Draco Malfoy e a Câmera Secreta

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c a r r o    v o a d o r

"Não vou entrar nessa máquina de matar." Draco anuncia, cruzando os braços e ficando o mais longe possível da besta na casa dos Weasley. Era azul e um pouco redonda, e Ron havia chamado de 'carro'. Também disse que era seguro, mas a besta selvagem havia comido George, que agora parecia estar dentro do corpo do animal. O loiro não queria ser comido também, obrigado.

"Draco, não é uma máquina de matar. É um carro, criado por trouxas. Não está nem mesmo vivo, viu?" Ron dá dois tapas na besta selvagem, e Draco arregala os olhos, esperando que o animal mate todos eles por ser maltratado dessa forma. Mas ele permaneceu quieto. Será que estava dormindo? "Você quer salvar Harry ou não?"

"Vamos lá, pequeno Malfoy, é perfeitamente seguro." Fred - sim, ele acabou descobrindo de verdade quem é quem depois de um par de dias na Toca - diz, sorrindo e abrindo uma das bocas do animal azul. Draco suspira, mentalmente xingando Harry de todos os nomes possíveis, e entra no 'carro'.

O loiro estava com os Weasley há dois dias, e eles finalmente decidiram colocar o plano em ação e ir ver Harry. Fred e George tiveram que roubar uma bússola que apontava na direção de algo ou alguém que você procurava que pertencia a Arthur., e isso lhes custou um pouco de tempo. O plano "brilhante" dos gêmeos era usar esse animal azul que aparentemente voa para buscar Harry. Draco estava um pouco hesitante, para dizer o mínimo.

Mas, se estava sendo sincero, esses últimos dias foram os melhores de seu verão. Molly Weasley parecia adorar tê-lo como visita, sempre oferecendo biscoitos e bebidas - apenas para ele, já que a única vez que Ron tentou pegar, levou um tapa na mão - e Arthur gostava de ensiná-lo sobre alguns costumes trouxas interessantes.

Ginny não parecia gostar muito dele, mas ele não fazia muita questão de falar com ela também. Os gêmeos e Ron eram suas companhias mais frequentes, e ele acabou entendendo que Fred e George Weasley eram gênios. Draco acreditava que George - o mais calmo e frio dos dois - tinha sangue sonserino em algum lugar. Fred era impulsivo demais, como um grifinório, mas igualmente inteligente. O loiro gostava de vê-los transformar o cabelo de Ron em uma cor rosa berrante.

O outro irmão, Percy, era o mais irritante, e Draco se matava de rir com as provocações dos gêmeos em relação a ele. Era o monitor da grifinória, e nunca deixava ninguém esquecer disso. Até mesmo no verão, tudo que fazia era estudar e irritava todo mundo que não queria fazer o mesmo. Era pior que Hermione.

Mas, ao se sentar no banco de couro ao lado de Ron, ele sentia que preferia passar uma tarde com Percy do que estar dentro dessa máquina azul. Ou talvez não... era uma decisão complicada.

Fred entra no que George havia chamado do banco do motorista, e sorri para ele pelo pequeno espelho na frente.

"Muito bem... lá vamos nós." George diz, dando um sorrisinho. Fred acelera, e Draco fecha os olhos com força quando eles saem do chão, ganhando altitude.

"Draco, você vive em uma vassoura. Está sempre voando." Ron aponta, e Draco quer matá-lo pela diversão em sua voz.

"É diferente." Murmura. Abre os olhos apenas segundos depois, relutante. Sentia o vento bagunçar seu cabelo, já que Fred havia aberto as janelas, e tinha que confessar que não era tão ruim se tentasse se convencer que era igual usar uma vassoura.

Ele se sente relaxar depois de alguns minutos, apesar de ocasionalmente fazer um leve carinho no banco, para que o animal não se irrite com ele e decida matá-lo. O vento em seu rosto era agradável, e ele passa o resto da viagem com a cabeça encostada no banco, olhos fechados e escutando as brincadeiras dos irmãos com tranquilidade.

Abre os olhos apenas quando escuta George falar para descerem, e se vê parando ao lado de uma casa simples em uma rua deserta.

"Aquilo são grades na janela?" Draco questiona, se inclinando para frente para ver melhor. Trinca a mandíbula ao confirmar que, de fato, eram grades. "Acho que achamos o quarto dele. Vou matar aqueles trouxas."