May Twenty First

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O despertador de Jung HoSeok tocara às seis e dez da manhã daquela quinta feira. Era dia vinte e um de maio e estava finalmente quase no fim da semana. Pegou no seu telemóvel, tocou em ignorar o alarme e suspirou já com os seus olhos abertos. Fixou o seu olhar por pouco tempo no teto e levantou-se, indo até à casa de banho.

Fez as suas necessidades, tomou banho, vestiu-se, penteou o cabelo e saiu de casa, vendo que um estranho estava à sua porta.

Olhou fixamente para o outro com a sua sobrancelha esquerda levantada e cruzou os braços, esperando uma justificação para aquele ser estar ali.

- Sim? - indagou Jung visto que não obteve nenhum som do homem.

- Nada.

HoSeok fez cara feia e suspirou alto. Saiu, trancou a porta e seguiu para o trabalho. Não tinha tempo para aquilo, tinha mais que fazer. Quando saiu do portão da sua vivenda, viu que o estranho continuara a olhar para si sem ter saído da frente da porta da casa.

Abanou a cabeça e continuou o seu caminho, entrando no autocarro que havia chegado ao mesmo tempo que Jung chegou à paragem. Olhou pela janela e admirou a paisagem enquanto ouvia música nos seus fones. Quase chegando à sua estação, reparou que havia um papel na sua mala escrito por outro alguém, aquela letra não era sua.

“Cuidado com as escadas, a tinta, o espelho e o gato preto perto da loja por onde tu passas todos os dias para ires para o trabalho. Vais ter azar o resto do dia~"

Jung leu aquilo quase a gargalhar alto, porém conseguiu conter o riso. Rasgou o pedaço de papel e chegou à sua paragem. Desceu do transporte público e caminhou pela rua onde sempre passava para chegar ao seu local de emprego.

Viu que a loja dos animais, a sua preferida, estava a ser remodelada da parte de fora. Invés de olhar para a frente, ficou a olhar para o exterior da loja. Com isso, acabou por passar por baixo da escada, meteu o pé na lata de tinta cor de rosa, e assustou-se com o rosnar do gato preto que ali passava e que o fez virar de costas. Caminhou assim (de costas) e acabou por empurrar um homem que iria levar um novo espelho para a loja, fazendo com que este largasse o objeto e o derrubasse no chão, partindo-o.

- Não vê por onde anda?! - o homem gritou com o Jung.

- Vá gritar para outro lado caralho! Não vê que já tou chateado o suficiente?! - apontou para o seu fato todo sujo.

O homem abaixou a cabeça com medo da maneira como o outro falara e entrou na loja provavelmente para pedir desculpa pelo acidente com o espelho. HoSeok bufou pois não poderia voltar para casa, era longe e estava quase na hora do seu expediente. Revirou os olhos e continuou o seu caminho, pensado em ir limpar aquilo quando chegasse à empresa.

Estava a aproximar-se do edifício quando viu aquele estranho que estava parado à porta da sua casa, agora em frente ao seu local de trabalho.

- Eu avisei. - referiu antes de Jung passar por si sem lhe dar bola. HoSeok apenas adeentrou a empresa chegando à receção. - Cuidado aí dentro também! - gritou.

- Desculpa HyeJin, podes dar-me algo para me limpar, por favor? - sorriu pedindo gentilmente para não fazer transparecer a sua raiva por conta do incidente.

- Ah… - ela parecia nervosa. - Uhum, aqui tem. - entregou vários guardanapos ao trabalhador que conseguiu tirar a maior parte do sujo, no entanto havia ficado algumas manchas no fato. - O senhor Park quer falar consigo. Ele está à sua espera no seu escritório. - indicou com a cabeça.

- Não precisas de me tratar formalmente, somos grandes amigos, mas obrigado pela informação. - deu um último sorriso antes de caminhar em direção à sala do diretor. - Que porra este quer agora? - reclamou baixo não conseguindo reter um grande suspiro. - Posso? - bateu à portão e recebeu um sim em resposta.

VoyantOnde histórias criam vida. Descubra agora