado cheio de sacolas nos braços.

- Política.- diz Anitta e se levanta. - Tenho que ir, boa sorte.- diz e manda um beijinho pra mim.

- Boa sorte?- indaga Rafael.

- Esquece.- digo ficando vermelha.

- KATH! eu comprei um vestido lindo, para o jantar!- diz Erica sentando na minha frente onde estava Anitta. - E eu comprei um pulseira que eu achei super sua cara, pra usa hoje.

- Obrigada, mas eu não vou pro jantar, eu tenho o aniversário de uma amiga.- digo e olho pro Rafa que da um sorriso malicioso e beija meu pescoço.

- Poxa!.- diz ela e me entrega uma caixinha da Tiffany. - Mas mesmo assim eu achei sua cara.- abro a caixinha e dou de cara com um linda pulseira de diamantes.

- Oh meu Deus, eu não posso aceitar!- digo.

- Claro que pode!- diz o Rafa.

- Foi o Rafa que escolheu, foi ele que pagou... Então eu acho que na verdade foi ele que te deu...- diz Erica fazendo uma cara de pensativa, rio e abraço ela e dou um beijo no Rafa que aperta minha perna.

- Obrigada, UAU, ela... Ela é linda.- digo olhando pra a pulseira.

- Linda como você.- sussurra no meu ouvido fazendo eu me arrepiar todinha.

*******

Passei o resto do dia ansiosa, eu sou uma fracote para dor, se eu tenho medo de uma agulha entrar no meu braço, imagina um negócio grosso te violando. Peguei um pouco pesado. Mas eu acho que se assimila a isso.

Eram 20:oo, eu estava me arrumado, assim como todos na casa, tomei uma banho demorado de banheira, sequei meu cabelo, fiz uma maquiagem simples e hidratei meu corpo, vesti uma calcinha rosa claro com o sutiã combinando, passei horas me olhando no espelho, é normal sentir insegurança com o seu corpo assim na primeira vez? Acho que sim.

- Querida, estamos indo embora, que horas vocês vão pra festa mesmo?- pergunta me avô batendo na porta.

- Ah... às 23:00.- digo.

- Tudo bem, cuidado querida, tchau!- diz ele com a porta entre nós, impedindo de me ver.

- Tchau vô!- digo e escuto os passos dele descendo a escada.

Termino de me arrumar vestindo um vestidinho florido, é agora ou outro dia, ja que "agora ou nunca" não se aplica aqui, afinal eu não quero morrer virgem, se não for agora vou ter outras oportunidades, assim espero!

Abro a porta do meu quarto, e caminho pelo corredor da casa (que agora está vazia e calma) e ando ate o quarto do Rafa, respiro bem fundo tentando conter o nervosismo, eu não vejo ele desde hoje a tarde quando ele me entregou um buque de rosas vermelhas com um bilhete para seguir ao quarto dele às 21:00.

Giro a maçaneta e meu coração despenca em queda livre quando vejo velas e petalas de rosas espalhas por todo o quarto, mas o que me mata e ver ele e a Monique se agarrando na cama onde EU ia passar a noite, começo a tremer e minha vista começa a embaçar por conta da lágrimas, quando Rafael vê que estou assistindo tudo ele empurra Monique que me olha com um sorriso vitorioso.

- Kath, não é o que você pensa!- diz ele desesperado porém calmo como se estivesse falando com uma crinça, FILHO DA PUTA!!

- Desculpa atrapalhar o casal!- digo, limpando a merda de uma lágrima e saio correndo, não aguento isso, como ele pode! Eu sou uma idiota!

- Tudo bem querida!- grita Monique.

Desço as escadas correndo com medo que ele me alcance, MERDA! MERDA! Me sinto tão vazia. São milhares de sentimentos ao mesmo tempo, raiva, dor, ódio. Ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços e não sei se consigo juntar os cacos.

Corro para caragem e pego a chave do primeiro carro que vejo.

- Kath... por favor, eu posso explicar!- ele grita.

Entro no carro e o ligo, saio da garagem e começo a dirigir pela rua, respiro fundo, tenho que parar de chorar, mas não consigo, doí muito.

Depois disso é tudo um borrão, luz, caminhão, sangue, polícia, para-médicos e dor, muita dor.

O infame histórico de KaterinaOnde histórias criam vida. Descubra agora