Death bed - Sprousehart/ Cancelada

Capítulo 12

Onze anos atrás.

Por Cole:

Estava parado na frente de uma cova, a qual vão enterrar minha mãe, não conseguia prestar atenção no que o padre falava, ou no Dylan abraçado a minha cintura, a Bree do outro lado com a cabeça apoiada no meu ombro, ou a mão da minha vó no meu ombro, ou qualquer outra coisa. Meus pensamentos estavam ligados aquela cova aberta, não estou preparando para ver fecharem ela com o caixão com minha mãe dentro lá, vou lembrar dessa imagem pelo resto da minha vida, onde a vida da minha mãe acabou, onde ela não conseguiu continuar para ver o meu casamento, o meus filhos e até os meus netos, onde ela não viu eu me tornar um homem do qual ela se orgulhasse.

Quando fecharam o caixão e foram colocar na cova percebi que as pessoas começaram a ir, não senti mais os braços do Dylan ao meu redor, apenas escutei seus passos correndo para longe, queria ir atrás deles e conforta-lo, mas eu ainda não conseguia sair do lugar ou parar de olhar enquanto jogavam a terra la. Meus olhos se encheram de lágrimas e transbordaram até molhar meu rosto todo. Quando terminaram de fechar eu já estava de joelhos no chão chorando copiosamente, um sentimento de solidão me invadiu, e era como se ninguém me estivesse nem ai para mim.

Eu parei de chorar por alguns segundos e percebi que já tinha anoitecido, não tinha forças ainda para me levantar, mas pensei em como eu estava me sentindo e como o Dylan deve estar pior e confuso, ele deve está precisando de mim.

Mal percebi e já estava na porta de casa, tinha alguns carros na porta, assim que entrei vi várias pessoas algumas consolando minha vó, outras fazendo chá e café para as demais.

— Você sabe onde o Dylan tá? — perguntei a uma amiga da minha vó que estava um pouco afastada das outras.

— Se eu não me engano seu pai foi colocar ele para dormir.

— Meu pai?

— Sim.

Não sabia descrever o que eu comecei a sentir, se foi raiva, tristeza, acho que era uma mistura de todos. Subi o mais rápido que pude, quando entrei no quarto meu pai estava sentado na cama alisando o cabelo do Dylan que já estava dormindo.

— O que você tá fazendo aqui?

Ele olhou pra mim e se levantou vindo na minha direção, ele não escutou a raiva na minha voz, ou a minha cara? Ele não deveria está aqui agora. Ele simplesmente ignorou tudo e me abraçou, e eu deixei, quando eu percebi já estava agarrado a ele chorando feito um bebê, quis tanto aquele abraço por anos que agora eu nem sei, apenas não tinha forças para afastar ele.

— Eu quero ficar sozinho. — falei quando já não estava chorando tanto e quando conseguia pensar melhor.

— Se precisar de mim, você pode me ligar que eu venho aqui na mesma hora, tá bom?

— Eu quero que você vá embora.

— Filho, não é a melhor hora para a gente discutir, vou deixar você se recuperar um pouco e depois passo aqui para a gente conversar.

— Não tenho o que conversar com você.

Ele saiu sem retrucar nada, apenas me ignorou e saiu. Não conseguia pensar em mais nada, e nem sentir, meus olhos estavam ardendo e quase fechando, andei até minha cama e cair em cima dela de qualquer jeito e dormir.

...

Minha cabeça começou a doer antes mesmo que eu abrisse meus olhos, fui abrindo aos poucos para me acostumar com a claridade, me sentei na cama e percebi que não tinha tirado nem os sapatos. Resolvi tomar um banho e descer, ainda tinha umas duas amigas da minha avó aqui ajudando ela, Dylan, ela e meu vô estavam sentados na mesa tomando café, todos estavam em silêncio e com os rostos inchados, tenho certeza que o meu não está melhor. Me juntei a eles em silêncio também e comecei a tomar café sem falar nada.