Capítulo 6

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Dezesseis anos atrás.

Por Cole:

Já estamos aqui a mais de um mês, meu pai nunca veio nós visitar ou ligou, o Dylan ainda chora quase toda noite com saudades dele. Eu estou com muita raiva da minha mãe, queria voltar pra casa e poder brincar com a Lili de novo, queria minha vida de antes de volta.

Minha mãe tem uma amiga aqui que tem uma filha da minha idade mais ou menos, e ela é insuportável, todo santo dia ela tá aqui, será que ela não entende que eu não gosto dela?
As vezes ela cansa de me chamar e acaba indo brincar com o Dylan, isso quando minha mãe não me força aí brincar com ela.

É tarde e eu estou mais uma vez com o telefone da sala no meu quarto esperando meu pai ligar, talvez se ele ligar até a semana que vem e se acertar com a minha mãe eu vou poder voltar logo e não vou ficar atrasado na escola. Mas pra isso ele tem que ligar, ele me prometeu que ia ligar e vim visitar a gente, ele não pode fazer isso comigo e nem com o Dylan, não pode!

— Cole? Posso entrar? — era minha vó.

— Não, eu quero ficar sozinho! — minha voz saiu um pouco embargada e foi por isso que percebi que estava chorando.

— Cole, meu amor... — falou entrando no quarto e sentando na cama do meu lado. — O que aconteceu?

— Meu pai nunca ligou, e se ele não ligar a gente não vai embora, e eu gosto da senhora e do vovô, mas eu quero voltar pra minha casa e poder brincar com a Lili de novo não com a Bree.

— Eu sei que isso é difícil, mas você já é um rapaz e tem que entender que seu pai e sua mãe estão passando por problemas e precisam de um tempo, e esse tempo pode demorar um pouco.— falou enxugando minhas lágrimas e me abraçando de lado.

— Eu entendo, mas por que ele não liga? Será que é minha mãe que não deixa ele ligar?

— Isso eu não sei, mas ele vai ligar logo e se tudo der certo vocês vão poder ir pra casa e ter a vida de vocês de volta, e você vai poder ver a sua amiga de novo.

— A tia Amy ia deixar ela vim com a gente dessa vez só como a gente não sabe quando vai embora não teve como ela vim, mas a senhora iria gostar dela, ela é muito legal, a senhora não pode deixar ninguém sabe que eu falei isso, tá? Mas ela é muito bonita também. — queria tanto poder ver a Lili de novo.

— Eu sei que você tá com muita saudades dela, mas enquanto você não vai embora você pode brincar com a Bree ela é uma boa menina, e só quer ser sua amiga, ela não tem culpa de não ser igual sua amiga.

— Eu sei, vou tentar ser legal com ela.

— Tá bom, agora eu vou deixar você descansar um pouco. — ela levantou da cama deu beijo na minha testa e pegou o telefone. — E vou levar isso daqui pra você esquecer um pouco disso.

Seis meses depois

Meu pai ligou uma vez só a uns dois meses atrás, minha mãe não me deixou falar muito com ele, o que me fez ter certeza que ela que não quer deixar ele ligar para a gente, o Dylan quase não fala mais dele. Eu nunca falei com a Lili desde que cheguei aqui, tenho medo que ela tenha esquecido de mim, e que tenha achado outros amigos e que quando eu voltar ela não queira mais brincar comigo.

Eu virei amigo da Bree, ela não é tão chata quanto eu pensava, mas também não é tão legal quanto a Lili. Eu estudo na mesma escola que a Bree, é uma escola pequena comparada a que eu estudava lá em Nova Iorque, aqui é eu cidade pequena também, quase todo lugar que você vai tem uma praia e várias pessoas tomando banho, a maior parte do tempo faz calor, faz frio ou chove poucas vezes e bem rápido.

— Cole! —  O Dylan chegou no meu quarto gritando.

— O que é?

— A sua amiga chata tá te chamando. —  Dylan não gosta dela por motivo de: ela aperta as bochechas dele, pega ele no colo e aperta, e fica falando com ele com uma voz fina, super fina.

— Fala que eu já tô descendo.

— Não vou falar nada, você que desça logo. — com isso ele saiu correndo do meu quarto, que menino chato.

Assim que desci encontrei a uma Bree extremamente feliz com um capacete, joelheira, cotoveleira e luvas tudo completamente rosa, muito rosa.

— Pra que tudo isso?

— Para gente ir andar de bicicleta!

— Mas você não tem bicicleta e nem sabe andar.

— Meu pai comprou uma bicicleta para mim, e eu pensei que você podia me ensinar a andar.

— Não!

— Por que? O que eu fiz?

— Você não é a Lili! E eu prometi que ia ensinar ela a andar de bicicleta não você!

Quando eu vi já estava correndo em direção ao meu quarto quando minha mãe segurou meu braço me parando.

— O que aconteceu, Cole?

— Eu quero ir pra casa! Eu quero voltar! E quero ensinar a Lili andar de bicicleta!

— Cole...

— Eu quero voltar, não quero mais ficar aqui! Eu quero ver o papai e voltar pra casa!

— Cole, a gente não vai voltar mais, você tem que entender querendo ou não.

— Não gosto mais de você, e quando o papai ligar eu vou pedir para ele me levar embora daqui! — saí correndo de novo.

— Cole Mitchell Sprouse! Volta aqui, você não pode falar assim comigo! — minha mãe gritou antes de eu entrar no quarto e fechar a porta.

Eu odeio todo mundo, odeio minha mãe por ter vindo pra cá, odeio meu pai por não ter vindo atrás da gente, odeio a Bree por não ser igual a Lili, e odeio a Lili por não tá aqui comigo.

Capítulo feito por: goldduda

Death bed - Sprousehart/ CanceladaOnde histórias criam vida. Descubra agora