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t o m    r i d d l e

Futuramente, Draco sempre iria lembrar de abrir aquele diário como a maior idiotice que já fez. Mas parte dele tentava se convencer que mesmo sendo uma pessoa de caráter questionável, Lucius não tentaria libertar um monstro na escola por nenhum motivo além de matar nascidos-trouxas, e estava desesperado por algo que indicasse isso. Também queria saber o que diabos aconteceu com Ginny Weasley.

Então ele o abriu. Estava com as cortinas fechadas ao redor de sua cama, um feitiço forte de silêncio levantado. Ele analisa o caderno, podendo sentir em cada fibra do seu corpo que, o que quer que fosse, exalava uma magia obscura forte. Muito forte.

As páginas estavam em branco, nada escrito ali. Mas Draco sabia que haviam vários feitiços que poderiam esconder a tinta, não quer dizer que ninguém nunca escreveu nada. Se algo der errado, eu posso simplesmente fechar o caderno, esconder, e nunca mais abrir na vida. Nenhum risco.

Draco engole em seco e pega sua pena, mergulhando no tinteiro antes de escrever:

O que você fez com Ginny?

As palavras somem quase instantaneamente, e logo ele vê uma resposta sendo escrita. Lhe lembrava tanto do caderno que compartilhava com Harry que um arrepio corre por sua espinha.

Nada além de conversar com ela.

Draco morde o lábio e escreve: "Você é Tom Riddle." Diz, repetindo o nome que leu na capa do diário. Recebe uma confirmação e suspira. "O que sabe sobre a Câmara Secreta?"

Sei quem abriu da última vez.

Seu coração acelera. A Câmara foi aberta antes?

Me diz, ele escreve. Não era um pedido, ele tinha toda a intenção de queimar esse diário se não conseguisse o que queria.

Prefiro te mostrar. É sua resposta. Ele arregala os olhos, sabendo que nada bom poderia vir disso. Estava prestes a fechar o caderno quando as páginas do diário começaram a virar como se tivessem sido apanhadas por um vendaval e pararam na metade do mês de junho. Ele viu que o quadradinho correspondente ao dia treze de junho parecia ter-se transformado numa telinha de televisão. A janela foi se alargando, ele sentiu o corpo abandonar a cama e mergulhar de cabeça na abertura da página, num redemoinho de cores e sombras.

Depois, sentiu o pé bater em chão firme e ficou parado, trêmulo, e as formas borradas à sua volta entraram de repente em foco. Soube imediatamente onde se achava. Essa sala circular com os retratos que cochilavam era o escritório de Dumbledore – mas não era Dumbledore quem se sentava à escrivaninha. Um bruxo mirrado e frágil, careca, exceto por alguns fiapos de cabelos brancos, lia uma carta à luz da vela. Draco nunca vira esse homem antes. Depois, sentiu o pé bater em chão firme e ficou parado, trêmulo, e as formas borradas à sua

volta entraram de repente em foco.

O bruxo dobrou a carta com um suspiro, levantou-se, passou por Draco sem olhá-lo e foi abrir as cortinas da janela. O céu lá fora estava cor de rubi; parecia ser o pôr do sol. O bruxo voltou à escrivaninha, sentou-se e ficou girando os polegares, de olho na porta. Parece funcionar como uma memória. Deve ser isso que Tom Riddle quis dizer ao escrever "mostrar". Era a Hogwarts que Riddle conhecera, o que significava que este bruxo desconhecido era o diretor em vez de Dumbledore.

Alguém bateu à porta da sala.

"Entre." Disse o velho bruxo com a voz fraca. Um menino de uns dezesseis anos entrou tirando o chapéu cônico. Um distintivo de monitor brilhava em seu peito. Ele era mais alto do que Draco, mas seus cabelos também eram muito negros. "Ah, Riddle!" Exclamou o diretor.

Draco Malfoy e a Câmera SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora