6. Basta aceitar

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– Cadê meu celular? – Yeri rompe a bolha qual envolvia as duas.

Joy dá um pulinho para trás devido ao susto. Wendy entrega o objeto à irmã que sai da sala em silêncio. Após a saída de Yeri do cômodo o clima volta a pesar, a dentista umedece os lábios antes de dizer:

– O que foi isso? – Wendy pergunta referindo-se a Joy invadir seu espaço pessoal.

– Nada. – Joy dá de ombros repetindo a resposta da mais velha. – Apenas retribuí o que você fez.

– Fiz aquilo para melhor seu humor.

– Obrigada, funcionou. – A morena sorri, mas não é um sorriso verdadeiro. Seu tom de voz está longe de carregar inocência.

– Eu não fiz com segundas intenções. – Wendy esclarece ainda irritada.

– Desculpe, eu me perdi. Onde você quer chegar com essa conversa?

– Que eu não consigo ver suas reais intenções. – Wendy cogita: Ela está me usando ou esse é o seu jeito de brincar? – Você faz essas coisas por que está entediada e cansada demais para sair?

– Não vou fazer nada que você não queira. – A resposta de Joy é deveras escorregadia. Entender o que se passa em sua cabeça é como tentar pegar um peixe a mão livre, a única arma que Wendy pode usar é a paciência de esperar a atriz cansar daquilo. – Pensei que a gente podia se divertir de novo.

– Para você agir como se nada tivesse acontecido? Joy, ficar com todo mundo é algo normal para você, para mim não.

– Fiquei levemente ofendida com isso. É assim que você me enxerga? – Wendy concorda com a cabeça.

Vendo que não ia adiantar insistir agora também influenciada pela exaustão do dia, Wendy prefere recuar. Ela caminha em silêncio até seu quarto. Yeri está em sua cama, enrolada em nos lençóis como se fosse um burrito, deixando apenas as mãos e cabeça de fora enquanto mexe no celular.

– Ué, pensei que você ia ficar lá por mais tempo. – Yeri diz confusa ao ver a irmã no quarto. – Eu desconfiava, mas agora tenho certeza absoluta que vocês se pegam.

A dentista senta na cama puxando parte das cobertas para si. O lance entre ela e Joy é confuso demais para ela explicar em palavras e Wendy não gosta de incertezas. Ela sentia-se de forma parecida ao como era em seu tempo de escola onde tinha uma quedinha por alguém, com aquela grande questão de que se a pessoa gosta de volta.

– Vai dizer que eu tô delirando? – Yeri questiona estranhando o silêncio da irmã. Wendy joga a cabeça no travesseiro e solta um suspiro dramático, nisso a mais nova dá uma risada. – Conta como foi.

– Só aconteceu uma vez e foi uma aposta.

– Desenvolve isso, mulher. – Yeri deixa o seu celular no armário ao lado da cama para dar total atenção a mais velha.

– Fizemos uma aposta de que ela não conseguiria me dar um orgasmo sem tirar a minha roupa. – Yeri arregala os olhos com as palavras de Wendy.

– Ela conseguiu? – A loira assentiu e Yeri reprimiu um grito. – Chocada. E depois?

– Não teve depois. Joy simplesmente agiu como se nada tivesse acontecido.

– Você se decepcionou com isso?

– Acho que decepcionada é um termo muito forte, talvez confusa? Eu não consigo entendê-la completamente. Joy é um quebra cabeça de mil peças.

Verde é a cor mais quente (Wenjoy) Onde histórias criam vida. Descubra agora