𝑼𝒎 𝒔𝒐𝒏𝒉𝒐?

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— Yun-Hee! Não faça isso!— Ela ouve uma voz calma e assustada dizer, parecia a de Yeonjun. Ela olhou para trás e viu. Não era o rapaz, mas sim sua mãe.— Filha, sai da sacada.

— Eu só estou brincando— Yun-Hee disse e riu olhando para o chão, que estava a metros abaixo dali, se caísse com certeza morreria.— Você nem está aqui de verdade.

— Você é muito nova pra brincar de morrer!— Sua mãe disse, a mulher foi andando devagar até ela, mas parou quando Yun-Hee ameaçou pular.— Me diz o que há, o que que a vida aprontou dessa vez..?

   A garota ficou em silêncio, olhando para baixo, sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, mas tentou ser forte. Ela sabia que não conseguiria, aos olhos de outros ela era uma pessoa alegre, divertida e "sem problemas". Mas não é bem assim que ela realmente se vê.

— Venha, desce daí, deixa eu te levar pra um café.... Pra conversar, te ouvir e tentar te convencer— A voz disse, mas.... Não parecia mais sua mãe, Yun-Hee se virou para olhar, quem está ali agora, é Yeonjun.

   Ela passou uma de suas mãos no rosto, limpando as lágrimas que insistiam em cair. Yeonjun se aproximou mais dela e sorriu pequeno ao segurar a mão dela.

— Que a vida é como mãe, que faz o jantar e obriga os filhos a comer os vegetais, pois sabe que faz bem— Ele disse e ficou ainda mais perto, colocando a outra mão sobre a dela.— E a morte é como um pai, que bate na mãe e rouba os filhos do prazer de brincar, como se não houvesse amanhã.

   Yun-Hee se manteve em silêncio, apenas ouvia e chorava, queria pular, se jogar, sentia que isso acabaria com sua dor, mas sabia que isso não aconteceria. Não é assim que tudo funciona.

— Filha, não olha pra baixo aí é muito alto pra você se jogar— Sua mãe disse, a garota ficou confusa e olhou para trás, Yeonjun sumiu e quem estava ali era sua mãe, ela a olhava com preocupação, mas ainda assim conseguia transmitir a leveza de sempre.— Vou te ouvir, e tentar te convencer.

— Somos programados pra cair..— Falou e olhou para baixo, respirou fundo e ia pular, mas parou ao ouvir sua mãe falar.

— Que a vida é como mãe, que faz o jantar e obriga os filhos a comer os vegetais, pois sabe que faz bem— Falou, Yun-Hee percebeu que foi o mesmo que Yeonjun disse, ela olhou para trás de novo, mas ainda era sua mãe ali.— E a morte é como um pai, que bate na mãe e rouba os filhos do prazer de brincar, como se não houvesse amanhã— A mulher mais velha disse e sorriu para filha, de trás dela saiu Yeonjun, que parecia preocupado, mas ainda assim sorria também.

— Mas tudo bem, nem sempre estamos na melhor— O rapaz disse a olhando. Algo ali estava errado, não só o fato de sua mãe estar ali também... Mas talvez algo errado com Yeonjun, ele parecia mais real, era possível ver através do olhar dele que essa cena não era nova, era como se... Já tivesse acontecido antes.

— Ninguém é de ferro.... Somos programados pra cair..— Yun-Hee disse por fim. Ela olhou pra baixo e fechou os olhos, deixando o vento frio bater em seu rosto, balançando seus cabelos. Ela sorriu, como se aquela pequena sensação tivesse alegrado sua vida. Ela abriu os olhos e ao perceber que estava prestes a cair ela se assustou e chegou para trás, segurando-se com mais força ali. Ela virou-se para olhar Yeonjun e a mãe, e assim que viu, lágrimas encheram seus olhos novamente. Ambos estavam dentro de um carro, o chão tinha um aspecto parecido com o do asfalto. Eles estavam sangrando, o rosto expressava medo e preocupação, Yun-Hee pôde ver isso com clareza. Eles olharam para trás, como se tivesse alguém sentado ali. E tinha.

   Yun-Hee olhou melhor, tentando ver melhor, mas assim que viu ela soltou as mãoa da grade em que segurava e pôs na boca. O resultado? Ela caiu. Mas enquanto caía ela não pôde deixar de pensar.... Era ela ali, quando criança, no acidente de carro. Yeonjun e sua mãe estavam na mesma posição... Tinham os mesmos machucados... E o mesmo olhar, de culpa, medo e preocupação. Eles pareciam até... Serem a mesma pessoa.

𝑬𝒈𝒐𝒊𝒔𝒎 𝑶𝒓 𝑳𝒐𝒗𝒆 •𝑪𝒉𝒐𝒊 𝒀𝒆𝒐𝒏𝒋𝒖𝒏•Onde histórias criam vida. Descubra agora