Noite (poema)

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Vi a noite,
através da vastidão da nada,

Deitada no meu corpo,
a vastidão se comprime
e me redime
não é nada (Ainda não mereço),
mas a um endereço:
o nome que o define,
um rosto, um gosto, uma cor.

Sim, me disseram ser feito de barco,
mas de barro eu não sou,

nem Santo.
Canto quando ninguém olha,
deslizo pelas horas,
ao sabor do vento,
este sou eu nesta noite
sem inspiração a matar o tempo. 

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

Desabafos de uma vida!Onde histórias criam vida. Descubra agora