N/A: Oi gente, tudo bom? Quero só dar um aviso antes de vocês começarem esse capítulo. Vai ser pequeno, porque quero colocar essa cena em apenas um cap. CONTÉM GATILHO como uso de Imperdoáveis, abuso e descrição de violência.
L u c i u s M a l f o y
Draco sabia o que estava lhe esperando. Sua mãe não, porque ela ainda acreditava, ou talvez queria acreditar tão fortemente que acaba se convencendo que Lucius Malfoy amava sua sua família mais que suas crenças. Amava mais que ser um Malfoy. Amava seu filho e sua mulher mais que o dinheiro, fama e status. Mais que o poder que vinha com a vida de um Malfoy.
Nenhuma dessas coisas era verdade. Nunca foi verdade. Por isso que Lucius sempre moldou seu filho de acordo com sua própria imagem, porque caso contrário, ele não seria capaz de amá-lo. Talvez seja esse o motivo que Draco se impressionava tanto com os Weasleys. Molly e Arthur amariam seus filhos independente de qualquer coisa. Lucius apenas amaria seu filho se conseguisse ver sua própria imagem refletida nele.
"Lucius, por favor." Narcissa diz, seguindo seu marido quando ele puxa Draco na direção das masmorras. O homem pega a varinha de seu filho e joga no chão.
"Ele precisa aprender como deve se comportar, Narcissa." Fala, e sua voz não deixava espaço algum para discussão. Ele fecha a porta da entrada das masmorras , deixando sua mãe do lado de fora, e caminha na direção de uma das celas ali.
Joga Draco no chão, e o menino faz uma careta com a sensação de seu corpo se conectando com o chão. Seus olhos encontram os cinzas de seu pai, e ele sabe que implorar não vai lhe ajudar. Então permanece calado.
"Eu deixei você ser amigo daquela... sangue-ruim." Lucius diz, ignorando o modo como Draco estreita os olhos com o apelido. "Deixei até mesmo você ser amigo de Harry Potter, o menino que derrotou o Lorde das Trevas." O modo como seu pai diz o título de Voldemort lhe dá náuseas.
Draco se pergunta o que o homem faria se soubesse que o homem que ele tanto admira é quem irá lhe matar se seu filho não conseguir mudar o rumo das coisas. A ideia trás um sorriso para seu rosto, apesar de sua situação, e Lucius não gosta nada disso.
Seu pai crava a ponta de sua bengala no pé de Draco com tanta força que, ao gritar, o menino tem certeza que ele perfurou sua pele.
"Não deboche de mim rindo, Draco. Você, o herdeiro dos Malfoys, socializando com Weasleys? Rindo e os protegendo? Você me envergonha."
"Não, pai." Ele murmura, tentando ignorar a dor. "Você me envergonha. O modo como você se esconde atrás do seu dinheiro é patético. Você tenta fingir que é superior à todo mundo usando seu sangue, seu nome e seu dinheiro como desculpa. Você se esconde atrás disso porque sabe que, na realidade, você é completamente patético."
Assim que termina de falar, sabe que passou dos limites. Raiva aparece na expressão de seu pai, e ele sabe que o que quer que o homem vá fazer, será horrível. Lucius balança a cabeça e separa sua varinha da bengala.
"Você caiu mais do que eu imaginava, Draco. Tratando seu próprio pai dessa forma... Somos Malfoys, filho. E ninguém fala dessa forma conosco. Nem mesmo nossos filhos." Ele diz, e Draco engole em seco ao encarar o lado oposto da varinha de Lucius. "Crucio."
A dor insuportável que enche cada fibra de seu corpo o impede de sentir surpresa pelas ações de seu pai. É apenas isso que existe, dor. Draco se contorce no chão, tentando se livrar da sensação de sua pele mergulhada em ácido, de todos os ossos no seu corpo se quebrando.
Ele chora entre os gritos. Não queria implorar, mas não sabia como se impedir. Nem mesmo conseguia escutar os pedidos que saiam de sua boca, mas sabia que estava implorando e se odiava ainda mais por isso. No fundo, ele ainda era um covarde. Ele ainda era um menino assustado, e não queria sentir dor. Não queria sentir a maldição que seu próprio pai o estava fazendo experimentar.
Não era sua primeira vez com o Crucio, claro. Tia Bellatrix gostava de usar nele, Voldemort também. Mas seu corpo de doze anos era novo demais para aguentar tamanha dor, e ele sabia que se seu pai não parasse logo, ele não iria aguentar.
Patético. Ele escuta a voz de sua tia em seu ouvido depois que ele falhou em usar Avada Kedavra em uma garotinha. Desperdício de espaço. Nunca vai ser bom em absolutamente nada. Falhou em Hogwarts, falhou em matar Dumbledore, falhou em ferir Harry Potter e falhou como Comensal da Morte.
Seu pai deixou a maldição por minutos que pareceram longas horas. Ele deixou seu filho descansar por segundos antes de lançar mais uma vez. Essa, porém, logo o abandonou. Quando a dor parou, deixando apenas um fantasma do desconforto que ele podia sentir em seu corpo, Draco percebe duas coisas.
Haviam lágrimas escorrendo de seus olhos e o cheiro de sua própria urina enchia a cela. Vergonha o enche e ele fecha os olhos, sentindo pela primeira vez desde que recomeçou sua vida que a morte seria bem vinda.
Escuta os passos de Lucius se aproximando, mas não levanta de onde estava encolhido no chão, apenas mantém os olhos fechados.
"Você é um Malfoy, Draco. Tente se lembrar disso." Diz antes de se afastar. O menino escuta a porta fechar e, surpreendendo a si mesmo, um riso escapa seus lábios.
Era feio e doloroso, mas ainda sim uma risada. Ele ria porque, naquele momento, se sentia um Malfoy. Se sentia como Draco Malfoy, o herdeiro de seu pai. Draco Malfoy, o comensal da morte.
Desperdício de espaço. Ele sabia que sua tia estava certa. Era um desperdício mesmo. Merecia o que estava recebendo, sabia. Mas não pelo que seu pai estava dizendo, e sim pelo que ele mesmo fez. Por todas as vezes que foi ruim com Hermione, Ron ou Harry. Com os Weasleys também. Silenciosamente pede desculpas à eles. Iriam ficar decepcionados se o vissem dessa forma.
As lágrimas escorrem mais rápido, e ele se pergunta mentalmente o que seu pai diria se soubesse que ele apenas se sente como um Malfoy quando está deitado no chão, sentindo dor em cada canto de seu corpo, sujo com seu próprio suor e urina?
Yeah... Ele se sente exatamente como um Malfoy.
N/A: Gente, eu sei que o Lucius nunca foi, que a gente tenha visto nos livros, abusivo na questão física com o Draco. Mas na minha visão, isso é apenas pq o Draco sempre fez tudo que ele queria, e esse é o modo que EU imagino o Lucius caso o filho dele fosse como é nessa fic. Enfim, espero que eu não tenha machucado tanto vocês.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Draco Malfoy e a Câmera Secreta
FanfictionÉ o segundo ano de Draco Malfoy em Hogwarts (de novo), e esse vai se mostrar mais complicado que o primeiro. Depois de um verão insuportável com seu pai, ele vai ter que enfrentar desconfianças e acusações de toda a escola, inclusive um de seus ami...