Chá de sereia

116 9 0
                                    

Já de passaram três noites desde a nossa última conversa.

Rosé parecia extremamente inquieta e distante. Não falava muito, nem fazia perguntas - como sempre fazia - e sequer ia até o lago onde sempre ficava enquanto eu saia para caçar ou fazer armadilhas de som, caso alguém se aproximasse.

Como ainda era muito cedo, ela continuava dormindo. Depois da nossa visita a Jisoo, ela não tinha usado o vestido branco que usava na torre. Mas na noite anterior, ela havia levantado de madrugada para lavá-lo e quando terminou, ficou sentada, olhando a cachoeira. De repente, ela abraçou o vestido encharcado e começou a chorar.

Eu acho que ela sentia falta de casa - se é que posso chamar aquele lugar de casa. De qualquer forma, eu estava começando a ficar preocupada. E talvez, só talvez, eu esteja arrependida de tê-la trazido de volta. Quero dizer, seria muito mais simples se eu tivesse encontrado o feitiço para que ela se recuperasse logo, e não fazê-la sofrer por...

Por algum motivo.

Enquanto caminhava pela floresta, eu tentava pensar no que eu deveria fazer em seguida. Ir até Lalisa? Trazer Jisoo conosco? Ou apenas continuar contando o que aconteceu, aos poucos, para a princesa escondida em minha casa?

Qualquer uma das opções é viável, mas nenhuma é fácil.

Lalisa despreza qualquer criatura que vive fora da floresta, e isso inclui Chaeyoung, que é uma soleniana. Após a lavagem cerebral feita pela falsa deusa, viver longe de qualquer outro ser vindo de outro planeta é bom.
Já Jisoo, acredita ser uma humana e é óbvio que não iria com duas desconhecidas para o meio da floresta. É mais fácil que ela ficasse assustada e chamasse um padre se falássemos sobre sua linhagem no Submundo.
E Rosé... Bem, ela claramente não está bem com tudo isso. Antes era muito mais fácil, todas estávamos juntas, podíamos fazer qualquer coisa. E agora, somos só nós duas.

Frustrada, resolvi voltar para casa e continuei tentando encontrar uma solução.

Quando cheguei, tudo estava estranhamente silencioso. Até o barulho da cachoeira parecia baixo.
Corri até a caverna, e ao entrar, não tinha ninguém lá dentro. Corri até a outra passagem, mas tudo estava vazio.
Meu coração estava acelerado, e minha respiração estava descompassada. Não conseguia acreditar.

Nos encontraram?

Não, impossível. Teriam destruído tudo antes de pegar ela.

Ela foi embora? É a única explicação!

Quando saí, me sentei na beira do lago, e senti meus olhos lacrimejando.

Eu perdi ela outra vez. Estou sozinha outra vez.

Me joguei para trás, extremamente exausta.

Tudo isso... Tudo isso, pra nada!

Fechei os olhos, meu rosto esquentava.
Comecei a chorar.





"O céu será sempre o mesmo."







Abri os olhos, me lembrando daquelas palavras. Mas então, comecei a rir.

Ri, como uma grande idiota.

- Droga! - disse, socando o chão de pedra em meu lado.

MY SISTER, MY GODDESS - ChaeLisa / JenSooOnde histórias criam vida. Descubra agora