deixe-a

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"Lalisa não se movia.

Minha perna estava quase aberta, eu quase podia enxergar meu próprio osso. E minha asa... Ela estava prestes a cair.
Porém, o que mais me preocupava, era que a maior parte do sangue em meu corpo, não era meu...

Era dela.

— Minha própria filha... Não posso acreditar.

A dor ficava maior a cada segundo. O piso se enchia de sangue. Minha cabeça doía, minhas asas doíam, meu coração... Tudo.

Mas não importava. Podiam arrancar minhas asas, aquilo não se comparava a dor de vê-la morrendo.

Morrendo...

— Irei matar todas elas... Todas! Assim você irá abandonar essas ideias tolas...

M-mãe, por favor... Ela e-está morrendo, mãe, por favor...

Ela se aproximou dela, e chutou sua cabeça, arremessando seu corpo contra uma das grandes colunas. O impacto fez um alto som, e ela rolou pelo salão. O chão estava encharcado com seu sangue.

Pelos deuses, quanto sangue!

— Eu deveria matá-la agora mesmo! Deveria queimá-la, cortá-la em pedaços, deveria drenar todo o sangue imundo em seu corpo!

Com muita dificuldade, me levantei. Cambaleando, não sentia mais nada. A dor parecia estar me anestesiando.
Meu corpo tremia.
O chão tremia.

Tudo estava devagar...

Eu senti meus pés esquentarem.

Olhei para baixo, por um estante, e quase senti meu coração parar.

S-sangue...

Meus olhos se encheram d'água novamente. Olhei para ela outra vez.

Ela não se mexia. Por que não se mexe?

L-lisa...

Eu continuei caminhando.

— Eu vou caçá-las! Vou queimar todos aqueles seres imundos! Eu juro... Juro pela minha vida.

Eu continuei andando. E minha mãe, falava sozinha, como uma besta, um demônio... Ou qualquer outro ser desprezível que existisse nesta galáxia.

L-lisa...

Por mais que eu andasse, nunca chegava até ela. Não conseguia.

Eu corria...

Eu corri, mas nunca cheguei lá.

Senti as mãos geladas agarrarem meus cabelos e me erguerem no ar. Eu gritei.

Eu gritava, mas não havia som.

Eu sentia minha garganta doer, mas não escutava nada. Nada.

Eu chamava por ela, tentava fugir, me debatia... Mesmo assim, era impossível escapar.

Tudo o que eu enxergava era seu corpo, banhado em sangue, imóvel.

"Ela está morta?"

Eu não podia fazer nada.
Meu peito doía, doía demais.

Tudo o que eu ouvia era a voz de minha mãe, ditando mil formas diferentes de como poderia matá-la.

E mesmo com todo aquele escândalo, ela continuava parada.

MY SISTER, MY GODDESS - ChaeLisa / JenSooOnde histórias criam vida. Descubra agora