Farra, garotos e álcool.
Esse era o mantra de vida de Jade Cavalcante, e ela sempre o seguia religiosamente. Então, em uma noite de sexta, era óbvio que estaria metida em uma festa.
Shows, entrevistas e quartos de hotéis.
Esse era o modo como a vid...
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12/12/2020 SÁBADO
Sempre acreditei em destino.
Sei que parece tolo e que muitas pessoas acham que isso não passa de uma bobeira. Mas eu vivi experiências demais na minha vida que não tem outra explicação, senão a palavra clichê: destino.
Se eu tivesse nascido um dia antes, não teria tido idade o suficiente pra me inscrever no XFactor em 2010. Se eu tivesse decidido desistir quando ouvi um "não" dos jurados pela minha apresentação solo, eu nunca teria estado na banda. Se eu tivesse escolhido me render a preguiça no dia de folga no Brasil e ficado no quarto do hotel, eu não teria conhecido Jade. E se eu não estivesse bêbado e passando mal em uma boate aleatória de Londres alguns anos depois, eu não teria conhecido o seu irmão Eric.
Os "e se" são tantos que poderia passar horas citando detalhadamente cada um. É engraçado pensar em quantas situações, desde as pequenas até as grandes, precisaram ocorrer para que nossos caminhos se cruzassem no Rio de Janeiro e voltassem a se cruzar agora, seis anos depois, em Londres. Para mim, isso não tem outro nome, é simplesmente o destino.
Por alguma razão, Jade e eu estávamos destinados a nos encontrar. Então, quando a vi entrar pela porta do apartamento de um dos meus melhores amigos, eu não me encontrei tão em choque como deveria ter ficado.
Se eu fechar bem os olhos agora mesmo e me concentrar o suficiente, posso garantir que consigo relembrar de cada mínimo detalhe de quando a vi novamente. Seu cabelo ainda continuava o mesmo, liso e extremamente castanho, a única diferença é que agora o comprimento estava bem menor, somente um pouco abaixo dos ombros. Seu rosto estava livre de maquiagem por exceção a um batom vermelho nos lábios carnudos, exatamente do mesmo jeito quando nos conhecemos. No corpo, jeans, botinhas pretas e uma jaqueta de couro.
Jade continuava a mesmae eu amei isso.
Pode parecer mesquinho e totalmente egoísta da minha parte, mas muitas coisas mudaram na minha vida nesses seis anos. As mudanças foram tantas que até hoje ainda é difícil de associar tudo o que estou vivendo. Então, ver que uma pessoa que marcou a minha juventude continuava a mesma, trouxe um sentimento de conforto. Por um mínimo segundo, eu apenas senti que Jade talvez estivesse esperando por aquele momento, talvez ela estivesse esperando por mim.
