3. O Sapo

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Oi rs

Passando aqui para desejar um feliz Natal e feliz Ano Novo🥂

Boa leitura❤️

🍉

Louis sorria na manhã seguinte, estava em seu quarto, ainda na cama, e olhava para o teto com ar abobalhado. Tinha acordado há poucos minutos e usava apenas uma boxer preta sob o edredom com estampa xadrez azul e preta, seus cabelos desgrenhados sobre o travesseiro de fronha azul escura e os olhos inchados pelo sono estavam sensíveis à claridade que entrava pelas cortinas fluidas nas janelas de seu quarto.

O sol tinha nascido há poucos minutos, não passava muito das seis da manhã, e ele respirou fundo ao pensar nos momentos em que passou na casa ao lado, com seu vizinho bonito e sexy que tinha os lábios mais doces e macios que já provara. Beijar Harry tinha sido uma experiência deliciosa, ambos se conheciam há dois, três dias apenas, mas tinha a impressão que algo acontecia ali.

Provavelmente era apenas desejo sexual e nada além, mas Louis queria tanto conhecê-lo além da cama. Sabia que garotos da cidade tinham a mente mais aberta, com outra visão sobre relacionamentos e ele tinha quase certeza que Harry só estava interessado em algo sem compromisso. Louis não o julgava, já teve rapazes apenas para se divertir quando morou na capital e sabia que não era errado, aliás gostou muito das experiências que teve. Porém, seu vizinho era encantador e pensava em algo a mais entre eles, embora ficasse com receio de tentar e ser visto como um bobo. Além de que, claro, se conheciam há pouquíssimo tempo.

Tocou sua boca e fechou os olhos ao se lembrar daqueles lábios cheinhos e macios colados aos seus e sorriu. Harry era tão bonito e espirituoso que fazia Louis querer ficar o dia todo ao seu lado, apenas conversando ou rindo de algo bobo. Gostava dele e seu interesse em algo a mais estava mais do que óbvio, mas tinha medo de assustá-lo ou parecer desesperado.

No auge dos seus trinta e cinco anos, Louis era um cara de poucos relacionamentos. Namorou alguns rapazes daquela vila, namoros duradouros de cinco, sete anos, que acabaram principalmente porque a outra parte queria sair da roça e se estabelecer em uma cidade grande e Louis não desejava sair dali, não para morar. Chegou a noivar com seu último namorado, quase se casaram na igrejinha dali, mas acabou um namoro de sete anos porque não queria arredar o pé da fazenda.

No final, achava que havia sido melhor daquela forma, seu ex estava feliz vivendo em Uberlândia, casado com um cara legal e já era pai de um filhinho. Certamente se tivesse ficado com Louis, teria uma vida infeliz em um lugar do qual sempre sonhou fugir e, apesar de tê-lo amado muito, Tomlinson reconhecia que a separação era o ideal. Para ele, amor era aquilo. Não necessariamente ficar junto, mas deixar ir para que seu amado fosse feliz e seguisse seus sonhos. Às vezes, era a melhor opção.

Aquele relacionamento havia acabado há cerca de dois anos e desde então Louis não se envolveu com mais ninguém. A cidade era pequena, os rapazes de sua faixa etária já estavam compromissados e só restavam os jovens adultos, garotos entre os dezoito e vinte e cinco anos e, sinceramente, Louis não curtia novinhos. Estavam em fases diferentes da vida, um rapaz jovem queria experimentar o mundo, sair daquele lugar, aproveitar, e ele já buscava alguém para fincar raízes.

Ergueu-se de sua cama e coçou os olhos. Seu quarto ficava no segundo andar da casa, em um dos cantos e, por causa disso, tinha duas janelas. Abriu as cortinas de ambas e deslizou os vidros para o lado, sorrindo grande ao ver a casa de tijolinhos de seu vizinho mais adiante, Harry certamente estava dormindo àquela hora. Louis arrumou sua cama e logo foi para o banheiro fazer sua higiene matinal, tomou um banho rápido e pegou uma calça jeans velha. Vestiu-a junto de uma camisa encardida – porém limpa – e botas surradas. Teria um longo dia no campo e roupas bonitas certamente não eram a prioridade.

Leite & Melancias | Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora