Os dedos do homem de vinte e quatro anos batiam na mesa enquanto ele suspirava cansado.
Kim TaeHyung estava sentado numa almofada que estava colocada no chão em frente à sua mesa da sua tenda.
Não aparecia ninguém há uns bons meses, no entanto ele tentava continuar a manter o seu negócio aberto.
No dia anterior, seis de abril, ele recebeu uma ligação de um homem a perguntar se o anúncio do vidente do jornal ainda estava ativo. Ele iria ter com TaeHyung às dezasseis e ainda eram quinze e vinte. Apesar de ser cedo, ele quis ir antes do tempo para a tenda, então teve que se ocupar com algo para passar o tempo.
- Ah, perdão? - ouviu uma voz masculina a entrar no seu espaço de trabalho. - É o Kim TaeHyung? Eu sou o Jeon JungKook. Vim dez minutos antes da hora, mas espero que não haja mal nisso. - o vidente negou com a cabeça. - Não é o vidente? Desculpe então. - JungKook coçou a nuca virando-se para ir embora.
- Não, não é isso. - TaeHyung riu. - Eu abanei a cabeça para dizer que não havia problema em ter vindo mais cedo, porém acho que devia ter usado palavras. Sente-se. - indicou ao outro. - Quantos anos tem?
- Eu tenho vinte e dois. E o senhor?
- Eu sou só dois anos mais velho. Não precisas de me tratar tão formalmente. - TaeHyung gargalhou. - O que desejas saber?
- Ah! Eu tenho tido muuuuita sorte ultimamente, então… Eu gostaria de saber se algo de mal vai acontecer. Eu estou com um mau pressentimento.
O mais velho ouviu tudo atentamente e fechou os olhos, agarrando na mão de JungKook. A semana seria completamente normal exceto no dia doze de abril, o próximo domingo.
- Apartamento. Vais perder o teu apartamento no domingo. O teu senhorio vai dizer que ele precisa que saias até dia quinze, pois precisa de o alugar a outra pessoa.
- Mas eu comprei-lhe o apartamento no mês passado… Paguei-lhe além do que ele queria! Ele não pode fazer isso! Pode? - perguntou chocado ao mais alto.
- Eu não sei, creio que não, mas ele não parece ser muito boa pessoa. - TaeHyung riu. - Há uns dias cruzei-me com esse homem num café e ele não parava de reclamar com o empregado que não tinha culpa nenhuma. Depois quando eu saí, vi-o reclamar com um mendigo a perguntar-lhe porque razão estava ele ali, sem um teto. Ele riu-se que o homem devia ter pecado para agora estar ali na rua. Mais tarde, ele embateu-se contra mim no supermercado e ia começar a mandar vir, mas eu fui mais rápido e disse que no dia seguinte uma mulher o ia esfaquear. Ele assustou-se e correu. - JungKook arregalou os olhos na última parte. - Tem calma, essa parte não era verdade. Ele só iria ter uma quebra de salário. Isso iria assustá-lo mais, visto que só pensa em dinheiro. - o mais velho riu e suspirou. - Então achei melhor dizer-lhe algo mais leve. - encolheu os ombros.
- Ah, eu sei disso. - JungKook soltou uma pequena gargalhada.
- Eu aconselhava-te a arranjar um novo apartamento. Há uns baratos no centro da cidade perto do cinema. A agente imobiliária dessa zona é amiga da minha prima, eu posso falar com ela e saber se há algum que esteja disponível para ti. - sorriu recebendo um olhar esperançoso junto a um grande sorriso.
- Muito obrigado, Hyung! - juntou as mãos colocando-as junto à testa. - Eu posso chamar-te assim? - disse envergonhado voltando a olhar para o outro enquanto este riu baixinho.
- Sim JungKook-ah.
- Ah, eu tenho que ir agora. - TaeHyung assentiu com a cabeça. - Aqui está. - JungKook esboçou um sorriso com os seus dentes e entregou o que devia ao mais velho, acenando e saindo em seguida.
O vidente sorriu de lado admirando o dinheiro que estava na sua mão e que usaria para ajudar JungKook. Ficou um tempo a brincar com o mesmo até voltar para dentro de casa e falar com a sua prima. Queria o número da amiga dela para tratar do problema do mais novo.
- Hyori Noona, eu gostaria de saber se tu tens alguma casa disponível. Não tenho muito dinheiro, mas posso pagar com o que tenho. - os dois conversaram acerca do assunto. Falaram durante uns quinze minutos até a empreendedora achar um apartamento barato. - Obrigado! - TaeHyung pediu todas as informações sobre aquele local. - JungKook irá aí depois de manhã a seguir ao almoço. - Hyori assentiu. O assunto mudou e eles começaram a discutir sobre coisas pessoais. - Tudo bem, continuamos a discussão quando saíres do trabalho. Até logo. - o resto do dia foi calmo para Kim TaeHyung que se trancou no quarto.
A semana havia passado rápido e o dia do acontecimento de Jeon JungKook era naquele momento. Tudo se tinha realizado tal e qual como o vidente referiu no dia em que ambos se encontraram. Ainda bem que ele encontrara o outro ou não teria conseguido arranjar nenhum lugar para morar depois do seu senhorio velho e arrogante o ter expulsado.
TaeHyung estava esparramado no sofá naquela tarde de sexta feira, dia dezassete de abril. Ouviu o telemóvel tocar, mas não o atendeu, não queria conversar com ninguém. A sua prima havia saído de casa, que ambos dividam, e ele só queria sossego, ela era bastante chata, irritante e barulhenta.
Colocou o objeto no modo silencioso, porque o ser humano que lhe ligava não parava. A tela ficou preta, indicando que a pessoa havia parado, mas pouco depois acendeu de novo, mostrando uma mensagem. TaeHyung viu que era de JungKook, este que lhe agradecera por o ter ajudado e que lhe queria dar uma coisa, então estava à espera dele à porta do sítio onde se haviam conhecido.
Kim TaeHyung saiu do conforto do seu sofá e caminhou até à sua tenda, encontrando o mais novo com as mãos atrás das costas. Ambos sorriram um para o outro quando o maior se aproximou.
- Boa tarde, TaeHyung. Obrigado pela tua ajuda.
- Já me tinhas agradecido, Jeon. - riu.
- Sim, eu sei, mas… Não foi suficiente. Um simples agradecimento não vale de nada, na minha opinião. - sorriu. - Eu questionei a agente imobiliária sobre o que te poderia dar para agradecer e ela disse que não sabia muito bem. Apesar de se darem, não eram muito chegados como ela era da tua prima, mas ela sabia que gostava de leões. Então… - mostrou o que trouxera atrás das costas. - Não é muito, mas espero que gostes. - coçou a nuca. TaeHyung sorriu puxando-o para um abraço.
- É bonito, obrigado. - afagou os cabelos do menor.
Deram um ao outro um último sorriso e JungKook foi embora para casa antes que ficasse de noite.
O vidente observou o peluche com cuidado e viu que estava uma espécie de carta na juba do leão.
Arqueou a sobrancelha e leu-a.

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Voyant
Random[Concluída] O vidente mais bem pago de Seoul começara a perder dinheiro e tudo por culpa dos humanos que espalharam que ele amaldiçoava as pessoas. Mas seis decidiram acreditar nele e não podiam estar mais felizes por saberem que algo lhes acontecer...