MY SISTER, MY GODDESS - ChaeLisa / JenSoo

taehyung

Taehyung's P.O.V

— Eu deixei muito bem claro que, no dia da visita, você deveria dobrar o número de guardas na ronda da torre e não permitir a passagem de ninguém na área leste do castelo. Então, me explique, Taehyung, por que diabos minha filha foi vista caminhando em um vilarejo humano hoje a tarde? Ou, sendo mais específica, POR QUE ELA ESTAVA PASSEANDO PELO VILAREJO ONDE A HERDEIRA DO SUBMUNDO ESTÁ PRESA?

— Não sei. Talvez tenha ido dar uma visita.

A rainha riu, nervosamente, andando de um lado pelo outro na sala. Conhecendo seu temperamento, achei melhor ficar em silêncio.

— Então, você acha isso engraçado, não é? — ela perguntou, calmamente.

Eu sabia que ela não estava calma.

— Sabe, querido, se não fosse meu melhor caçador, já teria te banido. Sabe o quão grave isso é? Deixou que sequestrassem minha filha.

Sequestrassem? Essa é boa.

— Tenho plena consciência disso, minha rainha. Se a senhora não fosse tão rígida e nos permitisse entrar na torre ou falar com a princesa, talvez algum dos meus guardas tivesse notado.

— Bem, tenho certeza de que um de seus guardas notou a presença da ninfa e a deixou atravessar.

— Senhora, ninfas podem mudar de aparência com facilidade. Ela poderia muito bem ter se disfarçado como um guarda qualquer e tomado o posto.

— Mas é claro, dizem que o poder de persuasão de ninfas é assustador. Que caçador resistiria aos seus encantos, não é, Taehyung?

Cerrei os dentes, tentando conter meu ódio.

— A senhora está insinuando...?

E então, de repente, ela agarra meu pescoço e me levanta no ar. Sem opções, me esforço para respirar, enquanto seus olhos cor de rosa quase queimam de ódio ao me encarar.

— Estou insinuando que você tem histórico de perversão, luxúria e heresia contra nosso país. Ligou a sua alma à de um mundano sujo, e mesmo assim...

Ela parou, de repente, e tossiu forte. O aperto ao redor do meu pescoço se afrouxou, mas não o suficiente pra que eu pudesse me sentir aliviado.

— Mesmo assim...

— Senhora? — diz um dos servos, preocupado.

— CALADO! — a rainha berra, antes dele colocar o primeiro pé no chão para se aproximar. Ao contrário, ele dá um passo para trás e abaixa a cabeça.

Patético.

— Continuando... Eu te perdoei, Kim. Mesmo com sua criação conturbada, mesmo com seu passado sombrio.

Como eu queria poder calar a boca dela...

Antes de continuar, ela me soltou. Bati com força no chão, e sentia meu pescoço latejando. Toquei a região, me contorcendo levemente pela dor. Em seguida, me levantei novamente e tomei posição. A rainha sorriu e se virou, caminhando até seu trono.

Sua decadência era nítida. A cada dia que se passava, se tornava mais fraca.

— Servo, traga meu elixir.

O pobre coitado afirmou com a cabeça e saiu correndo até o armazém. A rainha voltou a sua atenção para mim, enquanto apoiava seus cotovelos nas hastes do trono e cruzava as pernas.